Educadores sem fronteiras

Quarta, 11 Setembro 2019 12:26 Escrito por  Com informações: Unifatea e Voluntariado Vides
Articulado pelo Vides (Voluntariado Internacional Mulher, Educação e Desenvolvimento), o projeto “Educadores sem fronteiras” levou professores brasileiros a promoverem um seminário sobre espiritualidade e pedagogia salesiana em Angola, na África.  

Durante as férias de julho, um grupo de 12 educadores da Rede Salesiana Brasil (RSB) e do Centro Universitário Teresa D’Ávila (Unifatea), pertencentes à Inspetoria Santa Catarina de Sena, foi até Angola, na África, para transmitir alegria e conhecimento. O grupo “Educadores sem fronteiras”, articulado pelo Vides São Paulo, realizou o Seminário Internacional de Espiritualidade e Pedagogia na Prática da Educação Salesiana, que ocorreu nos dias 17 a 25 de julho, nas cidades de Luena, província de Moxico, e Cacuaco, em Luanda. No total, cerca de 400 professores angolanos participaram do seminário.

 

Foram momentos intensos de reflexão e troca de experiências, aprofundando diversos temas sobre educação. Uma experiência rica e representativa da proposta de voluntariado educativo salesiano, conforme explica na entrevista a seguir a irmã Metka Kastelic.

 

Natural da Eslovênia, ela chegou ao Brasil em 2014, com a missão de revitalizar o Vides São Paulo, do qual é hoje a coordenadora. A experiência já vinha de sua terra natal, onde acompanhava grupos de voluntariado, entre eles os que anualmente iam para as casas das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) em Angola. “A minha paixão pela África me acompanha desde 2002, quando pela primeira vez a visitei, ainda como uma jovem vocacionada”, afirma.

 

Ir. Metka, o que é o projeto “Educadores sem fronteiras”?

A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo, afirmou Nelson Mandela, e para nós que fazemos parte da Família Salesiana educar e evangelizar são uma vocação; é o nosso modo de ser e de viver. A Madre-geral, irmã Yvonne Reungoat, estimula muito o voluntariado, isso é sobretudo uma forma de partilha entre as inspetorias das FMA do mundo todo.

[É nesse contexto que] há um ano nasceu o projeto “Educadores sem fronteiras” com os professores voluntários, articulado pelo Vides São Paulo com o objetivo de formar, orientar e transmitir um pouco do que somos, conhecemos e ensinamos, dando a nossa contribuição para transformar a sociedade. Em parceria com a RSB e a Unifatea, selecionamos os educadores das presenças das FMA em São Paulo, com os quais preparamos a proposta de um seminário para a realidade das escolas salesianas, católicas e, também, da rede pública de Angola.

 

Como foi a preparação do projeto?

A realização de um projeto certamente depende do empenho na preparação, do investimento e da paixão de todos os que estão vivenciando a proposta. O “Educadores sem fronteiras” conta com três fases: preparação, realização e pós-vivência. Na parte preparatória de seis meses tivemos cinco encontros e muito trabalho individual ou em equipe. Cada membro financiou sua passagem, o visto e as vacinas. Junto com os patrocinadores providenciamos kits para os 400 professores angolanos que participaram do Seminário. Além disso, levamos livros e materiais didáticos e uma doação financeira que será aplicada em uma nova escola de cursos profissionais na periferia de Luanda.

 

A senhora poderia explicar o que é o Vides?

O Vides é uma associação de voluntariado internacional promovida pelo Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, com Estatuto Consultivo nas Nações Unidas (ONU). A sigla Vides é originalmente na língua italiana (Volontariato Internazionale Donna Educazione Sviluppo - Voluntariado Internacional Mulher, Educação e Desenvolvimento), pois a fundação ocorreu na Itália, em 1987. Inspiramo-nos no projeto educativo salesiano para responder as exigências locais, agindo para a promoção de mulheres, jovens e crianças em condições de vulnerabilidade social, através da implementação de intervenções educacionais e de treinamento, cooperação com países em desenvolvimento e voluntariado. O Vides trabalha para a construção de um mundo em que cada indivíduo possa levar uma vida digna, baseada na distribuição equitativa de recursos materiais e intelectuais, capaz de determinar seu presente e seu futuro por meio da igualdade de oportunidades.

O Vides deseja criar condições para que todos possam acolher o convite do Papa Francisco “a não ficar olhando a vida do balcão”, mas descer e estar no meio de quem está excluído das oportunidades sociais. Acredito que o humanismo salesiano tem ótimas bases para que a prática do voluntariado (seja missionário, social ou educativo) desperte o generoso povo brasileiro.

 

Como um jovem ou um educador salesiano pode participar do Vides?

As propostas do voluntariado Vides são desenvolvidas em colaboração com o âmbito da Pastoral Juvenil Inspetorial da Inspetoria Santa Catarina de Sena, em São Paulo. Este ano o nosso tema-guia são os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Destaco que a nossa porta está sempre aberta também para as pessoas de outras religiões ou de boa vontade que tenham o desejo de participar e contribuir nos projetos de voluntariado, para que juntos possamos unir forças e traçar os caminhos de fraternidade universal e de paz. Todos estão convidados a conhecer nossos projetos e propostas no Facebook videssaopaulo ou Instagram @videssp.

