Editorial: Casa Comum, um modo de ser Família Salesiana

Segunda, 22 Junho 2020 19:18 Escrito por  Pe. Tarcizio Paulo Odelli
“Nada deste mundo nos é indiferente”, afirma o Papa Francisco no início da sua Encíclica “Laudato Si”. Esta frase é um marco nos seus escritos, pois percebemos que a Igreja está, atualmente, preocupada com a “Casa Comum” de todos nós, que é o mundo. Não era muito comum Papas e Magistério da Igreja tratarem deste tema, tão relevante para os nossos dias. Mas o atual Papa percebeu que a Igreja estaria se omitindo, caso não refletisse e falasse sobre o cuidado que devemos ter com a ecologia.  

As pessoas sempre agiram pensando serem donas do mundo e que se pudesse fazer com ele tudo o que se quisesse. Sempre soou aos nossos ouvidos aquela palavra dita por Deus no Gênesis e que talvez muitos a interpretaram de um modo equivocado, autorizando-se a serem proprietários e dominadores: "Deus os abençoou: “Frutificai – disse ele – e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra”."

 

Pensando em tudo isso, o Boletim Salesiano Brasil está entregando em suas mãos páginas que tratam deste tema tão importante e essencial para os nossos dias. Trata-se também de vivenciar, como Família Salesiana, o tema da Estreia deste ano, que nos convida a sermos sempre e em toda a parte “bons cristãos e honestos cidadãos”.

 

Sob este ponto, o Padre Savio Silveira aborda, no seu artigo “Um mundo mais verde depois da pandemia”, algumas atitudes que devemos praticar para sermos bons cidadãos. Ele fala de uma “cidadania ecológica” e propõe que deixemos de ser "consumidores" para nos tornarmos "guardiões" da Terra. Esta cidadania inclui também o amor, a compaixão e a solidariedade.

 

“Contudo”, afirma Adriana Panzini em seu artigo “Meio ambiente: cuidar é preciso”, “há muito que avançar, especialmente considerando que as forças econômicas ainda se sobrepõem de maneira significativa à preservação de nossa Casa Comum.” Citando Francisco, diz que “basta olhar a realidade com sinceridade para ver que há uma grande deterioração de nossa Casa Comum”.

 

Tudo isso poderemos realizar, como Família Salesiana, com os jovens, nossos destinatários. Em seu artigo nesta edição, o Reitor-mor nos dá indicações para isso. Para formar “o bom cristão e o honesto cidadão os jovens”, diz P. Ángel, nos querem “a seu lado, mesmo quando erram. Pediram-nos que os acompanhemos no caminho da vida. Que estejamos junto a eles mesmo na fase das grandes decisões”. “Vocês têm os nossos corações em suas mãos. Cuidem deste precioso tesouro. Por favor, não se esqueçam de nós e continuem a nos escutar”, escreveram na sua mensagem para os salesianos que estavam reunidos no Capítulo Geral.

 

Ricardo Lobato, na Página do Leitor, escreve que “as tribulações de hoje podem ser a oportunidade de se construir uma sociedade mais preocupada com o próximo e com o meio ambiente, uma sociedade com mais distribuição de renda e menos desigual, finalmente, a oportunidade de uma sociedade mais justa”. Eis aí um programa eminentemente salesiano.

 

Com estas atitudes, com certeza, estaremos cuidando da nossa “Casa comum!” Trata-se de um grande desafio, e, ao mesmo tempo, de uma maneira de vivenciar a salesianidade, pois entre os quatro grandes princípios da espiritualidade salesiana, temos a “casa que acolhe”. Nesta casa salesiana, somos convocados a cuidar dela, acolhendo-nos com o espírito de familiaridade e acolhendo também tudo o que se refere à “casa comum”.

 

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Editorial: Casa Comum, um modo de ser Família Salesiana

Segunda, 22 Junho 2020 19:18 Escrito por  Pe. Tarcizio Paulo Odelli
“Nada deste mundo nos é indiferente”, afirma o Papa Francisco no início da sua Encíclica “Laudato Si”. Esta frase é um marco nos seus escritos, pois percebemos que a Igreja está, atualmente, preocupada com a “Casa Comum” de todos nós, que é o mundo. Não era muito comum Papas e Magistério da Igreja tratarem deste tema, tão relevante para os nossos dias. Mas o atual Papa percebeu que a Igreja estaria se omitindo, caso não refletisse e falasse sobre o cuidado que devemos ter com a ecologia.  

As pessoas sempre agiram pensando serem donas do mundo e que se pudesse fazer com ele tudo o que se quisesse. Sempre soou aos nossos ouvidos aquela palavra dita por Deus no Gênesis e que talvez muitos a interpretaram de um modo equivocado, autorizando-se a serem proprietários e dominadores: "Deus os abençoou: “Frutificai – disse ele – e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra”."

 

Pensando em tudo isso, o Boletim Salesiano Brasil está entregando em suas mãos páginas que tratam deste tema tão importante e essencial para os nossos dias. Trata-se também de vivenciar, como Família Salesiana, o tema da Estreia deste ano, que nos convida a sermos sempre e em toda a parte “bons cristãos e honestos cidadãos”.

 

Sob este ponto, o Padre Savio Silveira aborda, no seu artigo “Um mundo mais verde depois da pandemia”, algumas atitudes que devemos praticar para sermos bons cidadãos. Ele fala de uma “cidadania ecológica” e propõe que deixemos de ser "consumidores" para nos tornarmos "guardiões" da Terra. Esta cidadania inclui também o amor, a compaixão e a solidariedade.

 

“Contudo”, afirma Adriana Panzini em seu artigo “Meio ambiente: cuidar é preciso”, “há muito que avançar, especialmente considerando que as forças econômicas ainda se sobrepõem de maneira significativa à preservação de nossa Casa Comum.” Citando Francisco, diz que “basta olhar a realidade com sinceridade para ver que há uma grande deterioração de nossa Casa Comum”.

 

Tudo isso poderemos realizar, como Família Salesiana, com os jovens, nossos destinatários. Em seu artigo nesta edição, o Reitor-mor nos dá indicações para isso. Para formar “o bom cristão e o honesto cidadão os jovens”, diz P. Ángel, nos querem “a seu lado, mesmo quando erram. Pediram-nos que os acompanhemos no caminho da vida. Que estejamos junto a eles mesmo na fase das grandes decisões”. “Vocês têm os nossos corações em suas mãos. Cuidem deste precioso tesouro. Por favor, não se esqueçam de nós e continuem a nos escutar”, escreveram na sua mensagem para os salesianos que estavam reunidos no Capítulo Geral.

 

Ricardo Lobato, na Página do Leitor, escreve que “as tribulações de hoje podem ser a oportunidade de se construir uma sociedade mais preocupada com o próximo e com o meio ambiente, uma sociedade com mais distribuição de renda e menos desigual, finalmente, a oportunidade de uma sociedade mais justa”. Eis aí um programa eminentemente salesiano.

 

Com estas atitudes, com certeza, estaremos cuidando da nossa “Casa comum!” Trata-se de um grande desafio, e, ao mesmo tempo, de uma maneira de vivenciar a salesianidade, pois entre os quatro grandes princípios da espiritualidade salesiana, temos a “casa que acolhe”. Nesta casa salesiana, somos convocados a cuidar dela, acolhendo-nos com o espírito de familiaridade e acolhendo também tudo o que se refere à “casa comum”.

 

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