A iniciativa, iniciada há dois anos, busca reunir registros históricos da associação fundada por São João Bosco. “Estou aqui na Missão Salesiana fazendo um trabalho como ex-conselheira da Região Brasil, convidada pela nossa atual consultora, Darlele”, afirmou Margarida. Segundo ela, a pesquisa aborda os 150 anos da fundação da Associação e mapeia sua atuação desde as origens até o presente. “Precisamos da ajuda de todas as províncias para que essa caminhada se concretize em tempo hábil.”
Etapas da pesquisa incluem arquivos de todas as inspetorias do Brasil
A dupla já visitou arquivos em São Paulo, Porto Alegre, Barbacena e Campo Grande. “Já caminhamos um pouquinho em São Paulo, uma pesquisa nos arquivos da Inspetoria Salesiana de São Paulo, de Porto Alegre e também em Belo Horizonte”, disse Luiz Marcos. Em Campo Grande, esta é a segunda visita no ano. Margarida reforçou que o maior desafio está na obtenção de documentos das províncias. “Cada província tem toda a sua documentação. E ninguém melhor do que os coordenadores para elaborar isso e nos passar”, explicou. Ela reforçou que a conclusão do trabalho depende da colaboração das lideranças locais.
Descobertas revelam atuação anterior à chegada dos salesianos
Durante a pesquisa, Luiz Marcos localizou registros da atuação dos cooperadores ainda antes da fundação formal da associação em diversas cidades. “A história dos coordenadores no Brasil já vem do período pré-fundação”, relatou. Ele citou Salvador como exemplo: “Temos evidência muito clara de cooperadores que construíram toda a estrutura, e depois os salesianos se instalaram na cidade.” No Rio de Janeiro, na primeira casa da congregação, e em Campo Grande, a atuação inicial dos leigos possibilitou a consolidação da missão. “Eles tornaram a Missão Salesiana conhecida e buscaram fundos para que essa obra pudesse ser alavancada”, completou.
Documento final pretende inspirar novas vocações
A equipe pretende reunir os dados em um relatório intitulado ‘Um sonho, uma realidade, um futuro’. O texto deverá oferecer uma breve história da associação, com base nas descobertas. “Existe muita coisa a ser contada, muitos elementos ricos”, comentou Luiz Marcos. Ele deseja que outros pesquisadores deem continuidade à obra. “Quem sabe, um volume 2, 3, 4, 5… existe uma riqueza muito grande.” O documento também busca inspirar novas vocações. “Queremos que, ao olhar para essa realidade histórica, alguém diga: ‘eu também posso fazer parte’”, disse Luiz.
Associação reconhece a herança deixada por Dom Bosco
Margarida destacou congressos realizados já em 1919, em Cuiabá e São Paulo, e relembrou a mudança de entendimento sobre a missão dos cooperadores. “No início, éramos considerados colaboradores salesianos”, afirmou. Com o tempo, a associação passou a se ver como corpo ativo na missão com os jovens. “Não é só colaborar financeiramente, mas trabalhar diretamente com os jovens na busca de uma vida melhor.” Ela reforçou a integração com os salesianos consagrados e com as Filhas de Maria Auxiliadora. “A associação Dom Bosco criou, mas não isolou os leigos. A nossa caminhada é junto”, concluiu.
Espiritualidade sustenta a missão no tempo presente
Ao encerrar a entrevista, Luiz Marcos refletiu sobre a importância do carisma de Dom Bosco na sociedade atual. “A Associação dos Salesianos Cooperadores traz o carisma de São João Bosco para a Igreja e para a sociedade”, afirmou. Ele explicou que, desde os primeiros tempos, a associação buscava promover a moral e os bons costumes na sociedade civil. “Somos batizados cristãos católicos que trazem a espiritualidade de Dom Bosco como patrimônio”, reforçou Margarida. Ela destacou a missão de trabalhar pelos jovens e pela construção de uma sociedade justa, conforme o chamado da Igreja.
Fonte: Missão Salesiana de Mato Grosso – MSMT
