Reflexões missionárias sobre o Natal

"O Natal é, por excelência, a celebração dos sonhos, talvez porque esta data nos lembra que Cristo veio à Terra para anunciar, à humanidade, o sonho de Deus por um mundo melhor. Às vezes, as pessoas comentam que costumo tornar tudo simples demais. Mas a fé é simples e é isso que faz com que ela esteja tão distante de nosso mundo”. Esta é uma das reflexões do padre Giampiero de Nardi, missionário italiano na Guatemala, sobre o Natal.

Com isso, o ar de Peten exala fé, e quem chega ali imediatamente percebe. Ali, as pessoas são simples e humildes e realmente acreditam que Deus pode mudar o mundo ou que uma criança nascida em uma manjedoura em uma cidade remota de uma das províncias do Império Romano é capaz de melhorar um mundo repleto de ódio e brigas.

Muitos não querem ouvir falar de Natal como uma festa de sonhos, porque enxergam os sonhos como algo idílico longe da realidade, mas os sonhos não são ideais abstratos. Os santos que foram grandes sonhadores, sabiam bem que seus sonhos os levariam a enfrentar dificuldades ... porém, eles tinham plena confiança de que seus sonhos provinham de Deus e que ele se encarregaria de realizá-lo. Dom Bosco foi um grande sonhador, mas quanto sacrifício teve de fazer para realizar seu sonho! Quantos mal-entendidos, quanto sofrimento, quantas renúncias ele teve que fazer para criar a sua casa para os jovens ... mas, no final, conseguiu. As dificuldades não o desencorajaram porque o sonho que ele queria realizar estava muito claro para ele.

O Natal é também a festa dos pobres, porque Cristo se fez pobre. É uma data que nos lembra como não só de pão vive o homem, mas também da palavra de Deus e nos recorda que não podemos celebrar o Natal em paz se, ao nosso lado, algum pobre grita de dor e sofrimento. As últimas estatísticas na Guatemala apontam um aumento da pobreza na última década. Estima-se que 60% das pessoas são pobres e 23% vivem em situação de extrema pobreza. Dados que, à primeira vista, não nos dizem muito, mas que mostram que milhões de pessoas vivem em condições desumanas.

Os meus agradecimentos vão para todos vocês que nos acompanharam com orações e com ofertas. O que vocês estão fazendo é acreditar na possibilidade de um mundo diferente. Que nosso Senhor me permita uma comparação, a contribuição de vocês é como aquele grão de mostarda que, apesar de ser a menor de todas as sementes, torna-se uma árvore frondosa onde as aves encontram abrigo para seus ninhos ou como o fermento, que unido à massa, a faz crescer.