Juventudes e discernimento vocacional

Quinta, 28 Novembro 2019 13:19 Escrito por  Pe. João Mendonça, SDB
Juventudes e discernimento vocacional iStock.com
Este primeiro artigo foi elaborado a partir de três questões: ser jovem e juventudes; o projeto pessoal de vida como o saber decidir e escolher; e o discernimento vocacional.  

Estimulado pela exortação apostólica Cristo Vive (CV), como resultado do Sínodo sobre os jovens, farei uma série de reflexões sobre o tema do discernimento vocacional, tendo presente as perguntas que Papa Francisco elaborou na CV número 285. Acredito que é interessante suscitar algumas linhas de reflexão para os jovens a partir daqueles questionamentos que partem de uma compreensão filosófica (busca de compreender-se), mas desembocam na fé, elemento fundamental para uma decisão vocacional.

 

Este primeiro artigo foi elaborado a partir de três questões: ser jovem e juventudes; o projeto pessoal de vida como o saber decidir e escolher; e o discernimento vocacional a partir da construção de si mesmo e da existência.

 

Ser jovem e juventudes

A Cristo Vive considera um dado importante: o contexto juvenil não é homogêneo, nem entre os coetâneos juvenis, muito menos nas culturas (CV, 68). Cada vez é mais evidente que não é mais possível compreender, elaborar um discurso e, sobretudo, trabalhar pastoralmente com os jovens sem considerar que há uma pluralidade de juventudes em relação a cultura, linguagem e expressões juvenis que sobressaem cada vez mais nas “comunidades temporárias” nas quais vivem, também chamadas pelo Papa Francisco de “periferias existenciais”. Isso torna ainda mais interessante e desafiadora a ação evangelizadora com as juventudes.

 

As juventudes vivem numa era global marcada pela cultura zapping, quer dizer, “é possível navegar simultaneamente em dois ou três visores e interagir ao mesmo tempo em diferentes cenários virtuais. Sem a sapiência do discernimento, podemos facilmente transformar-nos em marionetes à mercê das tendências da ocasião” (CV, 279). Eis o desafio que se impõe hoje, aos cronologicamente não jovens, para compreender as juventudes.

 

Projeto pessoal de vida

A exortação apostólica não se detém sobre o tema do projeto pessoal de vida; refere-se, na verdade, ao projeto que Deus tem a respeito da pessoa. Faltou aqui, ao meu ver, uma referência mais explicita a este tema, embora a Cristo Vive faça referência aos contextos de buscas, desilusões e conquistas que os jovens devem travar quando o assunto é colocar em ordem a própria vida (CV, 80-85).

 

Contudo, o projeto pessoal de vida é, nada mais, nada menos, que projetar a vida a partir das vivências que envolvem passado, presente e sonho de futuro. Embora, numa sociedade de descartes, seja sempre mais difícil pensar no amanhã. Vive-se muito mais o hoje, mergulhados num mundo digital, isolados das relações concretas (CV, 86-88).

 

Discernimento vocacional

O fundamental no discernimento é saber descobrir o que Deus quer do jovem, ou seja, que ele sinta que a amizade com o Senhor é o caminho para o verdadeiro significado de suas buscas (CV, 250). Trata-se, portanto, de uma amizade com Deus que projeta a pessoa para o encontro com o outro e nunca para dentro de si mesma, num mutismo ou isolamento infecundo.

 

 

O que é a exortação apostólica Cristo Vive

“Cristo vive: é Ele a nossa esperança e a mais bela juventude deste mundo! Tudo o que toca torna-se jovem, fica novo, enche-se de vida. Por isso as primeiras palavras, que quero dirigir a cada jovem cristão, são estas: Ele vive e quer-te vivo!”: assim começa a exortação apostólica Christus Vivit (Cristo Vive). A exortação foi lançada pelo Papa Francisco em abril deste ano, como documento de conclusão do Sínodo dos Bispos realizado em outubro de 2018, com o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

 

A exortação traz as conclusões do Papa Francisco a partir do que foi discutido durante o Sínodo, e aborda assuntos como: a presença da Igreja na vida dos jovens; a realidade juvenil em contextos de guerra, exploração e criminalidade; a sexualidade e as relações afetivas e a presença da comunicação católica no “ambiente digital”.

 

Há um capítulo inteiro dedicado à Pastoral Juvenil que, de acordo com o Pontífice, precisa adquirir maior flexibilidade e ser um espaço onde os jovens não só recebam formação, mas possam também compartilhar a vida. Outro ponto fundamental é o discernimento, seja para a vida familiar, seja para a consagração a Deus.

