A presença salesiana entre os povos indígenas

Quinta, 24 Outubro 2013 14:51 Escrito por  Editorial Boletim Salesiano
A dimensão missionária salesiana no Brasil tem expressão especialmente na presença entre os povos indígenas, com atuação nas áreas de educação e defesa dos direitos humanos na região amazônica e nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.  

As celebrações do centenário da presença salesiana na Amazônia (1915-2015) já foram abertas oficialmente, no último dia 16 de agosto, com uma missa solene, na Igreja Dom Bosco, em Manaus. O conselheiro salesiano para a América Cone Sul, padre Natale Vitali, presidiu a celebração.

A data foi comemorada em todas as áreas salesianas da Amazônia, tendo como ponto alto a premiação dos ganhadores do concurso cultural que definiu o tema e o lema centenário: “Salesianos na Amazônia: 100 anos de missão!”, de autoria do salesiano pós-noviço, Augusto Rodrigues de Sousa, e “A semente produziu bons frutos!”, lema criado pelo padre Tiago Corrado. A logomarca - aprovada pela Comissão de Preparação da celebração do centenário, antes do início oficial das celebrações -, foi criada pelo designer Felipe Cumaru.

A comemoração é também momento de celebrar o trabalho missionário da Família Salesiana junto aos povos indígenas. Um trabalho marcado pela centralidade na educação e na promoção dos direitos humanos.

 

No Alto Rio Negro

Em 1914, a Santa Sé confiou aos salesianos a Prefeitura Apostólica do Rio Negro e os primeiros salesianos chegaram à região já no ano seguinte, estabelecendo a sede para a nova missão em São Gabriel da Cachoeira. Em seguida, os filhos de Dom Bosco espalharam-se por toda a região, abrindo escolas, oratórios, centros para a juventude, obras para os jovens em situação de risco, centros profissionais, paróquias e, mais recentemente, também a Faculdade Universitária Salesiana, sem que fosse deixada de lado a presença missionária entre os indígenas.

Atualmente, os salesianos da região atuam nas arquidioceses de Manaus, Belém e Porto Velho e nas dioceses de São Gabriel da Cachoeira, Humaitá e Ji-Paraná. O trabalho com os indígenas é realizado nas missões São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro, além de outras seis comunidades indígenas, inclusive com escolas, oratórios e obras sociais dedicadas às crianças e jovens.

As Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) chegaram à região um pouco depois, em 1923, data em que foi instalada a primeira casa também em São Gabriel da Cachoeira. Em 1961, a Inspetoria Laura Vicuña foi oficialmente criada, para atender ao crescente número de obras. Porém, as dificuldades, tanto de distâncias como de diversidades entre os estados (Amazonas, Pará e Rondônia), se faziam presentes. Por este motivo, em 1999 foi criada a atual Inspetoria Santa Teresinha, que desde então se ocupa em viver a missão salesiana ao lado dos povos do norte do estado do Amazonas (alto e médio Rio Negro). Entre as diversas ações da inspetoria, destacam-se a Obra Social Casa da Menina Feliz, em São Gabriel da Cachoeira, voltada para o atendimento a meninas em situação social de vulnerabilidade; e a comunidade estabelecida a convite do povo Yanomami, desde 2007, voltada para a alfabetização bilíngue de crianças e jovens.

 

Em Mato Grosso, entre os bororo e os xavante

O início da missão salesiana junto aos povos indígenas, entretanto, não se deu na Amazônia, mas sim na região de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. E alguns anos antes: em 18 de junho de 1894, os primeiros padres salesianos na região tomaram posse da paróquia de São Gonçalo do Porto, em Cuiabá. Já no ano seguinte, iniciaram o trabalho junto aos bororo da Colônia Teresa Cristina, ação que foi interrompida no final do século XIX e reiniciada em 1902, com a abertura da Colônia Sagrado Coração nos Tachos.

A história das quatro presenças missionárias em que atuam os Salesianos de Dom Bosco e as Filhas de Maria Auxiliadora entre os indígenas de Mato Grosso reflete o que foi e é o trabalho salesiano na região. A mais antiga das missões é a do Sagrado Coração, atualmente na aldeia de Merúri, fundada aos 18 de janeiro 1902, com a presença de SDB e FMA. Foi em Merúri que morreram, em 1976, os mártires padre Rodolfo Lunkenbein, então diretor da casa, e o cacique Simão, assassinados por defenderem a demarcação das terras indígenas dos bororo.

A missão de São José – Sangradouro, fundada em 1906, atendia inicialmente os bororo da região. Mas, em 1957, chegaram também os primeiros grupos de xavante, expulsos de suas terras originais. Hoje, a paróquia salesiana na Terra Indígena de Sangradouro, inclui 31 aldeias xavante, uma aldeia bororo junto à sede da Missão e também um núcleo de assentamento.

Os filhos e filhas de Dom Bosco mantêm ainda a Missão de São Marcos, fundada em 1958, e Casa Filipe Rinaldi - Nova Xavantina, fundada em 1949, ambas voltadas para os indígenas da etnia xavante. Destaca-se também na região o Núcleo de Estudos e Pesquisas da População Indígenas (NEPPI), órgão da Universidade Católica Dom Bosco com vários projetos de pesquisa e extensão voltados para as populações indígenas.

 

Com informações: Inspetoria São Domingos Sávio e Missão Salesiana de Mato Grosso (SDB), Inspetoria Laura Vicuña, Inspetoria Santa Teresinha, Inspetoria Imaculada Auxiliadora e Inspetoria Nossa Senhora da Paz (FMA).

