A 11ª Semana Nacional de Museus será realizada entre os dias 12 e 18 de maio, mas o Museu de História dos Salesianos no Brasil - MHSB, já deu início à sua participação no circuito com a abertura da exposição “Sem Memória”, realizada no dia 7 de maio em seu Espaço Expográfico Mário Quilici, que fica no complexo do Liceu Coração de Jesus, em São Paulo, SP.
A proposta da exposição, que estará aberta a visitação agendada entre os dias 13 e 17 de maio (Dia Internacional dos Museus), tem como proposta discutir de maneira criativa a importância de se preservar a memória do indivíduo, seja este quem for.
Nas instalações, grande parte das ações e objetos é desconhecida, sem tempo e sem história definidos. São exploradas as lacunas que a falta de registros deixa e como elas podem ser preenchidas erroneamente por causa da falta de informação.
Dividida em espaços expositivos, ações e oficinas, “Sem Memória”, que é direcionada ao público infanto-juvenil, promete aguçar a curiosidade e a reflexão dos seus visitantes.
“Todo processo comunicacional é um processo interativo. Então temos trabalhado em um processo solitário que é a museografia, que se completa com a museologia. A exposição da Semana Nacional de Museus é muito importante para que se veja o que estamos fazendo”, ressaltou a Dra. Dulcilia Lucia de Oliveira, co-organizadora da exposição. “Foi uma sensação instigante, chamou a atenção do pessoal à visitação das vitrines. De certa forma cada um colocou um pouco de si, um conhecimento mútuo”, contou ela se referindo por último ao espaço “Memória Tangível”, em que alguns salesianos foram convidados a participar cedendo objetos pessoais.
O evento de lançamento, aberto apenas a convidados, teve a participação de salesianos ilustres, como os bispos Dom Hilário Moser e Dom Fernando Legal, o inspetor, Pe. Edson Donizetti Castilho, o vice-inspetor, Pe. Roque Luiz Sibioni, o ex-diretor do MHSB, Pe. Mário Quilici, homenageado com o nome do espaço, o reitor magnífico do Centro Universitário Salesiano de São Paulo - UNISAL, Pe. Ronaldo Zacharias, o ex-inspetor, Pe. Marco Biaggi, além de diversos padres que fazem parte da história da Inspetoria Salesiana de Nossa Senhora Auxiliadora.
“Quero parabenizar a organização e o trabalho com tanta dedicação para a montagem do museu. Merecem os parabéns não só pela exposição mas por organizar tantas coisas sobre a Congregação Salesiana”, disse Dom Hilário Moser. “Quando ignoramos as coisas do passado é a mesma coisa que uma árvore cortar as próprias raízes: fatalmente vai secar. A valorização do passado faz o presente mais rico e traz lições para o futuro”, complementou.
Além dos salesianos, a abertura da exposição contou também com a presença de Ambra Triolo, restauradora e ex-produtora do SBT, Dinah Piotrowski, da Associação de Moradores de Campos Elíseos, Marcos Galvão, da CPTM – Estação Julio Prestes e representantes da Carrara Arte Sacra, empresa parceira do MHSB.
Memória Datada
“Memória Datada” é o nicho da exposição que compreende as fotografias da exposição “Campos Elíseos: Quem te viu quem te vê”. Estas são as únicas fotografias expostas que carregam consigo datas. Espaço para discussão sobre como uma memória preservada de maneira correta nos permite fazer comparações com o presente, entender como o cenário atual foi montado, levando a questionar a evolução – nesse caso degradação – pela qual o bairro passou e mais profundamente, pela qual todos passam ao longo da vida e como é importante registrar os passos dados até alcançarmos essa evolução.
Histórias Esquecidas
Utilizando projetores do acervo, o espaço “Histórias Esquecidas” tem objetivo semelhante ao primeiro. Os aparelhos funcionam como elo de transmissão da memória, porém, esta em alguns momentos é vazia, sem dados que a definam no espaço e tempo. Diante de uma história esquecida, os questionamentos baseiam-se na curiosidade. Por que esta fotografia foi tirada? Quem está representado na foto? Onde e quando? Suas memórias (fotografias, filmes, escritos) estão bem organizadas?
