A visita do Reitor-Mor às aldeias indígenas de Meruri e São Marcos

Terça, 12 Março 2024 12:12 Escrito por  Euclides Fernandes
Desde o anúncio da Visita de Animação do Reitor-Mor, Cardeal Ángel Fernández Artime, à Inspetoria do Brasil-Campo Grande, os encontros com os povos Boe-Bororo e Xavante foram previstos como as etapas mais significativas da viagem.  

 

E agora que o X Sucessor de Dom Bosco se encontra de fato nas missões salesianas a eles dedicadas, transparece mais uma vez toda a atenção da Família Salesiana a esses Povos, ricos de história, de tradições e de cultura, embora muitas vezes colocados em condição de risco de exclusão social.

 

Missionários Salesianos e Filhas de Maria Auxiliadora vindos das presenças de Meruri, Barra do Garças, Primavera do Leste, Poxoréu, Nova Xavantina e Campinápolis tiveram um encontro para diálogo fraterno com o Cardeal, na tarde do domingo (10/03): eles ouviram atentos as palavras do Reitor-mor, e este, por sua vez, procurou escutar as histórias e desabafos de cada um dos irmãos e irmãs presentes.

 

Em seguida, foi a vez das lideranças indígenas Boe-bororo se reunirem com o Reitor-Mor, sempre acompanhado do inspetor da MSMT, padre Ricardo Carlos, e do diretor da presença salesiana de Meruri, padre Ângelo César Cenerino. Os anciãos indígenas relataram a situação vivida pela comunidade, os seus sonhos e esperanças, e ouviram palavras de sabedoria do Cardeal.

 

Ao final do dia, salesianos e indígenas se reuniram ao redor da ‘cruz dos mártires’, no pátio da presença salesiana, para a oração do Santo Terço. Após a oração, o Reitor-Mor deu o tradicional ‘Boa Noite’ aos presentes. Ele destacou a importância dos encontros realizados durante o dia, falou da sacralidade do lugar onde estavam, tanto por ser o local de sacrifício do Padre Rodolfo Lunkenbein e de Simão Bororo, como por ser a igreja doméstica da família, um lugar onde Deus realmente se manifesta com suas bênçãos.

 

Em Meruri, homenagem aos primeiros salesianos

Na manhã da segunda-feira (11/03), o Cardeal visitou a região dos “Tachos” aonde chegaram os primeiros missionários salesianos em Meruri. Não foi possível chegar ao local preciso onde estão enterrados quatro missionários salesianos, devido às condições das estradas após as intensas chuvas que caíram na região neste domingo.

 

No ponto alto da estrada, aonde foi possível chegar, o Cardeal, acompanhado do inspetor e do bispo de Barra do Garças, Dom Paulo Renato Fernandes Gonçalves de Campos, ouviram o relato dos primeiros missionários registrado nas cartas históricas que, nesta ocasião, foram lidas pelo padre João Bosco Monteiro Maciel.

 

Após a leitura, o Reitor-mor salesiano dirigiu a “bênção de Nossa Senhora Auxiliadora” aos presentes e ao local. Em seguida, Dom Ángel visitou o cemitério onde estão enterrados os Servos de Deus, padre Rodolfo Lunkenbein e Simão Bororo. No cemitério, todos rezaram pelo descanso eterno das almas dos falecidos e pelo reconhecimento da causa de martírio dos Servos de Deus.

 

Santa Missa com os Boe-bororo

Acólitos com pintura facial, ofertas levadas ao altar por jovens em trajes e pinturas de festa, além de um forte simbolismo cultural marcaram a Santa Missa de encerramento da visita do Cardeal Ángel Fernández Artime à presença missionária salesiana de Meruri, no final da manhã da segunda-feira (11/03).

 

Na homilia, Dom Ángel destacou a fé demonstrada pelo funcionário do rei citado no Evangelho, pedindo pela cura do filho, e comparou com a fé demonstrada pelo povo Boe-bororo ao exercer sua cultura e tradições.

 

Ao final da celebração, o inspetor da MSMT dirigiu algumas palavras de agradecimento ao Reitor-Mor, destacando o carinho que ele tem demonstrado ao longo dos últimos anos pela Inspetoria de Campo Grande, especialmente pelos povos originários com quem os salesianos trabalham. Ainda afirmou que “com certeza esse carinho e atenção irão continuar quando Dom Ángel passar a exercer um outro serviço na Igreja, como Cardeal”.

 

Após a Santa Missa, um grupo de jovens Boe-bororo apresentou uma série de danças típicas, rituais e recreativas, como homenagem aos visitantes à comunidade. O Reitor-Mor ainda recebeu uma pintura facial em reconhecimento a autoridade exercida. Também aproveitou o momento para atender a todos os que se aproximaram para pedir bênçãos e tirar fotografias.

