No dia 5 de junho de 1885, desembarcava em São Paulo o trem procedente do Rio de Janeiro, trazendo consigo os salesianos padre Lourenço Giordano e irmão João Bologna, acompanhados pelo padre Miguel Borghino, diretor do Colégio Salesiano Santa Rosa, de Niterói. Na mesma noite, após serem recepcionados no seminário episcopal, tomavam posse do Liceu Coração de Jesus, ainda inacabado. Começava então a trajetória não apenas do Liceu, mas da Inspetoria Salesiana de Nossa Senhora Auxiliadora.

Você já imaginou quantas pessoas passaram por alguma obra salesiana? Quantos alunos se formaram, quantos educandos foram acolhidos por uma obra social, ou ainda quantas crianças frequentaram um oratório festivo? E onde estão hoje essas pessoas? Quais os rumos que cada um tomou e quais as vidas que construíram? Esses são alguns dos questionamentos que sempre nos surgem quando refletimos sobre a imensidão que é a obra salesiana.

O ano de 2015 é especialíssimo para toda a Família Salesiana, que com gratidão celebra o Bicentenário do Nascimento de Dom Bosco. Homem que viveu profundamente sua paixão por Jesus Cristo na doação incondicional à juventude de sua época. Tal paixão inflamou homens e mulheres que hoje continuam atualizando sua obra. Nesse contexto celebrativo, a Inspetoria Maria Auxiliadora, em parceria com os salesianos do Nordeste, vem concretizando algumas ações. Uma em destaque é o VI Congresso Jovem Missionário, cuja realização foi prevista para 19 a 21 de junho.

O bicentenário do nascimento de Dom Bosco se coloca como convite para uma fecunda contemplação da figura poliédrica deste grande Santo que pretendemos focar, especialmente, na magnífica dimensão de sua paternidade que se prolonga no tempo e nos espaços múltiplos de um mundo que o conhece e admira sempre mais. Pretendemos, pois, adentrar a beleza deste mistério de gratuidade na sua fonte primeira e percorrer a simplicidade dos caminhos de sua explicitação na Inspetoria Santa Catarina de Sena – São Paulo.

“Dom Bosco é grande pela qualidade comunicativa que soube infundir por meio de sua presença entre os jovens, por sua prática educativa de valor excepcional (o ‘Sistema Preventivo’, como ele o chamou), pela organização do seu oratório, por dispor de cada recurso para o seu bem” (Sistema Salesiano de Comunicação Social)

Um francês que visitou o Alto Rio Negro nos fins do século XIX escreveu: “É uma região desabitada e inabitável”. Não foi esse o parecer do padre João Bálzola, o primeiro salesiano que percorreu a remo a região e fundou nela, em 24 de maio de 1915, a missão de São Gabriel da Cachoeira, inaugurando assim a presença salesiana na Amazônia. Deixou escrito: “É um vasto campo de apostolado. As dificuldades não impedirão a realização de uma grande obra de civilização cristã”.