O Sínodo nos interpela

Quarta, 25 Setembro 2019 14:21 Escrito por  Redação Boletim Salesiano com informações Dicastério para as Missões Salesianas
O Sínodo nos interpela Ildo Frazão/iStock.com
As contribuições salesianas ao Sínodo para a Amazônia e a “uma renovada presença entre a juventude amazônica”.  

Com o tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”, será realizado nos dias 6 a 27 de outubro próximo o Sínodo dos Bispos para a Amazônia, convocado pelo Papa Francisco. Ao fazer a convocatória, em outubro de 2017, o Pontífice explica que o objetivo do Sínodo é “identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta”.  

 

A presença da Família Salesiana na região amazônica remonta há mais de 125 anos, com a chegada do primeiro grupo de salesianos na Amazônia equatoriana, em 1893. Pouco depois, em 1894, foi iniciada a missão salesiana com o povo Bororo, em Cuiabá, MT. Em 1918, os salesianos partiram para a região do Alto Rio Negro, no Norte do Brasil e, em 1927, chegaram também à região amazônica da Venezuela.

 

Sendo assim, a Família Salesiana está se preparando para o Sínodo da Amazônia desde a sua convocação, realizando vários eventos internacionais e uma pesquisa sobre a realidade da presença salesiana atualmente na Pan-Amazônia. O resultado dessas reflexões foi reunido em uma publicação, com o título “Amazônia Salesiana: O Sínodo nos interpela - Contribuições dos Salesianos de Dom Bosco para o Sínodo e para uma renovada presença entre a juventude amazônica”.

 

Amazônia salesiana

A obra é coordenada pelos salesianos padre Martín Lasarte, do Dicastério para as Missões Salesianas, e padre Damásio Medeiros, da Universidade Pontifícia Salesiana (UPS), de Roma. Dividido em quatro partes, o livro traz os resultados da pesquisa feita junto às presenças salesianas amazônicas; do Encontro Salesiano Pan-Amazônico realizado em Manaus, em novembro de 2018; e dos seminários “Testemunhos de santidade com os povos amazônicos” e “Novos caminhos para uma Igreja com o rosto amazônico”, realizados em Roma, em 2018 e 2019, respectivamente.

 

“Tal contribuição abrange apenas uma parcela da vasta realidade amazônica, seja porque a Congregação não está presente em todos os rincões amazônicos, seja pelo tipo de serviço que, de acordo com o nosso carisma, realizamos. De qualquer modo, podemos afirmar que a nossa é uma presença significativa na região e serve de amostra da realidade eclesial aí instalada”, considera o padre Martín Lasarte na introdução da obra.

 

De acordo com dados levantados em 2018, as missões salesianas da Amazônia, do Mato Grosso e do Chaco paraguaio contam com 47 comunidades religiosas, com um total de 245 Salesianos de Dom Bosco (SDB). Dessas, 22 comunidades estão em zonas urbanas. As 25 restantes estão localizadas em zona rural (floresta ou pequenos centros urbanos) e atendem uma população de mais de 600 mil pessoas, de 62 grupos étnicos diferentes. Na região, os SDB trabalham em colaboração com outras congregações e, particularmente, em parceria com as Filhas de Maria Auxiliadora (FMA).

 

O livro apresenta também o amplo leque dos serviços educativo-pastorais que os salesianos realizam: pastoral itinerante, formação de ministros, paróquias, oratórios e centros juvenis, editoras, escolas primárias e secundárias, formação profissional e agrícola, ensino superior em áreas indígenas e urbanas, internatos, serviços de saúde e cooperativas de produção.

 

O Sínodo nos interpela

Para o padre Lasarte, a Família Salesiana contribui com os dois objetivos principais do Sínodo: identificar novos caminhos para a evangelização da Amazônia e responder à crise ecológica. Porém, “o primeiro objetivo nos desafia de maneira particular por causa da nossa presença histórica na região como educadores e evangelizadores, bem como por nossas características carismáticas. Para nós, o grito amazônico traduz-se no grito dos jovens daquela porção do povo de Deus: jovens indígenas, afrodescendentes, caboclos, brancos, mulatos, que precisam de uma oportunidade, respeito, dignidade, educação e do Evangelho”.

 

As contribuições salesianas à Igreja e aos povos amazônicos, nos 125 anos de presença na região, podem ser resumidas em quatro pontos: Amor, respeito e valorização das culturas amazônicas; Um esforço inculturado para anunciar Cristo; Educação, com mais de um século dedicado a preparar a juventude para os desafios contemporâneos; e Santidade. “Há muitos missionários e missionárias que deram sua vida por essa terra, há muitos cristãos amazônicos que abraçaram o Evangelho com generosidade e convicção”, afirma o padre Lasarte.

 

Citando o “encontro das águas” que ocorre entre o rio Negro e o rio Solimões, o salesiano conclui: “Nós também somos convidados a beber de dois rios: o amor criativo, comprometido e encarnado com os povos amazônicos e o amor por Cristo e seu Evangelho. Ou ainda, em consonância com nosso carisma: paixão por Cristo e paixão pelos jovens”.