 

Em São Marcos, com os Xavante

Por fim, no final da tarde desta segunda-feira, o Reitor-Mor chegou à comunidade missionária salesiana de São Marcos, junto aos povos originários Xavante. A recepção ao Reitor-Mor salesiano aconteceu de forma calorosa, principalmente por parte das crianças, que gritaram “Dom Bosco aima’rowena!”, que significa em tradução livre “Seja bem-vindo, Dom Bosco!”.

 

As palavras de boas-vindas oficiais ficaram a cargo do pároco salesiano da comunidade, padre Alfred Heidler. Ele agradeceu a visita do décimo sucessor de Dom Bosco, lembrou que o povo Xavante faz parte do sonho de Dom Bosco com as missões na América do Sul, e ainda citou pontos da Estreia 2024: “O sonho que faz sonhar”.

 

Após as boas-vindas oficiais, as crianças Xavante, pintadas para festa, acorreram aos líderes religiosos para pedir-lhes a bênção. “É a experiência de quem sente que a Igreja não é algo distante, solto, que se vive só quando se participa de uma celebração, mas que a Igreja é no cotidiano, no dia a dia, o respeito, a forma com que eles chegam, o pedido da bênção, tudo isso faz parte de uma cultura que entra na evangelização, e da evangelização que entra na cultura. É um povo que não deixou suas marcas, suas características, mas que abraçou o Evangelho e respeita a Igreja. Isso é muito bonito de ver”, declarou o bispo Dom Fernandes Gonçalves de Campos.

 

 

Já no início da noite, o Reitor-Mor retornou à aldeia São Marcos para a oração do Santo Terço. Centenas de pessoas acompanharam o andor com a imagem iluminada de Nossa Senhora Auxiliadora, rezando o terço. A cada mistério rezado, um grupo fazia uma meditação e uma homenagem, com um canto Xavante a Nossa Senhora.

 

Ao final da oração, Dom Ángel ouviu as palavras de acolhida e de reconhecimento ao trabalho dos salesianos junto ao povo Xavante, ditas pelas lideranças locais. Ele ainda recebeu presentes simbolizando a cultura desse povo originário. Em seguida, abençoou todos os que estavam presentes pela intercessão de Nossa Senhora Auxiliadora.

 

Fontes: Missão Salesiana de Mato Grosso – MSMT e Agência Info Salesiana – ANS

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A visita do Reitor-Mor às aldeias indígenas de Meruri e São Marcos

Terça, 12 Março 2024 12:12 Escrito por  Euclides Fernandes
Desde o anúncio da Visita de Animação do Reitor-Mor, Cardeal Ángel Fernández Artime, à Inspetoria do Brasil-Campo Grande, os encontros com os povos Boe-Bororo e Xavante foram previstos como as etapas mais significativas da viagem.  

 

E agora que o X Sucessor de Dom Bosco se encontra de fato nas missões salesianas a eles dedicadas, transparece mais uma vez toda a atenção da Família Salesiana a esses Povos, ricos de história, de tradições e de cultura, embora muitas vezes colocados em condição de risco de exclusão social.

 

Missionários Salesianos e Filhas de Maria Auxiliadora vindos das presenças de Meruri, Barra do Garças, Primavera do Leste, Poxoréu, Nova Xavantina e Campinápolis tiveram um encontro para diálogo fraterno com o Cardeal, na tarde do domingo (10/03): eles ouviram atentos as palavras do Reitor-mor, e este, por sua vez, procurou escutar as histórias e desabafos de cada um dos irmãos e irmãs presentes.

 

Em seguida, foi a vez das lideranças indígenas Boe-bororo se reunirem com o Reitor-Mor, sempre acompanhado do inspetor da MSMT, padre Ricardo Carlos, e do diretor da presença salesiana de Meruri, padre Ângelo César Cenerino. Os anciãos indígenas relataram a situação vivida pela comunidade, os seus sonhos e esperanças, e ouviram palavras de sabedoria do Cardeal.

 

Ao final do dia, salesianos e indígenas se reuniram ao redor da ‘cruz dos mártires’, no pátio da presença salesiana, para a oração do Santo Terço. Após a oração, o Reitor-Mor deu o tradicional ‘Boa Noite’ aos presentes. Ele destacou a importância dos encontros realizados durante o dia, falou da sacralidade do lugar onde estavam, tanto por ser o local de sacrifício do Padre Rodolfo Lunkenbein e de Simão Bororo, como por ser a igreja doméstica da família, um lugar onde Deus realmente se manifesta com suas bênçãos.

 

Em Meruri, homenagem aos primeiros salesianos

Na manhã da segunda-feira (11/03), o Cardeal visitou a região dos “Tachos” aonde chegaram os primeiros missionários salesianos em Meruri. Não foi possível chegar ao local preciso onde estão enterrados quatro missionários salesianos, devido às condições das estradas após as intensas chuvas que caíram na região neste domingo.

