Ebola: novos dados sobre a epidemia

Segunda, 01 Setembro 2014 14:10 Escrito por  InfoANS
Até 28 de agosto, os meios de comunicação difundiram muitas informações sobre o problema do vírus Ebola em muitos países da África. Padre Jorge Crisafuli, inspetor da região África Ocidental, enviou um relatório detalhado da situação nesses países e do trabalho que os salesianos continuam realizando.

"Estatísticas mostram que a situação deteriora-se rapidamente na Libéria (onde foram relatados 1.386 casos e 754 mortos) e Serra Leoa (1050 casos e 392 mortes). Na Nigéria, o surto parece estar sob controle (16 casos, 12 confirmados e 5 mortes). Gana é o único país da nossa província que, até o momento, foi declarado "livre do Ebola". A Organização Mundial da Saúde informa que hoje o número de pessoas afetadas pelo vírus pode chegar a 20 mil. Um fato preocupante refere-se aos agentes de saúde: 240 profissionais que combatiam o surto contraíram a doença, e mais de 120 morreram. Acreditamos que estes números são subestimados e irreais: o número de infecções e mortes é definitivamente maior. Muitas pessoas não denunciam os casos e enterram os corpos dos mortos, o que é extremamente perigoso.
 

O surto do Ebola não representa apenas um desafio para a saúde; mas traz consequências sociais, econômicas e políticas profundas e muito graves. Vários hospitais e clínicas permanecem fechados. Médicos e enfermeiros estão relutantes em trabalhar por medo de contágio. Famílias não relatam novos casos por medo do preconceito associado ao vírus. Muitos morrem no país por causa da falta de tratamento, também por causa de outras doenças não relacionadas ao Ebola. Muitos supermercados e lojas foram fechados. Os preços têm aumentado, especialmente aqueles dos alimentos básicos e desinfetantes, que já são escassos. O sentimento de isolamento é cada vez maior. As fronteiras estão fechadas e as companhias aéreas pararam de voar para os países afetados. As grandes empresas cessaram suas atividades e dispensaram seus funcionários por motivos de segurança. Até mesmo políticos, incluindo alguns ministros, saíram do país motivados pelo medo. Crime e violência estão aumentando e foram estabelecidos toques de recolher a fim de procurar manter a ordem e a segurança.
 

A comunidade salesiana
 

Os salesianos não deixaram as obras, e permanecem próximos de seu povo. Eles coordenam o trabalho por meio de grupos provinciais e nacionais que combinam ações de socorro. As intervenções estão focadas principalmente nas áreas de educação, prevenção e ações específicas, organizadas da seguinte forma: Gana: o foco é a prevenção. Em diálogo com o Ministério da Saúde, a Dom Bosco Youth Net (DBYN) - ONG local dos salesianos - está organizando uma campanha de prevenção em todo o país para educar as pessoas por meio de vídeos, áudio, folhetos, cartazes, mensagens de texto, etc.
 

Nigéria: os salesianos estão trabalhando na sensibilização e educação das pessoas da região para evitar a propagação da doença.
 

Libéria: a situação encontra-se cada vez mais grave. Há restrições para reuniões e circulação de pessoas, o que dificulta as tentativas de ajuda. No entanto, a população necessita de alimentos e material sanitário. Os salesianos estão organizando um programa para alimentar mais de 500 famílias, fornecendo material sanitário (água sanitária, desinfetantes, equipamentos de proteção, etc).
 

Serra Leoa: a situação também está piorando. O Governo pediu aos salesianos que assumam o comando de um número crescente de órfãos. Há um projeto, já avançado, para implementar um Centro de Serviços para receber cerca de 120 crianças que foram afetadas pelo vírus Ebola. Os Salesianos de Dom Bosco serão responsáveis pela realização de uma pesquisa, em conjunto com a UNICEF e o Ministério da Saúde".
 

Padre Jorge conclui sua fala, destacando: "somos muito gratos a todos que têm mostrado preocupação conosco e com nosso povo nestes tempos difíceis, especialmente nossas Procuradorias Missionárias, algumas Inspetorias, salesianos, benfeitores e amigos que ofereceram o seu apoio e ajuda concreta".
 

