Os bispos da Venezuela com o Papa

Sexta, 09 Junho 2017 11:30 Escrito por  ANS - Cidade do Vaticano
“O Papa tem força moral  para  falar aos governos e aos povos, e nós esperamos que haja uma missão internacional, uma ajuda... A Santa Sé pode fazer muito para iluminar a nossa situação”. Foi o que afirmou Dom Diego Padrón, Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), ao final da audiência privada com o Papa Francisco pedida expressamente pela Presidência CEV e que se deu ontem, 8 de junho.
 
O encontro do Papa com os prelados venezuelanos ,contou com a delegação composta pelo  Presidente,,  dois Vice-Presidentes, Secretário e pelos cardeais Jorge Urosa Savino e Baltazar Porras, respectivamente arcebispos de Caracas e Merida. A reunião durou cerca de meia hora e não foi acompanhada do habitual comunicado de imprensa da Santa Sé.
 
"O Papa , que ontem encontrou-se com os jornalistas, mostrou-se muito comovido ao tomar conhecimento do “modo com que o povo sofre, e renovou o seu apoio aos bispos, dizendo-lhes para continuarem a acompanhar o povo e referir-se à carta enviada no ano passado pelo Secretário de Estado Vaticano, Card. Pietro Parolin, que conhece bem a realidade da Venezuela tendo sido Núncio Apostólico no País de 2009 a 2013", testemunhou Dom Pedron.
 
"Nessa carta eram indicados quatro pontos para sair da crise atual, a cargo do Governo: necessidade de um canal humanitário, reconhecimento do Parlamento, libertação dos presos políticos e eleições livres", prosseguiu.
 
Os bispos, por sua vez, entregaram ao Papa uma lista com as 66 vítimas da repressão e novos dados estatísticos sobre a crise humanitária, mas também sublinharam que a Conferência Episcopal não tem interesse em “confrontar-se com o governo”, porque os bispos “não representam qualquer linha, a não ser a linha pastoral”; e mais, foram até o Papa e procuram “defender o nosso povo”, cientes de que a situação é tal que há necessidade de ajuda, de remédios, alimento, e do direito de manifestação.
 
Após a audiência com o Papa os bispos venezuelanos foram recebidos pelo Secretário de Estado Vaticano, Card. Pietro Parolin.
 
A Santa Sé acompanha com atenção o desenrolar-se da situação na Venezuela: em 2016 foi sujeito facilitador com a União das Nações da América do Sul na mesa de mediação entre governo e oposição; e ainda recentemente o Papa dirigiu apelos e mensagens à sociedade e aos bispos para encontrarem soluções pacíficas para a crise humanitária.
 
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Os bispos da Venezuela com o Papa

Sexta, 09 Junho 2017 11:30 Escrito por  ANS - Cidade do Vaticano
“O Papa tem força moral  para  falar aos governos e aos povos, e nós esperamos que haja uma missão internacional, uma ajuda... A Santa Sé pode fazer muito para iluminar a nossa situação”. Foi o que afirmou Dom Diego Padrón, Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), ao final da audiência privada com o Papa Francisco pedida expressamente pela Presidência CEV e que se deu ontem, 8 de junho.
 
O encontro do Papa com os prelados venezuelanos ,contou com a delegação composta pelo  Presidente,,  dois Vice-Presidentes, Secretário e pelos cardeais Jorge Urosa Savino e Baltazar Porras, respectivamente arcebispos de Caracas e Merida. A reunião durou cerca de meia hora e não foi acompanhada do habitual comunicado de imprensa da Santa Sé.
 
"O Papa , que ontem encontrou-se com os jornalistas, mostrou-se muito comovido ao tomar conhecimento do “modo com que o povo sofre, e renovou o seu apoio aos bispos, dizendo-lhes para continuarem a acompanhar o povo e referir-se à carta enviada no ano passado pelo Secretário de Estado Vaticano, Card. Pietro Parolin, que conhece bem a realidade da Venezuela tendo sido Núncio Apostólico no País de 2009 a 2013", testemunhou Dom Pedron.
 
"Nessa carta eram indicados quatro pontos para sair da crise atual, a cargo do Governo: necessidade de um canal humanitário, reconhecimento do Parlamento, libertação dos presos políticos e eleições livres", prosseguiu.
 
Os bispos, por sua vez, entregaram ao Papa uma lista com as 66 vítimas da repressão e novos dados estatísticos sobre a crise humanitária, mas também sublinharam que a Conferência Episcopal não tem interesse em “confrontar-se com o governo”, porque os bispos “não representam qualquer linha, a não ser a linha pastoral”; e mais, foram até o Papa e procuram “defender o nosso povo”, cientes de que a situação é tal que há necessidade de ajuda, de remédios, alimento, e do direito de manifestação.
 
Após a audiência com o Papa os bispos venezuelanos foram recebidos pelo Secretário de Estado Vaticano, Card. Pietro Parolin.
 
A Santa Sé acompanha com atenção o desenrolar-se da situação na Venezuela: em 2016 foi sujeito facilitador com a União das Nações da América do Sul na mesa de mediação entre governo e oposição; e ainda recentemente o Papa dirigiu apelos e mensagens à sociedade e aos bispos para encontrarem soluções pacíficas para a crise humanitária.
 
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