ANS: o que o inspirou na decisão de se tornar missionário?
Paolo: cresci na Bolívia, terra abençoada pela presença de tantos missionários e missionárias.
Ver o amor deles pelo nosso povo, a dedicação aos pobres e aos que sofrem, o empenho pela justiça, a paz, a educação e a convicção de que um mundo melhor, como Deus deseja, é possível, tocou meu coração. Tudo isso me fez pensar que eu também posso deixar minha terra e ir fazer o bem em outro lugar.
ANS: você se sente feliz pelo destino que lhe foi atribuído? Tem receios ou preocupações pelo novo lugar, cultura ou pessoas?
Paolo: estou muito feliz. Emocionado. Sinto paz, porque não vou para onde eu quero, mas para onde os salesianos precisam de mim. Sinto alegria, porque não vou sozinho: tenho certeza de que o Senhor Jesus me acompanha. Sinto esperança, porque sou um viajante que deseja apenas caminhar ao lado do povo da Amazônia, compartilhando juntos a fé e a vida.
ANS: como seus familiares, amigos e coirmãos reagiram quando você falou de sua vocação missionária?
Paolo: No início, alguns entenderam mais facilmente do que outros (ser missionário não é algo comum nem algo que todos têm sempre em mente). Mas, com o tempo, vendo meu empenho pelos povos indígenas, com os jovens e com as pessoas em situações de vulnerabilidade, eles ‘entenderam’ a minha escolha. Hoje sinto que estão felizes, porque me veem feliz: todo o mundo percebe quando uma pessoa é feliz no que faz.
ANS: quais são seus projetos e sonhos na vida missionária?
Paolo: quero caminhar com aqueles que ainda não conheço, para os conhecer, amar, servir e aprender com eles, para um dia poder anunciar-lhes a Esperança que Jesus nos dá.
ANS: você tem algum modelo de grande missionário cujo estilo e vida o inspiram?
Paolo: penso em muitos nomes... e isso me enche de emoção. Sempre acreditei que somos o fruto do que outros semearam em nós. Levo comigo o testemunho de uma Bolívia salesiana feita de muitos coirmãos que amam autenticamente os jovens, que preferem os pobres e vulneráveis. Agradeço a todos os salesianos que me ensinaram a amar os pobres, a lutar contra tudo o que fere a pessoa humana e a respeitar profundamente as culturas e os povos indígenas.
ANS: como você vive a experiência do curso missionário e a participação nesta 156ª Expedição Missionária?
Paolo: a palavra que mais repito em minhas reflexões e orações é: “obrigado!”. Obrigado, Jesus, por ter colocado este sonho em meu coração e por me dar a possibilidade de realizá-lo. Obrigado, Dom Bosco, por ter semeado em mim o amor a Deus, e agora me sinto mandado a semear esse mesmo amor no coração de tantos jovens que encontrarei na missão. Obrigado, Salesianos, porque nada do que vocês fazem pelos jovens é em vão! Vocês acreditaram em mim, me apoiaram e, hoje, minha vocação salesiana e missionária é fruto das oportunidades que vocês me deram.
ANS: qual é a sua mensagem para os jovens sobre a vocação missionária?
Paolo: Jesus não promete um caminho fácil, mas um caminho cheio de sentido. Você terá que dizer “não” a muitas coisas que parecem bonitas, mas descobrirá que há coisas ainda mais bonitas quando se segue Jesus Cristo.
Se você se tornar salesiano e missionário: você será pai e amigo para quem não tem; você caminhará ao lado de quem se sente sozinho e triste; você dará Esperança a quem acredita tê-la perdido; posso garantir-lhe que amará muito e receberá muito amor, porque terá transformado vidas em nome do Senhor Jesus; e, por fim, não tenha medo!