Aqui tem Memória
“Aqui tem memória” trata-se de uma câmara escura, onde entram de dois a três visitantes por vez. No espaço são projetados vídeos de dois minutos da série “Ser Cultural” sobre temas como literatura, artesanato, dança, música e teatro. Com isso, questiona-se como os temas assistidos podem conduzir a memória para outros indivíduos descrevendo épocas e dissipando fronteiras, fazendo com que o visitante perceba que a memória está em tudo que ele presencia, muitas vezes de maneira indireta por meio de inspirações e releituras.
Memória Tangível
O espaço “Memória Tangível” é composto por três estantes-colmeias que fazem a divisão entre exposição e ações teatrais. Nos 48 vácuos que compõe a ‘vitrine’ estão expostos objetos pertencentes a salesianos ilustres, intercalando-se com peças do que a organização da exposição chama de “anônimos”, indivíduos sem destaque na sociedade. A proposta é apresentar aos visitantes que um objeto, quando se conhece sua procedência, também é uma maneira de transmitir memória, o que acontece de modo mais usual em museus. Também é abordada a importância da preservação da memória de qualquer indivíduo, pertencente a qualquer localidade, de qualquer tempo, qualquer religião e costume. No espaço “Memória Tangível” a valorização da trajetória de vida de cada um toma forma.
Procura-se a memória
O museu possui uma enorme quantidade de fotografias não identificadas. São imagens
de pessoas, lugares, trabalhos, edifícios. Uma parte destas imagens estará exposta no espaço “Procura-se a memória” de modo aleatório em estruturas disformes, sem a valorização de nenhuma das imagens. A curiosidade é despertada nesse momento assim como no espaço “Histórias Esquecidas”. Por que esta fotografia foi tirada? Quem está na foto? Onde e quando? Será que esse personagem é importante? Qual o conceito de importância que você utiliza para fazer a definição?
Além das nichos já descritos,a exposição “Sem Memória” possui ações interessantes. O “Memocenário”, inspirado em uma das ações da Virada Cultural Paulistana de 2010, é uma delas e, com o auxílio de um retroprojetor, permite que os visitantes montem cenários diversificados que são projetados na parede e que se fotografem com eles para que a fotografia eternize.
Ausência
No centro dos salão expositivo está uma instalação com molduras de quadros, sem as telas: Ausência. O título explica-se por si só.
Outra atração da exposição é a ação “Curte aí minha memória”, onde os visitantes podem interagir em um grande painel que representa uma das redes sociais mais utilizadas, o Facebook. Os questionamentos feitos nesse espaço se referem às novas maneiras de compartilhamento de memórias, o quão seguras essas ferramentas são, os constrangimentos que um compartilhamento de uma fotografia ou vídeo antigo pode causar, a privacidade desse veículo e sobre quais os legados que se pretende deixar com eles.
De maneira ainda mais lúdica, os visitantes podem assistir ainda a um teatro de marionetes, apresentado pelo ator Leonel Benatti, que tem como personagens pessoas e elementos retirados das fotografias do espaço “Procura-se a memória”, ou mesmo ouvir uma história contada pelo mesmo autor, baseada no mito grego “Caixa de Pandora”. Ambas as ações contam com oficinas onde os visitantes aprenderão as técnicas apresentadas pelo ator.
Capacitação de professores
Antes da visita dos alunos, os professores são convidados para uma visita especial, onde conhecerão toda a exposição, ações e oficinas, estando aptos a conduzirem seus alunos pelos espaços expositivos e tornando a visita mais harmoniosa e proveitosa. Os professores participantes receberão certificados.
Serviço:
Exposição “Sem Memória”
De 13 a 17 de Maio
Museu de História dos Salesianos no Brasil
Largo Coração de Jesus, 140 – Campos Elíseos – São Paulo - SP
Entrada gratuita mediante agendamento pelo telefone 11 3337-2916
Anderson Bueno com informações do MHSB