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Última modificação em Quinta, 04 Setembro 2014 21:18

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Ebola: novos dados sobre a epidemia

Segunda, 01 Setembro 2014 14:10 Escrito por  InfoANS
Até 28 de agosto, os meios de comunicação difundiram muitas informações sobre o problema do vírus Ebola em muitos países da África. Padre Jorge Crisafuli, inspetor da região África Ocidental, enviou um relatório detalhado da situação nesses países e do trabalho que os salesianos continuam realizando.

"Estatísticas mostram que a situação deteriora-se rapidamente na Libéria (onde foram relatados 1.386 casos e 754 mortos) e Serra Leoa (1050 casos e 392 mortes). Na Nigéria, o surto parece estar sob controle (16 casos, 12 confirmados e 5 mortes). Gana é o único país da nossa província que, até o momento, foi declarado "livre do Ebola". A Organização Mundial da Saúde informa que hoje o número de pessoas afetadas pelo vírus pode chegar a 20 mil. Um fato preocupante refere-se aos agentes de saúde: 240 profissionais que combatiam o surto contraíram a doença, e mais de 120 morreram. Acreditamos que estes números são subestimados e irreais: o número de infecções e mortes é definitivamente maior. Muitas pessoas não denunciam os casos e enterram os corpos dos mortos, o que é extremamente perigoso.
 

O surto do Ebola não representa apenas um desafio para a saúde; mas traz consequências sociais, econômicas e políticas profundas e muito graves. Vários hospitais e clínicas permanecem fechados. Médicos e enfermeiros estão relutantes em trabalhar por medo de contágio. Famílias não relatam novos casos por medo do preconceito associado ao vírus. Muitos morrem no país por causa da falta de tratamento, também por causa de outras doenças não relacionadas ao Ebola. Muitos supermercados e lojas foram fechados. Os preços têm aumentado, especialmente aqueles dos alimentos básicos e desinfetantes, que já são escassos. O sentimento de isolamento é cada vez maior. As fronteiras estão fechadas e as companhias aéreas pararam de voar para os países afetados. As grandes empresas cessaram suas atividades e dispensaram seus funcionários por motivos de segurança. Até mesmo políticos, incluindo alguns ministros, saíram do país motivados pelo medo. Crime e violência estão aumentando e foram estabelecidos toques de recolher a fim de procurar manter a ordem e a segurança.
 

A comunidade salesiana
 

Os salesianos não deixaram as obras, e permanecem próximos de seu povo. Eles coordenam o trabalho por meio de grupos provinciais e nacionais que combinam ações de socorro. As intervenções estão focadas principalmente nas áreas de educação, prevenção e ações específicas, organizadas da seguinte forma: Gana: o foco é a prevenção. Em diálogo com o Ministério da Saúde, a Dom Bosco Youth Net (DBYN) - ONG local dos salesianos - está organizando uma campanha de prevenção em todo o país para educar as pessoas por meio de vídeos, áudio, folhetos, cartazes, mensagens de texto, etc.
 

Nigéria: os salesianos estão trabalhando na sensibilização e educação das pessoas da região para evitar a propagação da doença.
 

Libéria: a situação encontra-se cada vez mais grave. Há restrições para reuniões e circulação de pessoas, o que dificulta as tentativas de ajuda. No entanto, a população necessita de alimentos e material sanitário. Os salesianos estão organizando um programa para alimentar mais de 500 famílias, fornecendo material sanitário (água sanitária, desinfetantes, equipamentos de proteção, etc).
 

Serra Leoa: a situação também está piorando. O Governo pediu aos salesianos que assumam o comando de um número crescente de órfãos. Há um projeto, já avançado, para implementar um Centro de Serviços para receber cerca de 120 crianças que foram afetadas pelo vírus Ebola. Os Salesianos de Dom Bosco serão responsáveis pela realização de uma pesquisa, em conjunto com a UNICEF e o Ministério da Saúde".
 

Padre Jorge conclui sua fala, destacando: "somos muito gratos a todos que têm mostrado preocupação conosco e com nosso povo nestes tempos difíceis, especialmente nossas Procuradorias Missionárias, algumas Inspetorias, salesianos, benfeitores e amigos que ofereceram o seu apoio e ajuda concreta".
 

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