Pe. Daniel Garcia fala sobre o trabalho da Pastoral Juvenil

Quinta, 23 Fevereiro 2017 14:59 Escrito por 
Pe. Daniel Garcia fala sobre o trabalho da Pastoral Juvenil Foto: Fernando Gaia
Pe. Daniel Garcia é mexicano, membro do Dicastério para a Pastoral Juvenil Salesiana, e está designado para acompanhar mais especificamente a dimensão da Ação Social no continente americano. Ele está em visita às inspetorias brasileiras, e concedeu entrevista à Comunicação Social da Inspetoria de Nossa Senhora Auxiliadora (São Paulo), na qual fala sobre o que motivou sua visita e o olhar da Congregação para a Pastoral Juvenil e a Ação Social. Leia a seguir os principais trechos da entrevista:

Motivações

Passado o encontro que tivemos em outubro, dos delegados para a Pastoral Juvenil da América Cone Sul, falando sobre a animação que necessita o setor da Ação Social, os delegados de Pastoral das seis inspetorias dos Salesianos de Dom Bosco do Brasil me convidaram a fazer uma visita de animação. Primeiro, para conhecer a experiência, para entender o que é a Rede Salesiana Brasil de Ação Social, e também para aproximar-me das realidades vividas pelos delegados.

 

Pastoral Juvenil Salesiana

Se vê uma Pastoral muito coordenada, muito organizada, fruto da rede e, particularmente, no que se refere às obras sociais vê-se uma clara identidade. Sei que estão trabalhando nela, definindo muito bem os seus critérios que dão identidade a essas presenças e venho também constatar a parte de pastoral, que é fruto não só do que estão fazendo, mas do que estão refletindo. Vejo um trabalho muito bonito, de muita resposta, de muito impacto social. Vejo irmãos e irmãs muito entregues, porque pude partilhar e conhecer suas realidades.

 

Preocupação e cuidado

A preocupação sempre é olhar de que maneira essas obras e as ações que realizam com estes meninos e meninas, adolescentes e jovens, respondem aos critérios de Pastoral que temos na Congregação. De que maneira essas obras estão inseridas nos projetos educativo-pastorais das inspetorias, se estão verdadeiramente respondendo aos projetos orgânicos inspetoriais, evitando que estejam fora da institucionalidade.

 

Acompanhamento dos jovens

Ontem eu falava sobre o propósito do acompanhamento, de entender cada vez melhor que atualmente somos chamados a acompanhar os jovens. E os acompanhamos em três âmbitos, segundo a pedagogia salesiana:

- o acompanhamento no ambiente, rico de valores e de expressões, que ajuda e forma os meninos em seu crescimento. Nisso somos especialistas, nossas obras se caracterizam pelo bom ambiente, o ambiente familiar, salesiano;

- o outro âmbito é o de grupo. Nesse temos de continuar trabalhando. Há uma semelhança também pedagógica em Dom Bosco nas experiências grupais, ele as chamava de companhias em seu tempo. Para nós, trata-se de uma grande oportunidade de oferecer aos meninos espaços igualitários para crescer, desenvolver valores e experiências e promover seu amadurecimento e seus conhecimentos também. Isso não está muito claro em todas as nossas presenças. Nem sempre temos esse cuidado de favorecer os grupos. Nossa Família Salesiana precisamente está constituída por grupos que têm uma forte e clara identidade e que são chamados a ser protagonistas da missão. Convidaria a que continuássemos desenvolvendo o associacionismo salesiano;

- e o terceiro é o acompanhamento pessoal, o acompanhamento espiritual, em que o educador salesiano, seja religioso ou religiosa, seja leigo, pode ajudar os meninos em seu amadurecimento cristão, de tal maneira que venham a ser de verdade transformadores da Igreja e da sociedade assim como nos propõe o Papa para este Sínodo dos Jovens. Parece-me que nisso temos que continuar trabalhando, aqui no Brasil como em todas as inspetorias do mundo.

 

Dimensão pastoral

Quando uma paróquia está mais preocupada com o sacramentalismo pode perder de vista a dimensão pastoral, a dimensão evangelizadora. Quando uma escola está dedicada somente aos novos modelos pedagógicos e não cuida da pastoral como a entendemos nós, os salesianos, pode ser que a religião seja incluída somente como instrução, sem levar nossos colaboradores e alunos a uma experiência de Deus. Quando um centro juvenil ou quando uma obra social só responde às necessidades assistencialistas, que são tão grandes e tão fortes, pode perder a dimensão pastoral, que dizer, a maneira de ler a realidade à luz do Evangelho, ajudando os meninos e as meninas a superar seus conflitos pessoais, sociais, familiares. Então insistiria nesse ponto que é algo muito salesiano, que é algo que o Reitor-mor está nos convidando sempre, que é algo que os capítulos gerais estão insistindo cada vez mais: a dimensão pastoral de nossas obras.

