Jovens santos para renovar a Igreja e o mundo

Segunda, 29 Outubro 2018 12:20 Escrito por  Com informações: ANS, Vatican News e Portal das FMA
Vinte e seis dias de trabalho, mais de 300 pessoas envolvidas, entre Padres sinodais, especialistas e auditores, 14 círculos linguísticos menores para os trabalhos em grupo... Depois de todo esse empenho, o que ficou, no final do Sínodo dos Bispos sobre "Juventude, fé e discernimento vocacional"?  

A Assembleia do Sínodo dos Bispos, realizada de 3 a 28 de outubro de 2018, no Vaticano, certamente produziu um Documento Final rico em orientações. Com 166 parágrafos – votados um a um pelos Padres Sinodais – o documento trata de vários tópicos relacionados ao mundo da juventude, entre os quais: o papel das paróquias, o acolhimento dos migrantes, as condições de vulnerabilidade, a sexualidade, a liturgia, a formação conjugal, os espaços digitais, os diferentes tipos de abusos e a missionariedade.

 

Mas o Papa Francisco considera que é preciso mais: “O resultado do Sínodo não é o documento. Nós o aprovamos, agora o Espírito nos dá o documento para que trabalhe no nosso coração”. Em seu discurso na Assembleia Sinodal, o Santo Padre esclareceu que um sínodo não é um parlamento, mas sim “um espaço protegido para que o Espírito Santo possa agir”. E que neste Sínodo realizado com e para os jovens, a verdadeira riqueza produzida está no conhecimento que a Igreja adquiriu sobre o mundo juvenil; está na consciência de que a Igreja e o mundo necessitam do entusiasmo e da energia da juventude.

 

Participação da juventude

A grande novidade deste Sínodo é que ele foi todo preparado não apenas para, mas com os jovens. Foi realizada uma reunião pré-sinodal, em março; houve um questionário online, respondido por mais de 100 mil jovens de todo o mundo, e 34 jovens foram convidados a participar presencialmente do Sínodo, com direito a voz.

 

Ao encerrarem os trabalhos, os Padres Sinodais também dirigiram uma palavra diretamente aos jovens, em uma carta na qual afirmam simplesmente: “Desejamos ser colaboradores de sua alegria para que suas expectativas se transformem em ideais”. Na Carta aos Jovens, os bispos e a Igreja reconhecem suas fraquezas e pecados, mas esperam que estes não representem um obstáculo para a confiança dos jovens de que a Igreja, como Mãe, está pronta para acompanhá-los sempre. Declaram também que “a Igreja e o mundo precisam urgentemente de seu entusiasmo” e pedem aos jovens que “sejam companheiros de estrada dos mais frágeis, dos pobres, dos feridos pela vida. Vocês são o presente, sejam o futuro mais luminoso”.

 

Papa Francisco

Na missa de encerramento do Sínodo, o Papa Francisco mais uma vez colocou os jovens como interlocutores diretos: “Gostaria de dizer aos jovens, em nome de todos nós, adultos: desculpai, se muitas vezes não vos escutamos; se, em vez de vos abrir o coração, vos enchemos os ouvidos”. Em sua homilia, ele resumiu em três palavras o que se espera da Igreja após a realização da Assembleia Sinodal: escuta, proximidade e testemunho.

 

“O primeiro passo para ajudar o caminho da fé: escutar. É o apostolado do ouvido: escutar, antes de falar”, afirmou o Pontífice. Em seguida, ressaltou que os pastores da Igreja não podem ser doutrinaristas ou ativistas: “Somos chamados a levar para a frente a obra de Deus segundo o modo de Deus, na proximidade: unidos intimamente a Ele, em comunhão entre nós, próximos dos irmãos. Proximidade: aqui está o segredo para transmitir, não algum aspecto secundário, mas o coração da fé”.

 

Para o Papa Francisco, “testemunhar é o terceiro passo. Não é cristão esperar que os irmãos inquietos batam às nossas portas; somos nós que devemos ir ter com eles, não lhes levando a nós mesmos, mas lhes levando Jesus”.

 

 

 

Salesianos no Sínodo

A participação da Família Salesiana no Sínodo foi muito expressiva, a começar pelo padre Rossano Sala, secretário especial para o Sínodo dos Bispos. Dom Charles Maung Bo, arcebispo de Yangun, foi um dos presidentes-delegados. Outros 16 bispos salesianos eleitos por suas conferências episcopais estiveram presentes, entre os quais dom Eduardo Pinheiro da Silva, bispo de Jaboticabal, SP, que já foi presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, no período de 2011 a 2015. Também participou, indicado pela União dos Superiores Gerais (USG), o Reitor-mor dos Salesianos, padre Ángel Fernández Artime.

 

Em uma de suas falas durante o Sínodo, padre Ángel Artime expressou a necessidade de que a Igreja acolha todos os jovens: “Todos os jovens são os nossos jovens. Não há jovens ‘de dentro’ e jovens ‘de fora’. Acho que devemos transmitir isso ao mundo: que a Igreja e seus pastores vejam todos os jovens como seus jovens, nossos jovens, porque ninguém deve sentir-se excluído. Eles devem sentir que os acolhemos, independentemente de sua situação e de sua história de vida”.

 

Entre os ouvintes, destacaram-se ainda duas Filhas de Maria Auxiliadora: a irmã Alessandra Smerilli, docente de Economia Política e membro do comitê científico e organizador das semanas sociais católicas da Conferência Episcopal Italiana, e a irmã Lucy Muthoni Nderi, doutoranda em Psicologia da Educação e educadora social.

