Os caminhos de uma vida mágica

Sexta, 16 Outubro 2015 14:18 Escrito por  Juntos no Pátio
Neste ano em que Dom Bosco, o santo padroeiro dos mágicos, completa 200 anos, a revista Juntos no Pátio, da Rede Salesiana de Escolas, conversou com o salesiano Irmão Walmor Muniz Freitas, famoso na Família Salesiana pelo talento na educação dos jovens e na realização dos truques de mágica. Reproduzimos abaixo um trecho da entrevista.

Um mágico educador, um educador mágico. Aos 94 anos, residindo no Colégio Salesiano Santa Rosa, em Niterói, RJ, o salesiano irmão Walmor Muniz Freitas é um tesouro da Família de Dom Bosco. Nascido no dia 12 de maio de 1921, no Riachuelo, Rio de Janeiro, ele teve seu primeiro contato com os salesianos aos 8 anos, quando ingressou no oratório festivo do bairro.

Nas atividades do oratório, irmão Walmor começou a se interessar pela arte, em especial o teatro e a mágica, e se encantou também com as perspectivas de seguir a vida religiosa. Ao longo de sua bela trajetória, aprendeu e ensinou muitas coisas. Tornou-se salesiano aos 19 anos, dando início ao seu trabalho na casa de formação em Lorena, onde dava aulas e organizava um oratório para os jovens, colocando em prática sua vivência de infância.

Ao mesmo tempo em que desenvolveu a carreira artística, cultivou uma ampla formação acadêmica, sendo licenciado em Filosofia e Pedagogia no Rio de Janeiro, em Psicologia na Bélgica, em Língua e Literatura Francesa na França, e mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense.

Criou e organizou durante mais de quinze anos um dos festivais de mágica mais antigos do país, em Niterói, encantando os alunos com números de malabares e ilusionismo. A festa entrou no Livro dos Recordes, o Guiness Book, como o espetáculo de mágica com maior tempo de atividade ininterrupta.

 

Conte-nos um pouco sobre sua vida até chegar aos salesianos.

Irmão Walmor -Eu nasci pobre, meus pais eram filhos de escravos. Vieram para o Rio de Janeiro em busca de trabalho, depois que foram libertados. Meu pai tornou-se eletricista e trabalhou 40 anos neste ramo. Minha mãe, dona de casa, era uma boa cozinheira, uma boa lavadeira, uma boa mãe para os filhos. Nós éramos três irmãos. Minha família não tinha muitos conhecimentos de religião, nem práticas, mas um sentimento religioso muito forte.

Em 1929, eu tinha 8 anos e abriu no Riachuelo, onde nós morávamos, um oratório festivo, o Instituto São Francisco de Sales. Os padres eram muito bons, nos tratavam muito bem. Íamos para lá, ganhávamos balas, havia atividades que gostávamos como canto, declamação de poesia e teatro. Isso foi me ligando aos salesianos. Quando meu pai me colocou no Colégio Pedro II, eu estudava lá, mas não deixava de ir ao oratório.

No oratório ensinavam catecismo para os pequenos, sinal da cruz, ave-maria e o pai-nosso. A bondade que eles tinham era uma coisa muito proeminente. Eu gostava daquele trabalho, e aquela religiosidade deles foi passando para mim, foi abrindo meus olhos para uma vida futura. Comecei a ver a vida de outro jeito. Terminei o curso no Pedro II já com vistas na universidade, curso de Engenharia, mas comecei a pensar mais longe. E depois? No oratório, ouvindo os sermões e as palestras, decidi por esse futuro com os salesianos. Esse futuro sorria para mim com uma certa promessa.

Então me mandaram para Lorena, onde comecei a vida religiosa, como aspirante. Já tinha dado aula dois anos no Rio. Cheguei em Lorena para assumir o trabalho de professor. Então assumi esse serviço, dando aulas, cuidando do oratório festivo, fazendo essas coisas dos salesianos. Cantava para os meninos, organizava jogos de futebol e teatro.

 

Como o senhor descobriu o talento para a mágica?

Ir. Walmor -Quando fui para Lorena, já era salesiano, havia feito os primeiros votos. Estava encarregado de um oratório festivo quando veio o carnaval de 1944. Nesse período, fazíamos várias atividades no oratório: lá os meninos pobres ficavam horas jogando, brincando e aprendendo. No carnaval, fizemos uma programação de brincadeiras que nós entendíamos como tipicamente salesianas: corrida de saco, corrida com vela acesa, pau de sebo. A ideia era alegrar os meninos e tirá-los das ruas.

