P. Luigi Zoppi, SBD, recebe o Prêmio Canaviglia

Quinta, 21 Março 2024 15:57 Escrito por  Agência Info Salesiana - ANS
P. Luigi Zoppi, SBD, recebe o Prêmio Canaviglia P. Luigi Zoppi, SDB, na entrega do prêmio pelos 50 anos de serviço aos mais necessitados na cidade de Livorno, Itália Foto ©: Silvi
O salesiano toscano P. Luigi (Gigi) Zoppi, 93 anos, recebeu o Prêmio Canaviglia como reconhecimento por sua dedicação aos dependentes químicos, aos doentes de AIDS e aos migrantes - homenagem do município de Livorno – cidade onde o salesiano trabalha a serviço dos mais pobres e no âmbito da Igreja, há quase 50 anos.  

 

“Agradeço ao Prefeito que quis reconhecer, por meio da minha pessoa, o trabalho dos Salesianos de Dom Bosco, em Livorno, dos muitos voluntários nestes passados 125 anos, com os Centros de formação profissional, Escolas, Centros de agregação; com as comunidades de acolhimento do Ceism fundado por mim para jovens em situação de dependência; com refugiados e imigrantes”, disse o salesiano em seu discurso de agradecimento pelo Prêmio. “Dedico o ‘Canaviglia’ a Dom Bosco, Pai, Mestre. Dedico-o àqueles que trabalham para apoiar e formar os jovens mais desfavorecidos nos setores público e particulares, àqueles que, por meio do seu compromisso pessoal e com a ajuda mútua, quebraram as cadeias da dependência e começaram a viver novamente ‘com responsabilidade’".

 

O salesiano disse ainda estar feliz por ter sido condecorado no dia 19 de março, dia de São José; mas também no mesmo dia da elevação de Livorno à categoria de Cidade; e por partilhar a honra com a sua congregação e os demais voluntários.

 

No Salão Cerimonial da Câmara Municipal, lotado de autoridades e amigos do sacerdote, o prefeito Luca Salvetti lembrou que a razão pela qual o Conselho decidiu conceder a homenagem ao padre salesiano foi “pelo serviço prestado em 50 anos passados entre as periferias existenciais da nossa cidade. O P. Zoppi dedicou sua vida às pessoas mais marginalizadas, oferecendo assistência e novas oportunidades, desafiando os preconceitos que as relegam à margem da sociedade e inspirando muitas pessoas que, seguindo o seu exemplo, criaram uma grande rede de acolhimento e solidariedade”.

 

A Entrega do Prêmio Canaviglia ao P. Zoppi constitui, portanto, um reconhecimento “à sua constante ação de cuidado e apoio à comunidade de Livorno”. Diversas outras personalidades e convidados discursaram durante a cerimônia.

 

História do P. Zoppi

Nascido na noite de São Lourenço, há 93 anos, o P. Gigi leva, desde criança, também o nome de Rino, em homenagem à mãe, que morreu ao dá-lo à luz. Seu pai, portanto, teve de criá-lo sem o apoio da esposa. Por causa da sua ‘fé comunista’, o pai de Luigi não viu com bons olhos o desejo do filho de se tornar padre. Mas, ironicamente, acabou mandando o filho para o seminário, pois era a única solução para que Luigi pudesse estudar. Em 1956, Zoppi tornou-se sacerdote e, em 1976, foi para Livorno, onde atua ainda hoje. O padre, portanto, é parte ativa da história recente da cidade. Desde a sua chegada assumiu o seu trabalho com dedicação, com os olhos sempre voltados para os mais necessitados.

 

Na década de 1970, a droga circulava abundante pela Itália e até as praças de Livorno rapidamente se tornaram plataformas de tráfico de droga. Primeiro, a heroína e, depois, a cocaína, tornaram-se o centro da vida de muitos jovens que o P. Gigi ajudou desde o início, com a criação de uma comunidade que, além de propor valores elevados e propostas de vida, alternativos ao caminho das drogas, trata os dependentes como pessoas a serem ajudadas, e não abandonadas ou descartadas, como pensava grande parte da sociedade de então. Portanto, na comunidade que o sacerdote fundou, procurava-se dar, aos rapazes e às moças, um trabalho para garantir a autonomia e a independência; e, ao mesmo tempo, poder enfrentar as suas fragilidades por meio de terapia em grupo.

 

No final da década de 1980, o P. Zoppi também precisou enfrentar a AIDS: a epidemia chegou à cidade e ele, mais uma vez, ajudou as pessoas – marginalizadas pelo resto da sociedade, inclusive por suas famílias. Inaugurou um Centro para doentes terminais na região Tre Ponti, mas não o tornou um serviço paliativo: fez do lugar uma verdadeira casa de família, onde até a morte por doença grave assume a sua própria dignidade.

 

Emergência após emergência, desde o final da década de 1990, o padre também enfrenta um fenômeno que ainda hoje persiste não facilmente administrável: a imigração. Com forte espírito cristão, o P. Gigi fez da hospitalidade a sua missão: ajudando os refugiados a obter alimentos, documentos, assistência social. Mas, acima de tudo, os ajuda a encontrar uma comunidade.

 

Comunidade é a palavra-chave que marcou o trabalho deste sacerdote... de rua: é por isso que toda a Comunidade de Livorno lhe exprime sua gratidão.

