100 anos da Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora

Sexta, 08 Janeiro 2016 12:38 Escrito por  Marcones da Silva Nascimento
 De 5 a 8 de dezembro de 2015, a comunidade Salesiana São Sebastião celebrou o tradicional Tríduo a Nossa Senhora Imaculada Conceição. Dentro destes festejos foram comemorados os 100 anos da construção da Basílica da Mãe Auxiliadora, Santuário que representa um grande marco da devoção a Mãe de Deus na cidade de Jaboatão dos Guararapes, PE.

 

Os formandos da Colônia Salesiana de Jaboatão prepararam, com muita dedicação, toda a programação deste Tríduo. As paróquias de Santo Amaro, São Pedro e Nossa Senhora Aparecida estiveram presentes para abrilhantar mais ainda os festejos. No corredor da Igreja os fiéis podiam apreciar uma linda exposição histórica com fotos, textos e objetos sacros antigos que eram utilizados nas celebrações, dentre eles, o cálice que era utilizado pelo padre Antonio Véllar, grande devoto de Maria Auxiliadora, responsável pela construção do Santuário.  

 

Para encerrar este momento, uma procissão saiu da Capela de São Sebastião, no Lote 92, até a Basílica. Lá foi celebrada a Solenidade da Imaculada Conceição. Estiveram concelebrando os padres Carlos Júnior, responsável pela formação dos aspirantes e pré-noviços da comunidade, o ecônomo padre José Venturelli, o confessor da casa padre José Sianko. O diretor da Colônia Salesiana e reitor da Basílica de Nossa Senhora, padre Rondon de Andrade, coroou solenemente a imagem da Augusta Rainha dos Céus, repetindo assim o mesmo gesto feito por dom Luís Raimundo Brito, arcebispo de Olinda e Recife, há 100 anos. Todos os fiéis se emocionaram ao ver o quanto a Mãe de Deus olha por nós lá no Céu.

 

Construção

 

A Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora é construída sob uma imensa rocha que foi abençoada em 1905 por dom Luís Raimundo Brito, arcebispo de Olinda e Recife, logo no ano seguinte, em 1906, iniciaram os trabalhos para a construção do Santuário, sob a direção do padre Antonio Véllar, grande devoto de Nossa Senhora. Padre Antonio trabalhou incansavelmente, buscando sempre doações para a conclusão da obra, tão bem se adiantou a construção iniciada em 1906 que, no dia 24 de maio de 1909, festa de Nossa Senhora Auxiliadora, realizou-se a primeira função no santuário. Às oito e meia, ao som festivo da banda e do canto das ladainhas, desdobrou-se a procissão da capela, na parte habitada ao sopé da colina até o santuário que, embora inacabado, já apresentava o belo e majestoso aspecto. Celebrou-se, então, a primeira missa solene e, após receber a benção de Maria Santíssima, os fiéis se dispersaram com os corações repletos de alegria.

 

No dia 5 de dezembro de 1915 na presença de uma multidão de fiéis, entre essas  muitas pessoas de destaques, como o governador general Dantas Barreto, o governador eleito Manoel Borba, os prefeitos de Jaboatão, o inspetor padre Rota, o delegado inspetorial padre Giordano e os diretores das várias casas salesianas do Norte , dom Luís consagrou solenemente o santuário de Nossa Senhora Auxiliadora, três dias depois, no dia 8 de dezembro. Dom Luís coroou solenemente a imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, esta que foi confeccionada em Tirol na Áustria, ao perorar sua fervorosa oração, dom Luís suplica confiante:

 

‘Maria imaculada, Mãe de Deus e Mãe minha amabilíssima! coroando-vos hoje, vosso pobre filho, aqui na terra, com esta riquíssima coroa, ele nada mais vos pede, se não que o coroeis amanhã no céu com a coroa magnífica e luminosa de vossas bênçãos divinas! rogai por mim a Jesus!’’, e na manhã seguinte faleceu de repente.

 

No ano de 1916 o Santuário foi agregado à patriarcal Basílica Vaticana, por documento assinado pelo então Acerdiago da Basílica, cardeal Merry del Val. Por este ato ficou o santuário enriquecido com o título de basílica menor com todas as honras e privilégios inerentes.