 

No ponto alto da estrada, aonde foi possível chegar, o Cardeal, acompanhado do inspetor e do bispo de Barra do Garças, Dom Paulo Renato Fernandes Gonçalves de Campos, ouviram o relato dos primeiros missionários registrado nas cartas históricas que, nesta ocasião, foram lidas pelo padre João Bosco Monteiro Maciel.

 

Após a leitura, o Reitor-mor salesiano dirigiu a “bênção de Nossa Senhora Auxiliadora” aos presentes e ao local. Em seguida, Dom Ángel visitou o cemitério onde estão enterrados os Servos de Deus, padre Rodolfo Lunkenbein e Simão Bororo. No cemitério, todos rezaram pelo descanso eterno das almas dos falecidos e pelo reconhecimento da causa de martírio dos Servos de Deus.

 

Santa Missa com os Boe-bororo

Acólitos com pintura facial, ofertas levadas ao altar por jovens em trajes e pinturas de festa, além de um forte simbolismo cultural marcaram a Santa Missa de encerramento da visita do Cardeal Ángel Fernández Artime à presença missionária salesiana de Meruri, no final da manhã da segunda-feira (11/03).

 

Na homilia, Dom Ángel destacou a fé demonstrada pelo funcionário do rei citado no Evangelho, pedindo pela cura do filho, e comparou com a fé demonstrada pelo povo Boe-bororo ao exercer sua cultura e tradições.

 

Ao final da celebração, o inspetor da MSMT dirigiu algumas palavras de agradecimento ao Reitor-Mor, destacando o carinho que ele tem demonstrado ao longo dos últimos anos pela Inspetoria de Campo Grande, especialmente pelos povos originários com quem os salesianos trabalham. Ainda afirmou que “com certeza esse carinho e atenção irão continuar quando Dom Ángel passar a exercer um outro serviço na Igreja, como Cardeal”.

 

Após a Santa Missa, um grupo de jovens Boe-bororo apresentou uma série de danças típicas, rituais e recreativas, como homenagem aos visitantes à comunidade. O Reitor-Mor ainda recebeu uma pintura facial em reconhecimento a autoridade exercida. Também aproveitou o momento para atender a todos os que se aproximaram para pedir bênçãos e tirar fotografias.

 

Em São Marcos, com os Xavante

Por fim, no final da tarde desta segunda-feira, o Reitor-Mor chegou à comunidade missionária salesiana de São Marcos, junto aos povos originários Xavante. A recepção ao Reitor-Mor salesiano aconteceu de forma calorosa, principalmente por parte das crianças, que gritaram “Dom Bosco aima’rowena!”, que significa em tradução livre “Seja bem-vindo, Dom Bosco!”.

 

As palavras de boas-vindas oficiais ficaram a cargo do pároco salesiano da comunidade, padre Alfred Heidler. Ele agradeceu a visita do décimo sucessor de Dom Bosco, lembrou que o povo Xavante faz parte do sonho de Dom Bosco com as missões na América do Sul, e ainda citou pontos da Estreia 2024: “O sonho que faz sonhar”.

 

Após as boas-vindas oficiais, as crianças Xavante, pintadas para festa, acorreram aos líderes religiosos para pedir-lhes a bênção. “É a experiência de quem sente que a Igreja não é algo distante, solto, que se vive só quando se participa de uma celebração, mas que a Igreja é no cotidiano, no dia a dia, o respeito, a forma com que eles chegam, o pedido da bênção, tudo isso faz parte de uma cultura que entra na evangelização, e da evangelização que entra na cultura. É um povo que não deixou suas marcas, suas características, mas que abraçou o Evangelho e respeita a Igreja. Isso é muito bonito de ver”, declarou o bispo Dom Fernandes Gonçalves de Campos.

 

 

Já no início da noite, o Reitor-Mor retornou à aldeia São Marcos para a oração do Santo Terço. Centenas de pessoas acompanharam o andor com a imagem iluminada de Nossa Senhora Auxiliadora, rezando o terço. A cada mistério rezado, um grupo fazia uma meditação e uma homenagem, com um canto Xavante a Nossa Senhora.

 

Ao final da oração, Dom Ángel ouviu as palavras de acolhida e de reconhecimento ao trabalho dos salesianos junto ao povo Xavante, ditas pelas lideranças locais. Ele ainda recebeu presentes simbolizando a cultura desse povo originário. Em seguida, abençoou todos os que estavam presentes pela intercessão de Nossa Senhora Auxiliadora.

 

Fontes: Missão Salesiana de Mato Grosso – MSMT e Agência Info Salesiana – ANS

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