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Última modificação em Quarta, 12 Dezembro 2018 08:13

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Jovens santos para renovar a Igreja e o mundo

Segunda, 29 Outubro 2018 12:20 Escrito por  Com informações: ANS, Vatican News e Portal das FMA
Vinte e seis dias de trabalho, mais de 300 pessoas envolvidas, entre Padres sinodais, especialistas e auditores, 14 círculos linguísticos menores para os trabalhos em grupo... Depois de todo esse empenho, o que ficou, no final do Sínodo dos Bispos sobre "Juventude, fé e discernimento vocacional"?  

A Assembleia do Sínodo dos Bispos, realizada de 3 a 28 de outubro de 2018, no Vaticano, certamente produziu um Documento Final rico em orientações. Com 166 parágrafos – votados um a um pelos Padres Sinodais – o documento trata de vários tópicos relacionados ao mundo da juventude, entre os quais: o papel das paróquias, o acolhimento dos migrantes, as condições de vulnerabilidade, a sexualidade, a liturgia, a formação conjugal, os espaços digitais, os diferentes tipos de abusos e a missionariedade.

 

Mas o Papa Francisco considera que é preciso mais: “O resultado do Sínodo não é o documento. Nós o aprovamos, agora o Espírito nos dá o documento para que trabalhe no nosso coração”. Em seu discurso na Assembleia Sinodal, o Santo Padre esclareceu que um sínodo não é um parlamento, mas sim “um espaço protegido para que o Espírito Santo possa agir”. E que neste Sínodo realizado com e para os jovens, a verdadeira riqueza produzida está no conhecimento que a Igreja adquiriu sobre o mundo juvenil; está na consciência de que a Igreja e o mundo necessitam do entusiasmo e da energia da juventude.

 

Participação da juventude

A grande novidade deste Sínodo é que ele foi todo preparado não apenas para, mas com os jovens. Foi realizada uma reunião pré-sinodal, em março; houve um questionário online, respondido por mais de 100 mil jovens de todo o mundo, e 34 jovens foram convidados a participar presencialmente do Sínodo, com direito a voz.

 

Ao encerrarem os trabalhos, os Padres Sinodais também dirigiram uma palavra diretamente aos jovens, em uma carta na qual afirmam simplesmente: “Desejamos ser colaboradores de sua alegria para que suas expectativas se transformem em ideais”. Na Carta aos Jovens, os bispos e a Igreja reconhecem suas fraquezas e pecados, mas esperam que estes não representem um obstáculo para a confiança dos jovens de que a Igreja, como Mãe, está pronta para acompanhá-los sempre. Declaram também que “a Igreja e o mundo precisam urgentemente de seu entusiasmo” e pedem aos jovens que “sejam companheiros de estrada dos mais frágeis, dos pobres, dos feridos pela vida. Vocês são o presente, sejam o futuro mais luminoso”.

 

Papa Francisco

Na missa de encerramento do Sínodo, o Papa Francisco mais uma vez colocou os jovens como interlocutores diretos: “Gostaria de dizer aos jovens, em nome de todos nós, adultos: desculpai, se muitas vezes não vos escutamos; se, em vez de vos abrir o coração, vos enchemos os ouvidos”. Em sua homilia, ele resumiu em três palavras o que se espera da Igreja após a realização da Assembleia Sinodal: escuta, proximidade e testemunho.

 

“O primeiro passo para ajudar o caminho da fé: escutar. É o apostolado do ouvido: escutar, antes de falar”, afirmou o Pontífice. Em seguida, ressaltou que os pastores da Igreja não podem ser doutrinaristas ou ativistas: “Somos chamados a levar para a frente a obra de Deus segundo o modo de Deus, na proximidade: unidos intimamente a Ele, em comunhão entre nós, próximos dos irmãos. Proximidade: aqui está o segredo para transmitir, não algum aspecto secundário, mas o coração da fé”.

 

Para o Papa Francisco, “testemunhar é o terceiro passo. Não é cristão esperar que os irmãos inquietos batam às nossas portas; somos nós que devemos ir ter com eles, não lhes levando a nós mesmos, mas lhes levando Jesus”.

 

 

 

Salesianos no Sínodo

A participação da Família Salesiana no Sínodo foi muito expressiva, a começar pelo padre Rossano Sala, secretário especial para o Sínodo dos Bispos. Dom Charles Maung Bo, arcebispo de Yangun, foi um dos presidentes-delegados. Outros 16 bispos salesianos eleitos por suas conferências episcopais estiveram presentes, entre os quais dom Eduardo Pinheiro da Silva, bispo de Jaboticabal, SP, que já foi presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, no período de 2011 a 2015. Também participou, indicado pela União dos Superiores Gerais (USG), o Reitor-mor dos Salesianos, padre Ángel Fernández Artime.

 

Em uma de suas falas durante o Sínodo, padre Ángel Artime expressou a necessidade de que a Igreja acolha todos os jovens: “Todos os jovens são os nossos jovens. Não há jovens ‘de dentro’ e jovens ‘de fora’. Acho que devemos transmitir isso ao mundo: que a Igreja e seus pastores vejam todos os jovens como seus jovens, nossos jovens, porque ninguém deve sentir-se excluído. Eles devem sentir que os acolhemos, independentemente de sua situação e de sua história de vida”.

 

Entre os ouvintes, destacaram-se ainda duas Filhas de Maria Auxiliadora: a irmã Alessandra Smerilli, docente de Economia Política e membro do comitê científico e organizador das semanas sociais católicas da Conferência Episcopal Italiana, e a irmã Lucy Muthoni Nderi, doutoranda em Psicologia da Educação e educadora social.

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