O fenômeno das meninas casadas

Quinta, 13 Outubro 2016 11:47 Escrito por  InfoANS
O fenômeno das meninas casadas InfoANS
Para evitar “o fenômeno das esposas-meninas é preciso cuidar da educação: mas não só da assim chamada educação ‘formal’; também da que nós chamamos ‘não formal’. Trata-se de transmitir às crianças os valores éticos, os princípios morais, aumentar a consciência dos próprios direitos”, afirma o salesiano padre George Menamparampil, do Dicastério para as Missões Salesianas, ex-coordenador nacional das Escolas Salesianas na Índia, em uma entrevista realizada por ocasião do Dia Internacional das Meninas e das Adolescentes, que se celebra em todo ‘11 de outubro’ de cada ano.

O fenômeno das meninas casadas é uma das maiores ameaças à saúde física e psicológica de meninas e adolescentes: em cada sete segundos uma menor de 15 anos é obrigada a casar-se com um homem de mais idade que ela, em países como o Afeganistão, o Iêmen, a Índia e a Somália. Uma pesquisa recente, feita pela UNICEF, refere que os números do fenômeno vê, crescendo: hoje as mulheres que casaram na infância são 700.000.000 (700 milhões!); em 2030 serão 950.000.000!

 

Para livrar tantas meninas/adolescentes de matrimônios precoces e da escravidão doméstica, é importante desenvolver modalidades de educação alternativa, que envolvam diretamente crianças e adolescentes. “As escolas salesianas, por exemplo, criaram o projeto ‘Parlamento das crianças do bairro’, iniciativa com que os educadores estão preparando cidadãos mais conscientes dos próprios direitos”.

 

Nas sessões desse “Parlamento”, as crianças e adolescentes se reúnem em grupos e discutem entre si. “Exatamente durante os debates, que são guiados por uma equipe especializada, emergem também problemas familiares, situações de abuso e de exploração”, explica.

 

Os menores, de 11 a 18 anos, são subdivididos em grupos de 25 a 30 membros, que reproduzem, de modo fiel, o funcionamento desse órgão democrático: elegem o premiê, os ministros; e refletem sobre os acontecimentos do dia. Uma vez “formado o parlamento, as crianças são guiadas em debates que se referem a Direitos Humanos básicos, os das crianças e de outros direitos especiais. Os educadores ajudam crianças e adolescentes a identificar problemas ou angústias sociais, violações de direitos que atribulam especialmente suas famílias, ou a sociedade como um todo”.

 

Esse tipo de atividade, enfatiza o padre Menamparampil, “age antes que se verifiquem os casamentos, pois  mais tarde seria mais difícil intervir. As meninas aprendem a ter consciência de si mesmas, do que desejam fazer na própria vida, visto que são livres de casar com quem desejam”. Caso as famílias se oponham ao livre arbítrio das jovens, não resta aos educadores senão denunciar esses abusos à polícia. “Neste ponto, conclui, compete à polícia fazer com que se respeite a lei”.

 

InfoANS

 

 

 

 

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Última modificação em Quinta, 13 Outubro 2016 15:58

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Quinta, 13 Outubro 2016 11:47 Escrito por  InfoANS
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Para evitar “o fenômeno das esposas-meninas é preciso cuidar da educação: mas não só da assim chamada educação ‘formal’; também da que nós chamamos ‘não formal’. Trata-se de transmitir às crianças os valores éticos, os princípios morais, aumentar a consciência dos próprios direitos”, afirma o salesiano padre George Menamparampil, do Dicastério para as Missões Salesianas, ex-coordenador nacional das Escolas Salesianas na Índia, em uma entrevista realizada por ocasião do Dia Internacional das Meninas e das Adolescentes, que se celebra em todo ‘11 de outubro’ de cada ano.

O fenômeno das meninas casadas é uma das maiores ameaças à saúde física e psicológica de meninas e adolescentes: em cada sete segundos uma menor de 15 anos é obrigada a casar-se com um homem de mais idade que ela, em países como o Afeganistão, o Iêmen, a Índia e a Somália. Uma pesquisa recente, feita pela UNICEF, refere que os números do fenômeno vê, crescendo: hoje as mulheres que casaram na infância são 700.000.000 (700 milhões!); em 2030 serão 950.000.000!

 

Para livrar tantas meninas/adolescentes de matrimônios precoces e da escravidão doméstica, é importante desenvolver modalidades de educação alternativa, que envolvam diretamente crianças e adolescentes. “As escolas salesianas, por exemplo, criaram o projeto ‘Parlamento das crianças do bairro’, iniciativa com que os educadores estão preparando cidadãos mais conscientes dos próprios direitos”.

 

Nas sessões desse “Parlamento”, as crianças e adolescentes se reúnem em grupos e discutem entre si. “Exatamente durante os debates, que são guiados por uma equipe especializada, emergem também problemas familiares, situações de abuso e de exploração”, explica.

 

Os menores, de 11 a 18 anos, são subdivididos em grupos de 25 a 30 membros, que reproduzem, de modo fiel, o funcionamento desse órgão democrático: elegem o premiê, os ministros; e refletem sobre os acontecimentos do dia. Uma vez “formado o parlamento, as crianças são guiadas em debates que se referem a Direitos Humanos básicos, os das crianças e de outros direitos especiais. Os educadores ajudam crianças e adolescentes a identificar problemas ou angústias sociais, violações de direitos que atribulam especialmente suas famílias, ou a sociedade como um todo”.

 

Esse tipo de atividade, enfatiza o padre Menamparampil, “age antes que se verifiquem os casamentos, pois  mais tarde seria mais difícil intervir. As meninas aprendem a ter consciência de si mesmas, do que desejam fazer na própria vida, visto que são livres de casar com quem desejam”. Caso as famílias se oponham ao livre arbítrio das jovens, não resta aos educadores senão denunciar esses abusos à polícia. “Neste ponto, conclui, compete à polícia fazer com que se respeite a lei”.

 

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