 

 Palavra dos educadores

“Chegamos com muita expectativa, no sentido de partilhar o pouco que tínhamos com os professores locais, e volto com a certeza de que aprendi muito mais do que ofereci. A experiência foi fantástica, em todos os níveis, tanto na questão da discussão e dos aspectos teórico-metodológicos, a gestão pedagógica, aplicação dos planos, a discussão que pensamos para o Seminário, mas principalmente na experiência de vida. Sinto que saímos mais vivos, mais atentos à formação individual e coletiva de pessoas, em especial dos jovens os quais temos compromisso de educar todos os dias.”

Alan Nardi – Instituto Nossa Senhora Auxiliadora – INSA, Araras

 

“Sou professora do ensino fundamental I. Me inscrevi no ‘Professores sem fronteiras’ no início do ano e participar deste projeto foi uma experiência única! Participei das formações dos professores em Cacuaco e a palavra que melhor descreve tudo que vivemos é ‘aprendizagem’. Aprendi tanto e a todo momento com as Irmãs Salesianas e com toda comunidade educativa! Os angolanos realmente sabem acolher, sabem partilhar o que têm sem se importar com a quantidade, sabem festejar como ninguém e são repletos de arte.”

Tatyane Requena – Instituto São José, São Jose dos Campos

 

“Viemos com o intuito de ser formadores, mas saio daqui hoje como uma pessoa formada, no carinho Salesiano, no amor fraternal e na humanidade. Trabalhamos aqui com várias pessoas de distintas maneiras, uma cultura diferente e saio hoje com uma visão completamente mudada e com carinho no coração”.

Marco Aurélio Tupinambá – Unifatea, Lorena

 

“Sou a referente das escolas salesianas de Angola e diretora do CEMA, que teve o privilégio de acolher os ‘Educadores sem fronteiras’. Foi maravilhoso ver leigos comprometidos com a educação salesiana, com desejo de partilhar seus conhecimentos, suas experiências e o próprio tempo, dando testemunho de profissionais conscientes da própria vocação. Tenho a certeza que os nossos professores saíram desta experiência profundamente tocados e transformados. Peço a Deus que continue abençoando este projeto, cada pessoa que dele fez e faz parte.”

Ir. Eurídice Felisberta Filipe (Ir. Didi), diretora do Complexo Escolar Maria Auxiliadora – CEMA, Angola.

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Educadores sem fronteiras

Quarta, 11 Setembro 2019 12:26 Escrito por  Com informações: Unifatea e Voluntariado Vides
Articulado pelo Vides (Voluntariado Internacional Mulher, Educação e Desenvolvimento), o projeto “Educadores sem fronteiras” levou professores brasileiros a promoverem um seminário sobre espiritualidade e pedagogia salesiana em Angola, na África.  

Durante as férias de julho, um grupo de 12 educadores da Rede Salesiana Brasil (RSB) e do Centro Universitário Teresa D’Ávila (Unifatea), pertencentes à Inspetoria Santa Catarina de Sena, foi até Angola, na África, para transmitir alegria e conhecimento. O grupo “Educadores sem fronteiras”, articulado pelo Vides São Paulo, realizou o Seminário Internacional de Espiritualidade e Pedagogia na Prática da Educação Salesiana, que ocorreu nos dias 17 a 25 de julho, nas cidades de Luena, província de Moxico, e Cacuaco, em Luanda. No total, cerca de 400 professores angolanos participaram do seminário.

 

Foram momentos intensos de reflexão e troca de experiências, aprofundando diversos temas sobre educação. Uma experiência rica e representativa da proposta de voluntariado educativo salesiano, conforme explica na entrevista a seguir a irmã Metka Kastelic.

 

Natural da Eslovênia, ela chegou ao Brasil em 2014, com a missão de revitalizar o Vides São Paulo, do qual é hoje a coordenadora. A experiência já vinha de sua terra natal, onde acompanhava grupos de voluntariado, entre eles os que anualmente iam para as casas das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) em Angola. “A minha paixão pela África me acompanha desde 2002, quando pela primeira vez a visitei, ainda como uma jovem vocacionada”, afirma.

 

Ir. Metka, o que é o projeto “Educadores sem fronteiras”?

A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo, afirmou Nelson Mandela, e para nós que fazemos parte da Família Salesiana educar e evangelizar são uma vocação; é o nosso modo de ser e de viver. A Madre-geral, irmã Yvonne Reungoat, estimula muito o voluntariado, isso é sobretudo uma forma de partilha entre as inspetorias das FMA do mundo todo.

[É nesse contexto que] há um ano nasceu o projeto “Educadores sem fronteiras” com os professores voluntários, articulado pelo Vides São Paulo com o objetivo de formar, orientar e transmitir um pouco do que somos, conhecemos e ensinamos, dando a nossa contribuição para transformar a sociedade. Em parceria com a RSB e a Unifatea, selecionamos os educadores das presenças das FMA em São Paulo, com os quais preparamos a proposta de um seminário para a realidade das escolas salesianas, católicas e, também, da rede pública de Angola.