 

Arquitetura

 

O projeto Arquitetônico da Basílica foi elaborado pelo coadjutor Domingos Delpiano (1844-1920). Domingos nasceu em Castelnuovo d´Asti. Entrou para o Colégio Salesiano de Marselha em 1875, onde conheceu Dom Bosco, quando já estudava arquitetura. Professou em 1881 e fez parte da turma fundadora do Colégio de Niterói.

 

O Santuário possui peças riquíssimas de grande valor histórico como a imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, que é esculpida em madeira, pintada em cores naturais, com 130 centímetros de altura. O altar–mor, de mármore, é trabalhado das escolas profissionais Salesianas de São Paulo, dádiva dos ex-alunos do Colégio Salesiano do Recife, conforme proposta aprovada na reunião do ano de 1909, em Jaboatão. A Pia batismal deste Santuário possui mais de 100 anos, que começou a funcionar desde 1914, por concessão especial do bispo diocesano, foi um presente do doutor Gonzaga Macujé, que a retirou da capelinha do engenho deste nome, em Jaboatão, onde por muitos anos, tinha servido para batizados.

 

Em 25 de agosto de 1946, aproveitando a vinda do padre Carlos Leôncio ao Nordeste se fez a transladação dos restos mortais do padre Véllar, do cemitério de Jaboatão; para encaixá-los na parede do santuário, no mesmo lugar onde ele confessava, sob os olhares de N.S Auxiliadora. Mediante sequência da preservação e respeito aos mortos se construiu uma cripta para os ossos dos salesianos. Sendo inaugurada no dia 2 de novembro de 1948, mais tarde sendo transportados para a sacristia. 

 

Fontes Históricas: Acervo Bibliotecário da Comunidade Salesiana da Colônia.

 

Texto: Marcones da Silva Nascimento – Aspirante Salesiano e Sacristão da Basílica de Nossa Senhora

 

 

 

Avalie este item
(0 votos)
Última modificação em Quarta, 13 Janeiro 2016 16:36

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.


100 anos da Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora

Sexta, 08 Janeiro 2016 12:38 Escrito por  Marcones da Silva Nascimento
 De 5 a 8 de dezembro de 2015, a comunidade Salesiana São Sebastião celebrou o tradicional Tríduo a Nossa Senhora Imaculada Conceição. Dentro destes festejos foram comemorados os 100 anos da construção da Basílica da Mãe Auxiliadora, Santuário que representa um grande marco da devoção a Mãe de Deus na cidade de Jaboatão dos Guararapes, PE.

 

Os formandos da Colônia Salesiana de Jaboatão prepararam, com muita dedicação, toda a programação deste Tríduo. As paróquias de Santo Amaro, São Pedro e Nossa Senhora Aparecida estiveram presentes para abrilhantar mais ainda os festejos. No corredor da Igreja os fiéis podiam apreciar uma linda exposição histórica com fotos, textos e objetos sacros antigos que eram utilizados nas celebrações, dentre eles, o cálice que era utilizado pelo padre Antonio Véllar, grande devoto de Maria Auxiliadora, responsável pela construção do Santuário.  

 

Para encerrar este momento, uma procissão saiu da Capela de São Sebastião, no Lote 92, até a Basílica. Lá foi celebrada a Solenidade da Imaculada Conceição. Estiveram concelebrando os padres Carlos Júnior, responsável pela formação dos aspirantes e pré-noviços da comunidade, o ecônomo padre José Venturelli, o confessor da casa padre José Sianko. O diretor da Colônia Salesiana e reitor da Basílica de Nossa Senhora, padre Rondon de Andrade, coroou solenemente a imagem da Augusta Rainha dos Céus, repetindo assim o mesmo gesto feito por dom Luís Raimundo Brito, arcebispo de Olinda e Recife, há 100 anos. Todos os fiéis se emocionaram ao ver o quanto a Mãe de Deus olha por nós lá no Céu.

