"O nosso futuro é a unidade na diversidade"

Quinta, 10 Setembro 2015 12:20 Escrito por  InfoANS
"O nosso futuro é a unidade na diversidade" InfoANS
"A soma de 50 anos de agonia é demais. Precisamos de paz. Precisamos de reconciliação. Precisamos de uma identidade confiante e compartilhada como cidadãos de uma nação de esperança". Mais uma vez, o arcebispo de Yangon, o salesiano cardeal Charles Maung Bo, lança um apelo em prol da paz e da harmonia entre os povos de seu país; desta vez a mensagem é especialmente dirigida aos legisladores e aos líderes do país, tendo em vista quatro "leis negras" promulgadas em agosto, que "praticamente fragmentam o sonho de uma Myanmar unida".

"Myanmar tinha despertado para uma grande aurora de esperança em 2010",  assim começa o bispo, citando os progressos realizados nos últimos anos com a democratização gradual - (...) Infelizmente, acontecimentos recentes têm levado medo e ansiedade às mentes do povo de Myanmar".

 

O cardeal refere-se ao chamado pacote de leis em defesa da raça e religião, promovido facções radicais fora do Parlamento. "Em agosto de 2015, enquanto milhares de nossos homens e mulheres no país estavam lutando contra inundações de proporções históricas, o Parlamento foi forçado por uma facção de uma elite religiosa a publicar quatro leis negras, praticamente rompendo o sonho de uma Birmânia unida".

 

Por isso, "mais uma vez Myanmar encontra-se em meio a uma encruzilhada entre a esperança e o desespero." Recordando a importância de aprender com a História, o cardeal Bo salienta que em lugares onde foram adotadas medidas semelhantes, sempre tiveram como resultado "guerras e ondas de refugiados"; enquanto a história da independência do país, liderada pelo general Aung San, com tropas de todos os grupos étnicos e religiões, convida para a unidade; e a tradição do budismo Theravada que padronizou o país, chama para o amor (Metta Bhavana), a compaixão universal (Karuna) e misericórdia para com todos (Metta).

 

A quem pede leis para evitar conversões, o cardeal pergunta se tem conhecimento das taxas de pobreza no país (30% do total, 70% nos estados Rakhine e Chin, nos quais é muito elevada a presença de minorias); a quem se preocupa com o crescimento da população de certos grupos étnico-religiosos, o prelado recordou a alta taxa de mortalidade infantil. A quem coloca restrições em casamentos mistos, o salesiano destaca os problemas do casamento infantil e outros flagelos que afligem os jovens: o tráfico de pessoas, drogas, subdesenvolvimento ...

 

"O povo de Myanmar, de todas as culturas e religiões, busca a paz e a prosperidade. Somente a paz pode trazer prosperidade. (...) Espero que o presidente e os partidos políticos desta grande nação tenham a visão e a coragem para resistir às políticas eleitorais míopes e os discursos nacionalistas exclusivistas", conclui o prelado.

 

InfoANS

 

 

 

 

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Última modificação em Quinta, 10 Setembro 2015 18:56

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Quinta, 10 Setembro 2015 12:20 Escrito por  InfoANS
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"A soma de 50 anos de agonia é demais. Precisamos de paz. Precisamos de reconciliação. Precisamos de uma identidade confiante e compartilhada como cidadãos de uma nação de esperança". Mais uma vez, o arcebispo de Yangon, o salesiano cardeal Charles Maung Bo, lança um apelo em prol da paz e da harmonia entre os povos de seu país; desta vez a mensagem é especialmente dirigida aos legisladores e aos líderes do país, tendo em vista quatro "leis negras" promulgadas em agosto, que "praticamente fragmentam o sonho de uma Myanmar unida".

"Myanmar tinha despertado para uma grande aurora de esperança em 2010",  assim começa o bispo, citando os progressos realizados nos últimos anos com a democratização gradual - (...) Infelizmente, acontecimentos recentes têm levado medo e ansiedade às mentes do povo de Myanmar".

 

O cardeal refere-se ao chamado pacote de leis em defesa da raça e religião, promovido facções radicais fora do Parlamento. "Em agosto de 2015, enquanto milhares de nossos homens e mulheres no país estavam lutando contra inundações de proporções históricas, o Parlamento foi forçado por uma facção de uma elite religiosa a publicar quatro leis negras, praticamente rompendo o sonho de uma Birmânia unida".

 

Por isso, "mais uma vez Myanmar encontra-se em meio a uma encruzilhada entre a esperança e o desespero." Recordando a importância de aprender com a História, o cardeal Bo salienta que em lugares onde foram adotadas medidas semelhantes, sempre tiveram como resultado "guerras e ondas de refugiados"; enquanto a história da independência do país, liderada pelo general Aung San, com tropas de todos os grupos étnicos e religiões, convida para a unidade; e a tradição do budismo Theravada que padronizou o país, chama para o amor (Metta Bhavana), a compaixão universal (Karuna) e misericórdia para com todos (Metta).

 

A quem pede leis para evitar conversões, o cardeal pergunta se tem conhecimento das taxas de pobreza no país (30% do total, 70% nos estados Rakhine e Chin, nos quais é muito elevada a presença de minorias); a quem se preocupa com o crescimento da população de certos grupos étnico-religiosos, o prelado recordou a alta taxa de mortalidade infantil. A quem coloca restrições em casamentos mistos, o salesiano destaca os problemas do casamento infantil e outros flagelos que afligem os jovens: o tráfico de pessoas, drogas, subdesenvolvimento ...

 

"O povo de Myanmar, de todas as culturas e religiões, busca a paz e a prosperidade. Somente a paz pode trazer prosperidade. (...) Espero que o presidente e os partidos políticos desta grande nação tenham a visão e a coragem para resistir às políticas eleitorais míopes e os discursos nacionalistas exclusivistas", conclui o prelado.

 

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