 

Clique AQUI para ler a íntegra da exortação apostólica Cristo Vive

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Juventudes e discernimento vocacional

Quinta, 28 Novembro 2019 13:19 Escrito por  Pe. João Mendonça, SDB
Juventudes e discernimento vocacional iStock.com
Este primeiro artigo foi elaborado a partir de três questões: ser jovem e juventudes; o projeto pessoal de vida como o saber decidir e escolher; e o discernimento vocacional.  

Estimulado pela exortação apostólica Cristo Vive (CV), como resultado do Sínodo sobre os jovens, farei uma série de reflexões sobre o tema do discernimento vocacional, tendo presente as perguntas que Papa Francisco elaborou na CV número 285. Acredito que é interessante suscitar algumas linhas de reflexão para os jovens a partir daqueles questionamentos que partem de uma compreensão filosófica (busca de compreender-se), mas desembocam na fé, elemento fundamental para uma decisão vocacional.

 

Este primeiro artigo foi elaborado a partir de três questões: ser jovem e juventudes; o projeto pessoal de vida como o saber decidir e escolher; e o discernimento vocacional a partir da construção de si mesmo e da existência.

 

Ser jovem e juventudes

A Cristo Vive considera um dado importante: o contexto juvenil não é homogêneo, nem entre os coetâneos juvenis, muito menos nas culturas (CV, 68). Cada vez é mais evidente que não é mais possível compreender, elaborar um discurso e, sobretudo, trabalhar pastoralmente com os jovens sem considerar que há uma pluralidade de juventudes em relação a cultura, linguagem e expressões juvenis que sobressaem cada vez mais nas “comunidades temporárias” nas quais vivem, também chamadas pelo Papa Francisco de “periferias existenciais”. Isso torna ainda mais interessante e desafiadora a ação evangelizadora com as juventudes.

 

As juventudes vivem numa era global marcada pela cultura zapping, quer dizer, “é possível navegar simultaneamente em dois ou três visores e interagir ao mesmo tempo em diferentes cenários virtuais. Sem a sapiência do discernimento, podemos facilmente transformar-nos em marionetes à mercê das tendências da ocasião” (CV, 279). Eis o desafio que se impõe hoje, aos cronologicamente não jovens, para compreender as juventudes.

 

Projeto pessoal de vida

A exortação apostólica não se detém sobre o tema do projeto pessoal de vida; refere-se, na verdade, ao projeto que Deus tem a respeito da pessoa. Faltou aqui, ao meu ver, uma referência mais explicita a este tema, embora a Cristo Vive faça referência aos contextos de buscas, desilusões e conquistas que os jovens devem travar quando o assunto é colocar em ordem a própria vida (CV, 80-85).

 

Contudo, o projeto pessoal de vida é, nada mais, nada menos, que projetar a vida a partir das vivências que envolvem passado, presente e sonho de futuro. Embora, numa sociedade de descartes, seja sempre mais difícil pensar no amanhã. Vive-se muito mais o hoje, mergulhados num mundo digital, isolados das relações concretas (CV, 86-88).

 

Discernimento vocacional

O fundamental no discernimento é saber descobrir o que Deus quer do jovem, ou seja, que ele sinta que a amizade com o Senhor é o caminho para o verdadeiro significado de suas buscas (CV, 250). Trata-se, portanto, de uma amizade com Deus que projeta a pessoa para o encontro com o outro e nunca para dentro de si mesma, num mutismo ou isolamento infecundo.

 

 

O que é a exortação apostólica Cristo Vive

“Cristo vive: é Ele a nossa esperança e a mais bela juventude deste mundo! Tudo o que toca torna-se jovem, fica novo, enche-se de vida. Por isso as primeiras palavras, que quero dirigir a cada jovem cristão, são estas: Ele vive e quer-te vivo!”: assim começa a exortação apostólica Christus Vivit (Cristo Vive). A exortação foi lançada pelo Papa Francisco em abril deste ano, como documento de conclusão do Sínodo dos Bispos realizado em outubro de 2018, com o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

 

A exortação traz as conclusões do Papa Francisco a partir do que foi discutido durante o Sínodo, e aborda assuntos como: a presença da Igreja na vida dos jovens; a realidade juvenil em contextos de guerra, exploração e criminalidade; a sexualidade e as relações afetivas e a presença da comunicação católica no “ambiente digital”.

 

Há um capítulo inteiro dedicado à Pastoral Juvenil que, de acordo com o Pontífice, precisa adquirir maior flexibilidade e ser um espaço onde os jovens não só recebam formação, mas possam também compartilhar a vida. Outro ponto fundamental é o discernimento, seja para a vida familiar, seja para a consagração a Deus.

 

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