Salesianos abençoam alunos do terceiro ano com óleo perfumado e oração de envio

Sexta, 14 Novembro 2025 12:25 Escrito por  Euclides Fernandes
Os alunos do terceiro ano do Colégio Salesiano de Araçatuba, SP, receberam a benção dos Salesianos antes de realizarem a primeira prova do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). 

 

Os jovens e o perfume do envio

Na manhã da última sexta-feira, 7 de novembro, a capela São Domingos Sávio, no Colégio Dom Luiz Lasagna, guardava um silêncio que não era de costume. Os alunos do terceiro ano do Colégio Salesiano de Araçatuba, SP, vestidos de expectativa, esperavam não apenas uma bênção, mas talvez um sopro de coragem antes do Enem. A luz atravessava os vitrais e se derramava em cores sobre os rostos tensos. O ar, carregado de murmúrios e preces, parecia conter uma promessa.


Os padres Paulo Fernando Vendrame e Gildásio Mendes dos Santos conduziram o rito com a serenidade de quem conhece o peso da juventude às vésperas de um exame. Um gesto aqui, uma palavra ali, e o instante tomou forma. A água benta tocou as frontes; e as mãos, abertas como páginas, receberam o óleo perfumado, trazido de Israel. E enquanto o perfume se espalhava, parecia que a própria sala respirava fé.

Celebração e bênção de envio

Os sacerdotes aspergiram água benta sobre os jovens, e, com o óleo perfumado, ungiram as mãos de cada um. Havia no gesto deles algo que unia o sagrado ao cotidiano, o rito à rotina, como se a fé também fosse uma forma de método.

Depois da unção, o silêncio se fez mais profundo. Os jovens, com as mãos ainda unidas, recolheram-se em oração pessoal. Sentiram o perfume do óleo e compreenderam, talvez sem palavras, que levavam consigo um convite: o de exalar o bom odor de Cristo aonde quer que a vida os conduzisse, nas provas e além delas, nas escolhas e nas incertezas.

Padre Paulo Vendrame lembrou a passagem da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios (2 Cor 2, 14-15), que fala do bom odor de Cristo, e que parecia, naquele instante, sair do próprio óleo que perfumava o ar. As mãos dos alunos receberam a unção como sinal da mão que trabalha, que estuda, que constrói — mãos que se preparam para escrever, talvez, o primeiro traço de um futuro ainda por nascer.

 

Da fé que se derrama e do gesto que permanece

Quando os sacerdotes tocaram o óleo nas mãos dos jovens, não fizeram apenas uma unção. Fizeram memória. Fizeram também profecia. Aquele perfume antigo, vindo de longe, parecia dizer que cada um deles também seria enviado ao mundo para algo maior do que uma prova. O exame de múltipla escolha viria, é claro, mas a vida, essa grande prova sem gabarito, já os esperava.

O gesto simbolizou o amor que se dá, a consagração que transforma, a preparação de quem entende que a fé não se veste apenas de rezas, mas de atos. E talvez fosse esse o sentido mais profundo do momento: espalhar o bom odor de Cristo, como escreveu São Paulo, não com incenso, mas com vida. Pediram, então, a proteção e a intercessão de Nossa Senhora Auxiliadora, para que a graça e o estudo se encontrassem no momento decisivo das provas.

Do fim que anuncia o começo

Quando tudo terminou, os alunos receberam um kit com material para a prova e uma camiseta comemorativa. Um presente singelo, mas carregado de sentido, pois marcava o fim de um tempo e o início de outro.

Pequenos símbolos de um tempo que se despede, mas que insiste em permanecer. O colégio, com sua rotina de sinos e corredores, testemunhou mais uma vez a cena eterna da juventude que parte, levando nos ombros o peso leve da bênção e a promessa silenciosa de um novo começo.

Uns sorriram, outros guardaram silêncio. Talvez todos tivessem compreendido, ainda que sem saber explicar, que aquela bênção não se restringia à prova. Era um envio, e todo envio é também um chamado.

E assim, entre o perfume do óleo e o som das preces, cada jovem saiu da capela levando nas mãos um sinal invisível. O mesmo sinal que acompanha quem acredita que o sagrado, às vezes, se esconde nos gestos pequenos — como o toque do óleo, o sopro da água benta, ou o olhar confiante de quem abençoa e envia.