Fonte: Agência Info Salesiana – ANS

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P. Luigi Zoppi, SBD, recebe o Prêmio Canaviglia

Quinta, 21 Março 2024 15:57 Escrito por  Agência Info Salesiana - ANS
P. Luigi Zoppi, SBD, recebe o Prêmio Canaviglia P. Luigi Zoppi, SDB, na entrega do prêmio pelos 50 anos de serviço aos mais necessitados na cidade de Livorno, Itália Foto ©: Silvi
O salesiano toscano P. Luigi (Gigi) Zoppi, 93 anos, recebeu o Prêmio Canaviglia como reconhecimento por sua dedicação aos dependentes químicos, aos doentes de AIDS e aos migrantes - homenagem do município de Livorno – cidade onde o salesiano trabalha a serviço dos mais pobres e no âmbito da Igreja, há quase 50 anos.  

 

“Agradeço ao Prefeito que quis reconhecer, por meio da minha pessoa, o trabalho dos Salesianos de Dom Bosco, em Livorno, dos muitos voluntários nestes passados 125 anos, com os Centros de formação profissional, Escolas, Centros de agregação; com as comunidades de acolhimento do Ceism fundado por mim para jovens em situação de dependência; com refugiados e imigrantes”, disse o salesiano em seu discurso de agradecimento pelo Prêmio. “Dedico o ‘Canaviglia’ a Dom Bosco, Pai, Mestre. Dedico-o àqueles que trabalham para apoiar e formar os jovens mais desfavorecidos nos setores público e particulares, àqueles que, por meio do seu compromisso pessoal e com a ajuda mútua, quebraram as cadeias da dependência e começaram a viver novamente ‘com responsabilidade’".

 

O salesiano disse ainda estar feliz por ter sido condecorado no dia 19 de março, dia de São José; mas também no mesmo dia da elevação de Livorno à categoria de Cidade; e por partilhar a honra com a sua congregação e os demais voluntários.

 

No Salão Cerimonial da Câmara Municipal, lotado de autoridades e amigos do sacerdote, o prefeito Luca Salvetti lembrou que a razão pela qual o Conselho decidiu conceder a homenagem ao padre salesiano foi “pelo serviço prestado em 50 anos passados entre as periferias existenciais da nossa cidade. O P. Zoppi dedicou sua vida às pessoas mais marginalizadas, oferecendo assistência e novas oportunidades, desafiando os preconceitos que as relegam à margem da sociedade e inspirando muitas pessoas que, seguindo o seu exemplo, criaram uma grande rede de acolhimento e solidariedade”.

 

A Entrega do Prêmio Canaviglia ao P. Zoppi constitui, portanto, um reconhecimento “à sua constante ação de cuidado e apoio à comunidade de Livorno”. Diversas outras personalidades e convidados discursaram durante a cerimônia.

 

História do P. Zoppi

Nascido na noite de São Lourenço, há 93 anos, o P. Gigi leva, desde criança, também o nome de Rino, em homenagem à mãe, que morreu ao dá-lo à luz. Seu pai, portanto, teve de criá-lo sem o apoio da esposa. Por causa da sua ‘fé comunista’, o pai de Luigi não viu com bons olhos o desejo do filho de se tornar padre. Mas, ironicamente, acabou mandando o filho para o seminário, pois era a única solução para que Luigi pudesse estudar. Em 1956, Zoppi tornou-se sacerdote e, em 1976, foi para Livorno, onde atua ainda hoje. O padre, portanto, é parte ativa da história recente da cidade. Desde a sua chegada assumiu o seu trabalho com dedicação, com os olhos sempre voltados para os mais necessitados.

 

Na década de 1970, a droga circulava abundante pela Itália e até as praças de Livorno rapidamente se tornaram plataformas de tráfico de droga. Primeiro, a heroína e, depois, a cocaína, tornaram-se o centro da vida de muitos jovens que o P. Gigi ajudou desde o início, com a criação de uma comunidade que, além de propor valores elevados e propostas de vida, alternativos ao caminho das drogas, trata os dependentes como pessoas a serem ajudadas, e não abandonadas ou descartadas, como pensava grande parte da sociedade de então. Portanto, na comunidade que o sacerdote fundou, procurava-se dar, aos rapazes e às moças, um trabalho para garantir a autonomia e a independência; e, ao mesmo tempo, poder enfrentar as suas fragilidades por meio de terapia em grupo.

 

No final da década de 1980, o P. Zoppi também precisou enfrentar a AIDS: a epidemia chegou à cidade e ele, mais uma vez, ajudou as pessoas – marginalizadas pelo resto da sociedade, inclusive por suas famílias. Inaugurou um Centro para doentes terminais na região Tre Ponti, mas não o tornou um serviço paliativo: fez do lugar uma verdadeira casa de família, onde até a morte por doença grave assume a sua própria dignidade.

 

Emergência após emergência, desde o final da década de 1990, o padre também enfrenta um fenômeno que ainda hoje persiste não facilmente administrável: a imigração. Com forte espírito cristão, o P. Gigi fez da hospitalidade a sua missão: ajudando os refugiados a obter alimentos, documentos, assistência social. Mas, acima de tudo, os ajuda a encontrar uma comunidade.

 

Comunidade é a palavra-chave que marcou o trabalho deste sacerdote... de rua: é por isso que toda a Comunidade de Livorno lhe exprime sua gratidão.

Fonte: Agência Info Salesiana – ANS

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