 

Construção

 

A Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora é construída sob uma imensa rocha que foi abençoada em 1905 por dom Luís Raimundo Brito, arcebispo de Olinda e Recife, logo no ano seguinte, em 1906, iniciaram os trabalhos para a construção do Santuário, sob a direção do padre Antonio Véllar, grande devoto de Nossa Senhora. Padre Antonio trabalhou incansavelmente, buscando sempre doações para a conclusão da obra, tão bem se adiantou a construção iniciada em 1906 que, no dia 24 de maio de 1909, festa de Nossa Senhora Auxiliadora, realizou-se a primeira função no santuário. Às oito e meia, ao som festivo da banda e do canto das ladainhas, desdobrou-se a procissão da capela, na parte habitada ao sopé da colina até o santuário que, embora inacabado, já apresentava o belo e majestoso aspecto. Celebrou-se, então, a primeira missa solene e, após receber a benção de Maria Santíssima, os fiéis se dispersaram com os corações repletos de alegria.

 

No dia 5 de dezembro de 1915 na presença de uma multidão de fiéis, entre essas  muitas pessoas de destaques, como o governador general Dantas Barreto, o governador eleito Manoel Borba, os prefeitos de Jaboatão, o inspetor padre Rota, o delegado inspetorial padre Giordano e os diretores das várias casas salesianas do Norte , dom Luís consagrou solenemente o santuário de Nossa Senhora Auxiliadora, três dias depois, no dia 8 de dezembro. Dom Luís coroou solenemente a imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, esta que foi confeccionada em Tirol na Áustria, ao perorar sua fervorosa oração, dom Luís suplica confiante:

 

‘Maria imaculada, Mãe de Deus e Mãe minha amabilíssima! coroando-vos hoje, vosso pobre filho, aqui na terra, com esta riquíssima coroa, ele nada mais vos pede, se não que o coroeis amanhã no céu com a coroa magnífica e luminosa de vossas bênçãos divinas! rogai por mim a Jesus!’’, e na manhã seguinte faleceu de repente.

 

No ano de 1916 o Santuário foi agregado à patriarcal Basílica Vaticana, por documento assinado pelo então Acerdiago da Basílica, cardeal Merry del Val. Por este ato ficou o santuário enriquecido com o título de basílica menor com todas as honras e privilégios inerentes.

 

Arquitetura

 

O projeto Arquitetônico da Basílica foi elaborado pelo coadjutor Domingos Delpiano (1844-1920). Domingos nasceu em Castelnuovo d´Asti. Entrou para o Colégio Salesiano de Marselha em 1875, onde conheceu Dom Bosco, quando já estudava arquitetura. Professou em 1881 e fez parte da turma fundadora do Colégio de Niterói.

 

O Santuário possui peças riquíssimas de grande valor histórico como a imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, que é esculpida em madeira, pintada em cores naturais, com 130 centímetros de altura. O altar–mor, de mármore, é trabalhado das escolas profissionais Salesianas de São Paulo, dádiva dos ex-alunos do Colégio Salesiano do Recife, conforme proposta aprovada na reunião do ano de 1909, em Jaboatão. A Pia batismal deste Santuário possui mais de 100 anos, que começou a funcionar desde 1914, por concessão especial do bispo diocesano, foi um presente do doutor Gonzaga Macujé, que a retirou da capelinha do engenho deste nome, em Jaboatão, onde por muitos anos, tinha servido para batizados.

 

Em 25 de agosto de 1946, aproveitando a vinda do padre Carlos Leôncio ao Nordeste se fez a transladação dos restos mortais do padre Véllar, do cemitério de Jaboatão; para encaixá-los na parede do santuário, no mesmo lugar onde ele confessava, sob os olhares de N.S Auxiliadora. Mediante sequência da preservação e respeito aos mortos se construiu uma cripta para os ossos dos salesianos. Sendo inaugurada no dia 2 de novembro de 1948, mais tarde sendo transportados para a sacristia. 

 

Fontes Históricas: Acervo Bibliotecário da Comunidade Salesiana da Colônia.

 

Texto: Marcones da Silva Nascimento – Aspirante Salesiano e Sacristão da Basílica de Nossa Senhora

 

 

 

Avalie este item
(0 votos)
Última modificação em Quarta, 13 Janeiro 2016 16:36

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.