Para o terceiro dia, não tínhamos nada. Pensamos, “o que vamos fazer?” Éramos quatro irmãos e três clérigos (estudantes para padre). Eu inconscientemente falei: ah, se eu soubesse fazer mágicas. Por que disse aquilo? Quando menino, no oratório no Riachuelo, os salesianos contrataram um mágico para ir numa tarde se apresentar para a comunidade. Eu fiquei deslumbrando com aquilo. Toda vez que o mágico precisava de um menino, eu me dispunha e subia no palco.

Naquele momento, em Lorena, pelas impressões que ficaram em mim, a exclamação saiu inconscientemente: ah, se soubesse fazer mágica! Se soubesse, encheríamos esse terceiro dia com mágicas. Nem acabei de falar e os outros disseram: “Isso mesmo, vamos fazer mágica!” Eu disse: “Quem vai fazer mágica?”. “Você”, eles responderam. “Eu não sei, nunca fiz”, avisei para eles. Por fim, apareceram quatro ou cinco salesianos que moravam na casa e sabiam fazer alguma coisa. Fui atrás de cada um e passei uma noite quase sem dormir, sobressaltado, por ter que fazer algo que eu não sabia.

Aí comecei a forçar a lembrança do que tinha visto o mágico fazer na minha infância no oratório. Pegava alguns meninos, os mais espertos, para que eles dessem as respostas que eu queria. De modo que parecesse para o grande público que aquilo era uma coisa extraordinária. Então nós fizemos uma sessão de mágicas e hipnotismo. A grande força do mágico da minha infância era o hipnotismo. Passou o primeiro dia e foi um sucesso. A garotada ficou entusiasmada, todo mundo ficou satisfeito.

 

E aí você nunca mais parou?

Ir. Walmor -Sim. Um dia depois, um padre alemão me chamou e disse: “Onde você aprendeu a fazer hipnotismo?” Eu disse que não havia aprendido em lugar algum, que havia sido uma tapeação. E ele me disse: “Você pode não ter percebido, mas quando você olhava para os meninos, alguns até se empalideciam e agiam como se estivessem hipnotizados. Seria bom se você estudasse, porque você tem esse talento”.

Aquilo me impressionou bastante. Dali para frente, em todos os lugares onde íamos, pediam para eu fazer mágica. Em todas as casas salesianas pegou a fama de que eu era mágico. Comecei a arranjar livros de mágica e hipnotismo e comecei a estudar aquilo, sem encontrar nada que satisfizesse minha curiosidade. Não tinha muitos materiais de mágica. Fazia aparecer um anel dentro de um ovo, um lenço dentro de um jornal, coisas assim, mais simples e fáceis. Em 1948, fui para Cachoeira de Campo para ser assistente de uma divisão de 194 meninos e aconteciam aquelas grandes festas de Dom Bosco e Nossa Senhora. Em uma daquelas ocasiões, resolvi tentar fazer o que o mágico da minha infância tinha feito no Riachuelo.

Fui aprendendo a manipular as coisas, fazer aparecer ou desaparecer objetos só com os dedos. Aí de repente fiz um número mais difícil, das bolas. Você faz aparecer uma bola, depois duas, depois quatro, e então elas vão sumindo, até não haver bola, mas um lenço. Em Cachoeira do Campo, dei dois ou três espetáculos muito bons.

Mas a mágica não era só manipulação. Ela exige objetos próprios para os truques. Quando cheguei em Niterói, o padre diretor pediu para eu fazer mágicas para os internos, variando nos espetáculos. Eu disse: “Olha, padre, sei fazer alguma coisa, mas não faço mais porque não tenho material, custa caro”. E ele falou: “Manda buscar esse material que nós vamos pagar”. E assim foi. Aprendi a construir e a fazer vários objetos de mágica, com serrote e oficina. Comecei a apresentar números de mágica, sobretudo de hipnotismo, nas festas salesianas. Fui com a mala cheia de quinquilharias para Ponte Nova, Belo Horizonte, Barbacena, São João del-Rei, Brasília, São Paulo. Fui me apresentando nas casas salesianas e melhorando meu desempenho.

 

E então você entrou para o Clube dos Mágicos e depois fundou um festival de mágica?

Ir. Walmor - Tomei conhecimento de um clube de mágicos em 1956. Em conversa de mágico com mágico, vamos aprendendo a fazer as coisas. Todo mágico do clube tinha que ter um pseudônimo. O meu é Príncipe Negro.

Nesses últimos dez anos, chamava os mágicos no Rio, os melhores, para fazermos a festa de Dom Bosco em Niterói. Eles vinham. Têm muito respeito por Dom Bosco, que é o padroeiro dos mágicos. Cada um fazia dois ou três números. Uma hora e meia de espetáculo. Eu abria, fazia algumas, depois vinham os colegas.

Colaborou para a realização desta matéria a jornalista Bianca Piquet.

 

Leia a entrevista completa e outras matérias da Juntos no Pátio aqui.