Baixe AQUI o livro completo

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O Sínodo nos interpela

Quarta, 25 Setembro 2019 14:21 Escrito por  Redação Boletim Salesiano com informações Dicastério para as Missões Salesianas
O Sínodo nos interpela Ildo Frazão/iStock.com
As contribuições salesianas ao Sínodo para a Amazônia e a “uma renovada presença entre a juventude amazônica”.  

Com o tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”, será realizado nos dias 6 a 27 de outubro próximo o Sínodo dos Bispos para a Amazônia, convocado pelo Papa Francisco. Ao fazer a convocatória, em outubro de 2017, o Pontífice explica que o objetivo do Sínodo é “identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta”.  

 

A presença da Família Salesiana na região amazônica remonta há mais de 125 anos, com a chegada do primeiro grupo de salesianos na Amazônia equatoriana, em 1893. Pouco depois, em 1894, foi iniciada a missão salesiana com o povo Bororo, em Cuiabá, MT. Em 1918, os salesianos partiram para a região do Alto Rio Negro, no Norte do Brasil e, em 1927, chegaram também à região amazônica da Venezuela.

 

Sendo assim, a Família Salesiana está se preparando para o Sínodo da Amazônia desde a sua convocação, realizando vários eventos internacionais e uma pesquisa sobre a realidade da presença salesiana atualmente na Pan-Amazônia. O resultado dessas reflexões foi reunido em uma publicação, com o título “Amazônia Salesiana: O Sínodo nos interpela - Contribuições dos Salesianos de Dom Bosco para o Sínodo e para uma renovada presença entre a juventude amazônica”.

 

Amazônia salesiana

A obra é coordenada pelos salesianos padre Martín Lasarte, do Dicastério para as Missões Salesianas, e padre Damásio Medeiros, da Universidade Pontifícia Salesiana (UPS), de Roma. Dividido em quatro partes, o livro traz os resultados da pesquisa feita junto às presenças salesianas amazônicas; do Encontro Salesiano Pan-Amazônico realizado em Manaus, em novembro de 2018; e dos seminários “Testemunhos de santidade com os povos amazônicos” e “Novos caminhos para uma Igreja com o rosto amazônico”, realizados em Roma, em 2018 e 2019, respectivamente.

 

“Tal contribuição abrange apenas uma parcela da vasta realidade amazônica, seja porque a Congregação não está presente em todos os rincões amazônicos, seja pelo tipo de serviço que, de acordo com o nosso carisma, realizamos. De qualquer modo, podemos afirmar que a nossa é uma presença significativa na região e serve de amostra da realidade eclesial aí instalada”, considera o padre Martín Lasarte na introdução da obra.

 

De acordo com dados levantados em 2018, as missões salesianas da Amazônia, do Mato Grosso e do Chaco paraguaio contam com 47 comunidades religiosas, com um total de 245 Salesianos de Dom Bosco (SDB). Dessas, 22 comunidades estão em zonas urbanas. As 25 restantes estão localizadas em zona rural (floresta ou pequenos centros urbanos) e atendem uma população de mais de 600 mil pessoas, de 62 grupos étnicos diferentes. Na região, os SDB trabalham em colaboração com outras congregações e, particularmente, em parceria com as Filhas de Maria Auxiliadora (FMA).

 

O livro apresenta também o amplo leque dos serviços educativo-pastorais que os salesianos realizam: pastoral itinerante, formação de ministros, paróquias, oratórios e centros juvenis, editoras, escolas primárias e secundárias, formação profissional e agrícola, ensino superior em áreas indígenas e urbanas, internatos, serviços de saúde e cooperativas de produção.

 

O Sínodo nos interpela

Para o padre Lasarte, a Família Salesiana contribui com os dois objetivos principais do Sínodo: identificar novos caminhos para a evangelização da Amazônia e responder à crise ecológica. Porém, “o primeiro objetivo nos desafia de maneira particular por causa da nossa presença histórica na região como educadores e evangelizadores, bem como por nossas características carismáticas. Para nós, o grito amazônico traduz-se no grito dos jovens daquela porção do povo de Deus: jovens indígenas, afrodescendentes, caboclos, brancos, mulatos, que precisam de uma oportunidade, respeito, dignidade, educação e do Evangelho”.

 

As contribuições salesianas à Igreja e aos povos amazônicos, nos 125 anos de presença na região, podem ser resumidas em quatro pontos: Amor, respeito e valorização das culturas amazônicas; Um esforço inculturado para anunciar Cristo; Educação, com mais de um século dedicado a preparar a juventude para os desafios contemporâneos; e Santidade. “Há muitos missionários e missionárias que deram sua vida por essa terra, há muitos cristãos amazônicos que abraçaram o Evangelho com generosidade e convicção”, afirma o padre Lasarte.

 

Citando o “encontro das águas” que ocorre entre o rio Negro e o rio Solimões, o salesiano conclui: “Nós também somos convidados a beber de dois rios: o amor criativo, comprometido e encarnado com os povos amazônicos e o amor por Cristo e seu Evangelho. Ou ainda, em consonância com nosso carisma: paixão por Cristo e paixão pelos jovens”.

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