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A presença salesiana entre os povos indígenas

Quinta, 24 Outubro 2013 14:51 Escrito por  Editorial Boletim Salesiano
A dimensão missionária salesiana no Brasil tem expressão especialmente na presença entre os povos indígenas, com atuação nas áreas de educação e defesa dos direitos humanos na região amazônica e nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.  

As celebrações do centenário da presença salesiana na Amazônia (1915-2015) já foram abertas oficialmente, no último dia 16 de agosto, com uma missa solene, na Igreja Dom Bosco, em Manaus. O conselheiro salesiano para a América Cone Sul, padre Natale Vitali, presidiu a celebração.

A data foi comemorada em todas as áreas salesianas da Amazônia, tendo como ponto alto a premiação dos ganhadores do concurso cultural que definiu o tema e o lema centenário: “Salesianos na Amazônia: 100 anos de missão!”, de autoria do salesiano pós-noviço, Augusto Rodrigues de Sousa, e “A semente produziu bons frutos!”, lema criado pelo padre Tiago Corrado. A logomarca - aprovada pela Comissão de Preparação da celebração do centenário, antes do início oficial das celebrações -, foi criada pelo designer Felipe Cumaru.

A comemoração é também momento de celebrar o trabalho missionário da Família Salesiana junto aos povos indígenas. Um trabalho marcado pela centralidade na educação e na promoção dos direitos humanos.

 

No Alto Rio Negro

Em 1914, a Santa Sé confiou aos salesianos a Prefeitura Apostólica do Rio Negro e os primeiros salesianos chegaram à região já no ano seguinte, estabelecendo a sede para a nova missão em São Gabriel da Cachoeira. Em seguida, os filhos de Dom Bosco espalharam-se por toda a região, abrindo escolas, oratórios, centros para a juventude, obras para os jovens em situação de risco, centros profissionais, paróquias e, mais recentemente, também a Faculdade Universitária Salesiana, sem que fosse deixada de lado a presença missionária entre os indígenas.

Atualmente, os salesianos da região atuam nas arquidioceses de Manaus, Belém e Porto Velho e nas dioceses de São Gabriel da Cachoeira, Humaitá e Ji-Paraná. O trabalho com os indígenas é realizado nas missões São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro, além de outras seis comunidades indígenas, inclusive com escolas, oratórios e obras sociais dedicadas às crianças e jovens.

As Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) chegaram à região um pouco depois, em 1923, data em que foi instalada a primeira casa também em São Gabriel da Cachoeira. Em 1961, a Inspetoria Laura Vicuña foi oficialmente criada, para atender ao crescente número de obras. Porém, as dificuldades, tanto de distâncias como de diversidades entre os estados (Amazonas, Pará e Rondônia), se faziam presentes. Por este motivo, em 1999 foi criada a atual Inspetoria Santa Teresinha, que desde então se ocupa em viver a missão salesiana ao lado dos povos do norte do estado do Amazonas (alto e médio Rio Negro). Entre as diversas ações da inspetoria, destacam-se a Obra Social Casa da Menina Feliz, em São Gabriel da Cachoeira, voltada para o atendimento a meninas em situação social de vulnerabilidade; e a comunidade estabelecida a convite do povo Yanomami, desde 2007, voltada para a alfabetização bilíngue de crianças e jovens.

 

Em Mato Grosso, entre os bororo e os xavante

O início da missão salesiana junto aos povos indígenas, entretanto, não se deu na Amazônia, mas sim na região de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. E alguns anos antes: em 18 de junho de 1894, os primeiros padres salesianos na região tomaram posse da paróquia de São Gonçalo do Porto, em Cuiabá. Já no ano seguinte, iniciaram o trabalho junto aos bororo da Colônia Teresa Cristina, ação que foi interrompida no final do século XIX e reiniciada em 1902, com a abertura da Colônia Sagrado Coração nos Tachos.

A história das quatro presenças missionárias em que atuam os Salesianos de Dom Bosco e as Filhas de Maria Auxiliadora entre os indígenas de Mato Grosso reflete o que foi e é o trabalho salesiano na região. A mais antiga das missões é a do Sagrado Coração, atualmente na aldeia de Merúri, fundada aos 18 de janeiro 1902, com a presença de SDB e FMA. Foi em Merúri que morreram, em 1976, os mártires padre Rodolfo Lunkenbein, então diretor da casa, e o cacique Simão, assassinados por defenderem a demarcação das terras indígenas dos bororo.

A missão de São José – Sangradouro, fundada em 1906, atendia inicialmente os bororo da região. Mas, em 1957, chegaram também os primeiros grupos de xavante, expulsos de suas terras originais. Hoje, a paróquia salesiana na Terra Indígena de Sangradouro, inclui 31 aldeias xavante, uma aldeia bororo junto à sede da Missão e também um núcleo de assentamento.

Os filhos e filhas de Dom Bosco mantêm ainda a Missão de São Marcos, fundada em 1958, e Casa Filipe Rinaldi - Nova Xavantina, fundada em 1949, ambas voltadas para os indígenas da etnia xavante. Destaca-se também na região o Núcleo de Estudos e Pesquisas da População Indígenas (NEPPI), órgão da Universidade Católica Dom Bosco com vários projetos de pesquisa e extensão voltados para as populações indígenas.

 

Com informações: Inspetoria São Domingos Sávio e Missão Salesiana de Mato Grosso (SDB), Inspetoria Laura Vicuña, Inspetoria Santa Teresinha, Inspetoria Imaculada Auxiliadora e Inspetoria Nossa Senhora da Paz (FMA).

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