A voz dos bispos “clama no deserto” no Sudão do Sul

Terça, 14 Março 2017 17:08 Escrito por  Info ANS
“A guerra civil continua. Perpetram-se mortes, estupros, saques, ataques a igrejas e a edifícios. Nosso país jaz em meio a uma pavorosa crise humanitária… O nosso povo luta cotidianamente para sobreviver... Milhões de sul-sudaneses são abalados pela fome e obrigados a fugir ou a achar abrigo nos campos de refugiados”. Estas são apenas algumas passagens dramáticas, com que, sob forma de “Mensagem Pastoral aos fiéis e a todo o povo”, os bispos sul-sudaneses lançaram seu apelo para que se volte a negociar e a buscar soluções para a guerra e para a crise humanitária.

O longo documento, tornado público no fim de fevereiro, chega ao ápice de um dos períodos mais duros da história da jovem nação. Recentemente o governo teve de admitir um estado de carestia em dois municípios – Leer e Mayendit; mas a emergência se estende a todo o país. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), são quase cinco milhões de pessoas que passam por uma carência desesperada de alimentos e de meios para cultivar a terra; enquanto são já mais de 100.000 as que passam fome. Causa? O país está sendo profundamente estraçalhado pelo conflito entre o presidente e o seu ex-vice, conflito que se prolonga desde 2013...

 

“Entre as causas de todas as calamidades desabadas sobre esta nação está, nos últimos anos, a... guerra. Não há de fato nenhuma razão pela qual um país rico de vegetação, de fauna, de água, tradicionalmente piscoso, cultivável deva cair em semelhante emergência humanitária: é um erro chamá-lo de «desastre natural». Não há desastre natural algum. Não há nada de natural em tal situação”, afirmam os bispos.

 

O conflito, a que agora se acrescenta à carestia, já fez dezenas de milhares de mortos e empurrou  mais de três milhões de pessoas para fora das fronteiras. Para nada serviram os vários acordos de paz, firmados desde 2013 até hoje; nem o envio de 12 mil ‘Boinas Azuis’ pela ONU.

 

Os bispos exprimem também a vontade de favorecer o diálogo nacional e o processo de paz: “Junto com outras igrejas, pedimos para reunir-nos, face a face, não só com o presidente; também com seus vices… e com quem quer que tenha poder para mudar a realidade. E entendemos reunir-nos com eles todas as vezes que for necessário, para que do diálogo nasçam ações e não só conversa mole”.

 

Os Salesianos estão presentes e ativos nos territórios do atual Sudão do Sul desde 1980, servindo jovens e necessitados nos campos de refugiados e oferecendo, em suas obras, abrigo, comida, roupa, saúde e higiene...

Fonte: Info ANS

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Última modificação em Terça, 14 Março 2017 19:58

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A voz dos bispos “clama no deserto” no Sudão do Sul

Terça, 14 Março 2017 17:08 Escrito por  Info ANS
“A guerra civil continua. Perpetram-se mortes, estupros, saques, ataques a igrejas e a edifícios. Nosso país jaz em meio a uma pavorosa crise humanitária… O nosso povo luta cotidianamente para sobreviver... Milhões de sul-sudaneses são abalados pela fome e obrigados a fugir ou a achar abrigo nos campos de refugiados”. Estas são apenas algumas passagens dramáticas, com que, sob forma de “Mensagem Pastoral aos fiéis e a todo o povo”, os bispos sul-sudaneses lançaram seu apelo para que se volte a negociar e a buscar soluções para a guerra e para a crise humanitária.

O longo documento, tornado público no fim de fevereiro, chega ao ápice de um dos períodos mais duros da história da jovem nação. Recentemente o governo teve de admitir um estado de carestia em dois municípios – Leer e Mayendit; mas a emergência se estende a todo o país. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), são quase cinco milhões de pessoas que passam por uma carência desesperada de alimentos e de meios para cultivar a terra; enquanto são já mais de 100.000 as que passam fome. Causa? O país está sendo profundamente estraçalhado pelo conflito entre o presidente e o seu ex-vice, conflito que se prolonga desde 2013...

 

“Entre as causas de todas as calamidades desabadas sobre esta nação está, nos últimos anos, a... guerra. Não há de fato nenhuma razão pela qual um país rico de vegetação, de fauna, de água, tradicionalmente piscoso, cultivável deva cair em semelhante emergência humanitária: é um erro chamá-lo de «desastre natural». Não há desastre natural algum. Não há nada de natural em tal situação”, afirmam os bispos.

 

O conflito, a que agora se acrescenta à carestia, já fez dezenas de milhares de mortos e empurrou  mais de três milhões de pessoas para fora das fronteiras. Para nada serviram os vários acordos de paz, firmados desde 2013 até hoje; nem o envio de 12 mil ‘Boinas Azuis’ pela ONU.

 

Os bispos exprimem também a vontade de favorecer o diálogo nacional e o processo de paz: “Junto com outras igrejas, pedimos para reunir-nos, face a face, não só com o presidente; também com seus vices… e com quem quer que tenha poder para mudar a realidade. E entendemos reunir-nos com eles todas as vezes que for necessário, para que do diálogo nasçam ações e não só conversa mole”.

 

Os Salesianos estão presentes e ativos nos territórios do atual Sudão do Sul desde 1980, servindo jovens e necessitados nos campos de refugiados e oferecendo, em suas obras, abrigo, comida, roupa, saúde e higiene...

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