Uma vasta região
É importante ressaltar que a região Pan-Amazônica é bem ampla (inclui o estado brasileiro de Mato Grosso e o Chaco paraguaio) e envolve várias inspetorias, com presenças salesianas nos meios urbanos e rurais. Só do Brasil, são duas inspetorias dos SDB (São Domingos Sávio, com sede em Manaus, e Missão Salesiana de Mato Grosso, com sede em Campo Grande) e três das Filhas de Maria Auxiliadora (Santa Terezinha e Laura Vicuña, ambas com sede em Manaus, e Nossa Senhora da Paz, sediada em Cuiabá). E há também presença salesiana nas regiões amazônicas de outros países, como Equador, Peru, Venezuela e Paraguai.
Centros urbanos
São 47 comunidades religiosas SDB, sendo que 22 estão em zonas urbanas e as outras 25 em zona rural (floresta ou pequenos centros urbanos). Nas regiões urbanas, os salesianos se dedicam ao serviço pastoral junto à população ribeirinha e nas periferias dos grandes centros urbanos, com especial atenção aos jovens. Conforme aponta o documento de avaliação da pesquisa, também “toma-se maior consciência da importância do serviço aos migrantes indígenas, particularmente jovens, que chegam à cidade”.
Etnias
Nas áreas consideradas rurais, a maior parte da missão acontece em terras indígenas. Salesianos e salesianas atendem a uma população de mais de 600 mil pessoas, de 62 grupos étnicos diferentes. Uma observação importante é que há 18 padres salesianos, nove pré-noviços e 12 aspirantes autóctones, de 10 etnias: Tuyuka, Desano, Tariano, Arapaso, Tucano, Baniwa, Bororo, Xavante, Shuar e Ketchua.
Além da colaboração entre SDB e FMA, há também a parceria nas missões com outras congregações religiosas e organizações eclesiais: Missionárias Lauritas, Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida, “Compañía Misionera del Sagrado Corazón” (Peru), Operação Mato Grosso, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Conselho Indigenista Missionário (CIMI, organismo da CNBB) e Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB).
Pastoral itinerante
A pesquisa mapeou também as atividades realizadas nas presenças salesianas da região amazônica. Nas áreas de floresta e missões indígenas, entre as principais atividades está a pastoral itinerante, isto é, as visitas às comunidades para a evangelização e o acompanhamento; em seguida vêm a formação dos ministros e o atendimento nas paróquias, com acompanhamento das famílias, organização das pastorais, oratório festivo etc.
O estudo, a valorização e a difusão da cultura são atividades muito importantes de acordo com a pesquisa. Os entrevistados ressaltaram que, mediante a etnologia, a sociologia, a antropologia e a linguística pode-se dar uma grande ajuda à evangelização inculturada, em especial, na produção de material litúrgico, catequético e bíblico, no oferecimento de itinerários formativos aos agentes pastorais e na confecção de material didático utilizado nos centros educativos.
Valorização cultural
São exemplos concretos de difusão e valorização cultural: o impressionante serviço realizado pela editora Abya-Yala, pela cátedra de antropologia da UPS (Universidade Politécnica Salesiana) do Equador, pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas das Populações Indígenas (NEPPI) na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), em Campo Grande, e pelo Centro de Documentação Missionária - CDM.
As escolas primárias e secundárias e as de formação profissional e agrícola estão bem presentes na atividade salesiana. Todas as missões estão atentas aos serviços de saúde e, em algumas comunidades, há cooperativas de produção.
Início no Equador
A presença da Família Salesiana na região amazônica remonta há mais de 125 anos, com a chegada do primeiro grupo de salesianos na Amazônia equatoriana, em 1893. Pouco depois, em 1894, foi iniciada a missão salesiana com o povo Bororo, em Cuiabá, MT. Em 1918, os salesianos partiram para a região do Alto Rio Negro, no Norte do Brasil e, em 1927, chegaram também à região amazônica da Venezuela.