 

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Última modificação em Quarta, 01 Março 2017 23:08

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Pe. Daniel Garcia fala sobre o trabalho da Pastoral Juvenil

Quinta, 23 Fevereiro 2017 14:59 Escrito por 
Pe. Daniel Garcia fala sobre o trabalho da Pastoral Juvenil Foto: Fernando Gaia
Pe. Daniel Garcia é mexicano, membro do Dicastério para a Pastoral Juvenil Salesiana, e está designado para acompanhar mais especificamente a dimensão da Ação Social no continente americano. Ele está em visita às inspetorias brasileiras, e concedeu entrevista à Comunicação Social da Inspetoria de Nossa Senhora Auxiliadora (São Paulo), na qual fala sobre o que motivou sua visita e o olhar da Congregação para a Pastoral Juvenil e a Ação Social. Leia a seguir os principais trechos da entrevista:

Motivações

Passado o encontro que tivemos em outubro, dos delegados para a Pastoral Juvenil da América Cone Sul, falando sobre a animação que necessita o setor da Ação Social, os delegados de Pastoral das seis inspetorias dos Salesianos de Dom Bosco do Brasil me convidaram a fazer uma visita de animação. Primeiro, para conhecer a experiência, para entender o que é a Rede Salesiana Brasil de Ação Social, e também para aproximar-me das realidades vividas pelos delegados.

 

Pastoral Juvenil Salesiana

Se vê uma Pastoral muito coordenada, muito organizada, fruto da rede e, particularmente, no que se refere às obras sociais vê-se uma clara identidade. Sei que estão trabalhando nela, definindo muito bem os seus critérios que dão identidade a essas presenças e venho também constatar a parte de pastoral, que é fruto não só do que estão fazendo, mas do que estão refletindo. Vejo um trabalho muito bonito, de muita resposta, de muito impacto social. Vejo irmãos e irmãs muito entregues, porque pude partilhar e conhecer suas realidades.

 

Preocupação e cuidado

A preocupação sempre é olhar de que maneira essas obras e as ações que realizam com estes meninos e meninas, adolescentes e jovens, respondem aos critérios de Pastoral que temos na Congregação. De que maneira essas obras estão inseridas nos projetos educativo-pastorais das inspetorias, se estão verdadeiramente respondendo aos projetos orgânicos inspetoriais, evitando que estejam fora da institucionalidade.

 

Acompanhamento dos jovens

Ontem eu falava sobre o propósito do acompanhamento, de entender cada vez melhor que atualmente somos chamados a acompanhar os jovens. E os acompanhamos em três âmbitos, segundo a pedagogia salesiana:

- o acompanhamento no ambiente, rico de valores e de expressões, que ajuda e forma os meninos em seu crescimento. Nisso somos especialistas, nossas obras se caracterizam pelo bom ambiente, o ambiente familiar, salesiano;

- o outro âmbito é o de grupo. Nesse temos de continuar trabalhando. Há uma semelhança também pedagógica em Dom Bosco nas experiências grupais, ele as chamava de companhias em seu tempo. Para nós, trata-se de uma grande oportunidade de oferecer aos meninos espaços igualitários para crescer, desenvolver valores e experiências e promover seu amadurecimento e seus conhecimentos também. Isso não está muito claro em todas as nossas presenças. Nem sempre temos esse cuidado de favorecer os grupos. Nossa Família Salesiana precisamente está constituída por grupos que têm uma forte e clara identidade e que são chamados a ser protagonistas da missão. Convidaria a que continuássemos desenvolvendo o associacionismo salesiano;

- e o terceiro é o acompanhamento pessoal, o acompanhamento espiritual, em que o educador salesiano, seja religioso ou religiosa, seja leigo, pode ajudar os meninos em seu amadurecimento cristão, de tal maneira que venham a ser de verdade transformadores da Igreja e da sociedade assim como nos propõe o Papa para este Sínodo dos Jovens. Parece-me que nisso temos que continuar trabalhando, aqui no Brasil como em todas as inspetorias do mundo.

 

Dimensão pastoral

Quando uma paróquia está mais preocupada com o sacramentalismo pode perder de vista a dimensão pastoral, a dimensão evangelizadora. Quando uma escola está dedicada somente aos novos modelos pedagógicos e não cuida da pastoral como a entendemos nós, os salesianos, pode ser que a religião seja incluída somente como instrução, sem levar nossos colaboradores e alunos a uma experiência de Deus. Quando um centro juvenil ou quando uma obra social só responde às necessidades assistencialistas, que são tão grandes e tão fortes, pode perder a dimensão pastoral, que dizer, a maneira de ler a realidade à luz do Evangelho, ajudando os meninos e as meninas a superar seus conflitos pessoais, sociais, familiares. Então insistiria nesse ponto que é algo muito salesiano, que é algo que o Reitor-mor está nos convidando sempre, que é algo que os capítulos gerais estão insistindo cada vez mais: a dimensão pastoral de nossas obras.

 

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