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Última modificação em Sexta, 16 Outubro 2015 15:17

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Os caminhos de uma vida mágica

Sexta, 16 Outubro 2015 14:18 Escrito por  Juntos no Pátio
Neste ano em que Dom Bosco, o santo padroeiro dos mágicos, completa 200 anos, a revista Juntos no Pátio, da Rede Salesiana de Escolas, conversou com o salesiano Irmão Walmor Muniz Freitas, famoso na Família Salesiana pelo talento na educação dos jovens e na realização dos truques de mágica. Reproduzimos abaixo um trecho da entrevista.

Um mágico educador, um educador mágico. Aos 94 anos, residindo no Colégio Salesiano Santa Rosa, em Niterói, RJ, o salesiano irmão Walmor Muniz Freitas é um tesouro da Família de Dom Bosco. Nascido no dia 12 de maio de 1921, no Riachuelo, Rio de Janeiro, ele teve seu primeiro contato com os salesianos aos 8 anos, quando ingressou no oratório festivo do bairro.

Nas atividades do oratório, irmão Walmor começou a se interessar pela arte, em especial o teatro e a mágica, e se encantou também com as perspectivas de seguir a vida religiosa. Ao longo de sua bela trajetória, aprendeu e ensinou muitas coisas. Tornou-se salesiano aos 19 anos, dando início ao seu trabalho na casa de formação em Lorena, onde dava aulas e organizava um oratório para os jovens, colocando em prática sua vivência de infância.

Ao mesmo tempo em que desenvolveu a carreira artística, cultivou uma ampla formação acadêmica, sendo licenciado em Filosofia e Pedagogia no Rio de Janeiro, em Psicologia na Bélgica, em Língua e Literatura Francesa na França, e mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense.

Criou e organizou durante mais de quinze anos um dos festivais de mágica mais antigos do país, em Niterói, encantando os alunos com números de malabares e ilusionismo. A festa entrou no Livro dos Recordes, o Guiness Book, como o espetáculo de mágica com maior tempo de atividade ininterrupta.

 

Conte-nos um pouco sobre sua vida até chegar aos salesianos.

Irmão Walmor -Eu nasci pobre, meus pais eram filhos de escravos. Vieram para o Rio de Janeiro em busca de trabalho, depois que foram libertados. Meu pai tornou-se eletricista e trabalhou 40 anos neste ramo. Minha mãe, dona de casa, era uma boa cozinheira, uma boa lavadeira, uma boa mãe para os filhos. Nós éramos três irmãos. Minha família não tinha muitos conhecimentos de religião, nem práticas, mas um sentimento religioso muito forte.

Em 1929, eu tinha 8 anos e abriu no Riachuelo, onde nós morávamos, um oratório festivo, o Instituto São Francisco de Sales. Os padres eram muito bons, nos tratavam muito bem. Íamos para lá, ganhávamos balas, havia atividades que gostávamos como canto, declamação de poesia e teatro. Isso foi me ligando aos salesianos. Quando meu pai me colocou no Colégio Pedro II, eu estudava lá, mas não deixava de ir ao oratório.

No oratório ensinavam catecismo para os pequenos, sinal da cruz, ave-maria e o pai-nosso. A bondade que eles tinham era uma coisa muito proeminente. Eu gostava daquele trabalho, e aquela religiosidade deles foi passando para mim, foi abrindo meus olhos para uma vida futura. Comecei a ver a vida de outro jeito. Terminei o curso no Pedro II já com vistas na universidade, curso de Engenharia, mas comecei a pensar mais longe. E depois? No oratório, ouvindo os sermões e as palestras, decidi por esse futuro com os salesianos. Esse futuro sorria para mim com uma certa promessa.

Então me mandaram para Lorena, onde comecei a vida religiosa, como aspirante. Já tinha dado aula dois anos no Rio. Cheguei em Lorena para assumir o trabalho de professor. Então assumi esse serviço, dando aulas, cuidando do oratório festivo, fazendo essas coisas dos salesianos. Cantava para os meninos, organizava jogos de futebol e teatro.

 

Como o senhor descobriu o talento para a mágica?

Ir. Walmor -Quando fui para Lorena, já era salesiano, havia feito os primeiros votos. Estava encarregado de um oratório festivo quando veio o carnaval de 1944. Nesse período, fazíamos várias atividades no oratório: lá os meninos pobres ficavam horas jogando, brincando e aprendendo. No carnaval, fizemos uma programação de brincadeiras que nós entendíamos como tipicamente salesianas: corrida de saco, corrida com vela acesa, pau de sebo. A ideia era alegrar os meninos e tirá-los das ruas.