 

Como foi a preparação do projeto?

A realização de um projeto certamente depende do empenho na preparação, do investimento e da paixão de todos os que estão vivenciando a proposta. O “Educadores sem fronteiras” conta com três fases: preparação, realização e pós-vivência. Na parte preparatória de seis meses tivemos cinco encontros e muito trabalho individual ou em equipe. Cada membro financiou sua passagem, o visto e as vacinas. Junto com os patrocinadores providenciamos kits para os 400 professores angolanos que participaram do Seminário. Além disso, levamos livros e materiais didáticos e uma doação financeira que será aplicada em uma nova escola de cursos profissionais na periferia de Luanda.

 

A senhora poderia explicar o que é o Vides?

O Vides é uma associação de voluntariado internacional promovida pelo Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, com Estatuto Consultivo nas Nações Unidas (ONU). A sigla Vides é originalmente na língua italiana (Volontariato Internazionale Donna Educazione Sviluppo - Voluntariado Internacional Mulher, Educação e Desenvolvimento), pois a fundação ocorreu na Itália, em 1987. Inspiramo-nos no projeto educativo salesiano para responder as exigências locais, agindo para a promoção de mulheres, jovens e crianças em condições de vulnerabilidade social, através da implementação de intervenções educacionais e de treinamento, cooperação com países em desenvolvimento e voluntariado. O Vides trabalha para a construção de um mundo em que cada indivíduo possa levar uma vida digna, baseada na distribuição equitativa de recursos materiais e intelectuais, capaz de determinar seu presente e seu futuro por meio da igualdade de oportunidades.

O Vides deseja criar condições para que todos possam acolher o convite do Papa Francisco “a não ficar olhando a vida do balcão”, mas descer e estar no meio de quem está excluído das oportunidades sociais. Acredito que o humanismo salesiano tem ótimas bases para que a prática do voluntariado (seja missionário, social ou educativo) desperte o generoso povo brasileiro.

 

Como um jovem ou um educador salesiano pode participar do Vides?

As propostas do voluntariado Vides são desenvolvidas em colaboração com o âmbito da Pastoral Juvenil Inspetorial da Inspetoria Santa Catarina de Sena, em São Paulo. Este ano o nosso tema-guia são os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Destaco que a nossa porta está sempre aberta também para as pessoas de outras religiões ou de boa vontade que tenham o desejo de participar e contribuir nos projetos de voluntariado, para que juntos possamos unir forças e traçar os caminhos de fraternidade universal e de paz. Todos estão convidados a conhecer nossos projetos e propostas no Facebook videssaopaulo ou Instagram @videssp.

 

 Palavra dos educadores

“Chegamos com muita expectativa, no sentido de partilhar o pouco que tínhamos com os professores locais, e volto com a certeza de que aprendi muito mais do que ofereci. A experiência foi fantástica, em todos os níveis, tanto na questão da discussão e dos aspectos teórico-metodológicos, a gestão pedagógica, aplicação dos planos, a discussão que pensamos para o Seminário, mas principalmente na experiência de vida. Sinto que saímos mais vivos, mais atentos à formação individual e coletiva de pessoas, em especial dos jovens os quais temos compromisso de educar todos os dias.”

Alan Nardi – Instituto Nossa Senhora Auxiliadora – INSA, Araras

 

“Sou professora do ensino fundamental I. Me inscrevi no ‘Professores sem fronteiras’ no início do ano e participar deste projeto foi uma experiência única! Participei das formações dos professores em Cacuaco e a palavra que melhor descreve tudo que vivemos é ‘aprendizagem’. Aprendi tanto e a todo momento com as Irmãs Salesianas e com toda comunidade educativa! Os angolanos realmente sabem acolher, sabem partilhar o que têm sem se importar com a quantidade, sabem festejar como ninguém e são repletos de arte.”

Tatyane Requena – Instituto São José, São Jose dos Campos

 

“Viemos com o intuito de ser formadores, mas saio daqui hoje como uma pessoa formada, no carinho Salesiano, no amor fraternal e na humanidade. Trabalhamos aqui com várias pessoas de distintas maneiras, uma cultura diferente e saio hoje com uma visão completamente mudada e com carinho no coração”.

Marco Aurélio Tupinambá – Unifatea, Lorena

 

“Sou a referente das escolas salesianas de Angola e diretora do CEMA, que teve o privilégio de acolher os ‘Educadores sem fronteiras’. Foi maravilhoso ver leigos comprometidos com a educação salesiana, com desejo de partilhar seus conhecimentos, suas experiências e o próprio tempo, dando testemunho de profissionais conscientes da própria vocação. Tenho a certeza que os nossos professores saíram desta experiência profundamente tocados e transformados. Peço a Deus que continue abençoando este projeto, cada pessoa que dele fez e faz parte.”

Ir. Eurídice Felisberta Filipe (Ir. Didi), diretora do Complexo Escolar Maria Auxiliadora – CEMA, Angola.

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