 

Por: Euclides Fernandes

 

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Última modificação em Sexta, 14 Novembro 2025 12:35

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Salesianos abençoam alunos do terceiro ano com óleo perfumado e oração de envio

Sexta, 14 Novembro 2025 12:25 Escrito por  Euclides Fernandes
Os alunos do terceiro ano do Colégio Salesiano de Araçatuba, SP, receberam a benção dos Salesianos antes de realizarem a primeira prova do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). 

 

Os jovens e o perfume do envio

Na manhã da última sexta-feira, 7 de novembro, a capela São Domingos Sávio, no Colégio Dom Luiz Lasagna, guardava um silêncio que não era de costume. Os alunos do terceiro ano do Colégio Salesiano de Araçatuba, SP, vestidos de expectativa, esperavam não apenas uma bênção, mas talvez um sopro de coragem antes do Enem. A luz atravessava os vitrais e se derramava em cores sobre os rostos tensos. O ar, carregado de murmúrios e preces, parecia conter uma promessa.


Os padres Paulo Fernando Vendrame e Gildásio Mendes dos Santos conduziram o rito com a serenidade de quem conhece o peso da juventude às vésperas de um exame. Um gesto aqui, uma palavra ali, e o instante tomou forma. A água benta tocou as frontes; e as mãos, abertas como páginas, receberam o óleo perfumado, trazido de Israel. E enquanto o perfume se espalhava, parecia que a própria sala respirava fé.

Celebração e bênção de envio

Os sacerdotes aspergiram água benta sobre os jovens, e, com o óleo perfumado, ungiram as mãos de cada um. Havia no gesto deles algo que unia o sagrado ao cotidiano, o rito à rotina, como se a fé também fosse uma forma de método.

Depois da unção, o silêncio se fez mais profundo. Os jovens, com as mãos ainda unidas, recolheram-se em oração pessoal. Sentiram o perfume do óleo e compreenderam, talvez sem palavras, que levavam consigo um convite: o de exalar o bom odor de Cristo aonde quer que a vida os conduzisse, nas provas e além delas, nas escolhas e nas incertezas.

Padre Paulo Vendrame lembrou a passagem da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios (2 Cor 2, 14-15), que fala do bom odor de Cristo, e que parecia, naquele instante, sair do próprio óleo que perfumava o ar. As mãos dos alunos receberam a unção como sinal da mão que trabalha, que estuda, que constrói — mãos que se preparam para escrever, talvez, o primeiro traço de um futuro ainda por nascer.

 

Da fé que se derrama e do gesto que permanece

Quando os sacerdotes tocaram o óleo nas mãos dos jovens, não fizeram apenas uma unção. Fizeram memória. Fizeram também profecia. Aquele perfume antigo, vindo de longe, parecia dizer que cada um deles também seria enviado ao mundo para algo maior do que uma prova. O exame de múltipla escolha viria, é claro, mas a vida, essa grande prova sem gabarito, já os esperava.

O gesto simbolizou o amor que se dá, a consagração que transforma, a preparação de quem entende que a fé não se veste apenas de rezas, mas de atos. E talvez fosse esse o sentido mais profundo do momento: espalhar o bom odor de Cristo, como escreveu São Paulo, não com incenso, mas com vida. Pediram, então, a proteção e a intercessão de Nossa Senhora Auxiliadora, para que a graça e o estudo se encontrassem no momento decisivo das provas.

Do fim que anuncia o começo

Quando tudo terminou, os alunos receberam um kit com material para a prova e uma camiseta comemorativa. Um presente singelo, mas carregado de sentido, pois marcava o fim de um tempo e o início de outro.

Pequenos símbolos de um tempo que se despede, mas que insiste em permanecer. O colégio, com sua rotina de sinos e corredores, testemunhou mais uma vez a cena eterna da juventude que parte, levando nos ombros o peso leve da bênção e a promessa silenciosa de um novo começo.

Uns sorriram, outros guardaram silêncio. Talvez todos tivessem compreendido, ainda que sem saber explicar, que aquela bênção não se restringia à prova. Era um envio, e todo envio é também um chamado.

E assim, entre o perfume do óleo e o som das preces, cada jovem saiu da capela levando nas mãos um sinal invisível. O mesmo sinal que acompanha quem acredita que o sagrado, às vezes, se esconde nos gestos pequenos — como o toque do óleo, o sopro da água benta, ou o olhar confiante de quem abençoa e envia.

 

Por: Euclides Fernandes

 

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