Para o terceiro dia, não tínhamos nada. Pensamos, “o que vamos fazer?” Éramos quatro irmãos e três clérigos (estudantes para padre). Eu inconscientemente falei: ah, se eu soubesse fazer mágicas. Por que disse aquilo? Quando menino, no oratório no Riachuelo, os salesianos contrataram um mágico para ir numa tarde se apresentar para a comunidade. Eu fiquei deslumbrando com aquilo. Toda vez que o mágico precisava de um menino, eu me dispunha e subia no palco.

Naquele momento, em Lorena, pelas impressões que ficaram em mim, a exclamação saiu inconscientemente: ah, se soubesse fazer mágica! Se soubesse, encheríamos esse terceiro dia com mágicas. Nem acabei de falar e os outros disseram: “Isso mesmo, vamos fazer mágica!” Eu disse: “Quem vai fazer mágica?”. “Você”, eles responderam. “Eu não sei, nunca fiz”, avisei para eles. Por fim, apareceram quatro ou cinco salesianos que moravam na casa e sabiam fazer alguma coisa. Fui atrás de cada um e passei uma noite quase sem dormir, sobressaltado, por ter que fazer algo que eu não sabia.

Aí comecei a forçar a lembrança do que tinha visto o mágico fazer na minha infância no oratório. Pegava alguns meninos, os mais espertos, para que eles dessem as respostas que eu queria. De modo que parecesse para o grande público que aquilo era uma coisa extraordinária. Então nós fizemos uma sessão de mágicas e hipnotismo. A grande força do mágico da minha infância era o hipnotismo. Passou o primeiro dia e foi um sucesso. A garotada ficou entusiasmada, todo mundo ficou satisfeito.

 

E aí você nunca mais parou?

Ir. Walmor -Sim. Um dia depois, um padre alemão me chamou e disse: “Onde você aprendeu a fazer hipnotismo?” Eu disse que não havia aprendido em lugar algum, que havia sido uma tapeação. E ele me disse: “Você pode não ter percebido, mas quando você olhava para os meninos, alguns até se empalideciam e agiam como se estivessem hipnotizados. Seria bom se você estudasse, porque você tem esse talento”.

Aquilo me impressionou bastante. Dali para frente, em todos os lugares onde íamos, pediam para eu fazer mágica. Em todas as casas salesianas pegou a fama de que eu era mágico. Comecei a arranjar livros de mágica e hipnotismo e comecei a estudar aquilo, sem encontrar nada que satisfizesse minha curiosidade. Não tinha muitos materiais de mágica. Fazia aparecer um anel dentro de um ovo, um lenço dentro de um jornal, coisas assim, mais simples e fáceis. Em 1948, fui para Cachoeira de Campo para ser assistente de uma divisão de 194 meninos e aconteciam aquelas grandes festas de Dom Bosco e Nossa Senhora. Em uma daquelas ocasiões, resolvi tentar fazer o que o mágico da minha infância tinha feito no Riachuelo.

Fui aprendendo a manipular as coisas, fazer aparecer ou desaparecer objetos só com os dedos. Aí de repente fiz um número mais difícil, das bolas. Você faz aparecer uma bola, depois duas, depois quatro, e então elas vão sumindo, até não haver bola, mas um lenço. Em Cachoeira do Campo, dei dois ou três espetáculos muito bons.

Mas a mágica não era só manipulação. Ela exige objetos próprios para os truques. Quando cheguei em Niterói, o padre diretor pediu para eu fazer mágicas para os internos, variando nos espetáculos. Eu disse: “Olha, padre, sei fazer alguma coisa, mas não faço mais porque não tenho material, custa caro”. E ele falou: “Manda buscar esse material que nós vamos pagar”. E assim foi. Aprendi a construir e a fazer vários objetos de mágica, com serrote e oficina. Comecei a apresentar números de mágica, sobretudo de hipnotismo, nas festas salesianas. Fui com a mala cheia de quinquilharias para Ponte Nova, Belo Horizonte, Barbacena, São João del-Rei, Brasília, São Paulo. Fui me apresentando nas casas salesianas e melhorando meu desempenho.

 

E então você entrou para o Clube dos Mágicos e depois fundou um festival de mágica?

Ir. Walmor - Tomei conhecimento de um clube de mágicos em 1956. Em conversa de mágico com mágico, vamos aprendendo a fazer as coisas. Todo mágico do clube tinha que ter um pseudônimo. O meu é Príncipe Negro.

Nesses últimos dez anos, chamava os mágicos no Rio, os melhores, para fazermos a festa de Dom Bosco em Niterói. Eles vinham. Têm muito respeito por Dom Bosco, que é o padroeiro dos mágicos. Cada um fazia dois ou três números. Uma hora e meia de espetáculo. Eu abria, fazia algumas, depois vinham os colegas.

Colaborou para a realização desta matéria a jornalista Bianca Piquet.

 

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