Do prelo ao smartphone

Segunda, 07 Mai 2018 11:02 Escrito por  Sandra de Angelis
Do prelo ao smartphone iStock.com
Para o Dia Mundial das Comunicações de 2018, celebrado em 13 de maio, o Papa Francisco elegeu as “fake news” – notícias falsas – como mote. Sua mensagem para a data tem como tema ‘“A verdade vos tornará livres’ (Jo 8, 32) – Fake news e jornalismo de paz”.    

Desde o prelo, máquina pioneira para imprimir em série, até o atual “WhatsApp”, aplicativo amplamente utilizado para troca de mensagens e comunicação via smartphones, o estímulo que move seus usuários é o de multiplicar, ao máximo, expressões consideradas relevantes, seja por que ótica for.

 

A diferença entre o prelo de Gutemberg e o smartphone, entretanto, está na capilaridade e na velocidade que este último apresenta ao ser usado para propagar informações. A rapidez que a conexão à internet propicia pode tudo, desde convocar uma concentração popular para a realização de uma missa em praça pública até criar uma falsa verdade capaz de prejudicar pessoas, instituições ou mesmo convicções de fé e respeito. E aí que entra o perigo.

 

Para o Dia Mundial das Comunicações de 2018, celebrado em 13 de maio, o Papa Francisco elegeu as “fake news” – notícias falsas – como mote. Em sua mensagem para a data, com o tema ‘“A verdade vos tornará livres’ (Jo 8, 32) – Fake news e jornalismo de paz”, o Pontífice afirma que “No projeto de Deus, a comunicação humana é uma modalidade essencial para viver a comunhão. Imagem e semelhança do Criador, o ser humano é capaz de expressar e compartilhar o verdadeiro, o bom e o belo”.

 

Entretanto, continua o Papa Francisco, se der vazão a seu egoísmo, “o homem pode usar de modo distorcido a própria faculdade de comunicar, como o atestam, já nos primórdios, os episódios bíblicos dos irmãos Caim e Abel e da Torre de Babel (cf. Gn 4, 1-16; 11, 1-9)”.

 

Interesses e atitudes

O salesiano cooperador Carlos Minozzi, que faz parte do conselho editorial do Boletim Salesiano, fez um levantamento sobre a temática apontada pelo Papa Francisco com uma análise para o contexto formador de opinião com vistas ao ‘bom cristão e honesto cidadão’, que é o Boletim Salesiano. “Por trás de uma notícia falsa”, pondera, “sempre haverá interesses escusos, como bem aponta o texto do Papa, ao referir-se ao ‘egoísmo’ que deforma a nossa capacidade de comunicar”.

 

O SC Minozzi menciona vários exemplos de notícias falsas que circulam em nossos meios e explica como elas se propagam quando são reproduzidas sem que seja conferida a veracidade. Um dos exemplos que cita é a conversa com uma pessoa que lhe havia enviado uma notícia falsa pelo aplicativo ‘WhatsApp’: “Senhora, esta notícia é falsa”, e ela respondeu: “Falsa? Mas foi meu filho que mandou!”.

 

Sempre baseado na Mensagem do Papa Francisco, ele ressalta que a propagação de notícias falsas, mesmo quando feita involuntariamente, tem consequências imediatas: promove o descrédito do outro, transformando-o em inimigo; fomenta conflitos; revela atitudes intolerantes; dilata a arrogância e o ódio. Nessa situação, elementos como credibilidade da pessoa que enviou a mensagem falsa, laços de amizade ou familiares, pertinência ao tema da notícia e conveniência ao oferecer argumentos (mesmo que falsos) para difamar alguém ou alguma situação, são recorrentes.

 

Formação ética

Irmã Maria Helena Moreira, conselheira geral para a Comunicação do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), observa que há a necessidade de trabalhar a formação ética das pessoas. “Precisamos formar as pessoas para comunicar nesses novos ambientes onde o privado e o público se misturam. A empreitada é séria e há muito o que fazer, porque não se propagam notícias falsas por má fé, mas por falta de consciência. Bastaria um pouco de ética para não divulgar uma mensagem falsa ou falar mal de um colega pelos meios digitais”, ressalta.

 

Para o SC Carlos Minozzi, as notícias falsas provocam estímulos sutis nas pessoas. “Elas jogam com a nossa avidez de sermos os primeiros a saber e a contar, exercem fascínio ao nos fazer crer que somos mais bem informados do que os outros. E mais: promovem um falso poder, porque hoje, quem sabe mais tem mais poder do que quem sabe menos”.

 

A síntese de sua análise, portanto, alerta ao valor dos conteúdos que propagamos. “As notícias devem levar em conta os destinatários, que são pessoas, e não só os fatos em si. Devemos sempre ser responsáveis no uso da linguagem. Ser jornalista ou comunicador é ser ‘guardião das notícias’, porque no mundo atual ele não desempenha apenas uma profissão, mas uma verdadeira missão. Promover um ‘jornalismo de paz’ é uma escolha nossa”, finaliza.

 

Como checar a veracidade de uma informação

Segue uma lista de procedimentos que devem ser adotados para se ‘vacinar’ contra notícias falsas e evitar sua propagação:

  • Cheque a fonte da fonte;
  • Aprenda sobre o site que está visualizando;
  • Evite sites conhecidos por sensacionalismo;
  • Leia a matéria completa, não só a chamada;
  • Cheque outras notícias do mesmo site;
  • Confirme a confiabilidade do autor;
  • Verifique se há erros de formatação ou ortografia;
  • Pesquise a notícia no Google, para ver se outros sites também divulgaram a informação;
  • Confira a data de publicação, não confie em notícias sem data definida;
  • Treine suas habilidades de identificar notícias falsas.

Fonte: www.apptuts.com.br

 

Oração dos Comunicadores

Senhor, fazei de nós instrumentos de vossa paz.

Fazei-nos reconhecer o mal que se insinua em uma comunicação que não cria comunhão

Tornai-nos capazes de tirar o veneno de nossos juízos.

Ajudai-nos a falar dos outros como de irmãos e irmãs.

Vós sois fiel e digno de confiança;

fazei que as nossas palavras sejam sementes de bem para o mundo:

Onde houver rumor, fazei que pratiquemos a escuta;

Onde houver confusão, fazei que inspiremos harmonia;

Onde houver ambiguidade, fazei que levemos clareza;

Onde houver exclusão, fazei que levemos partilha;

Onde houver sensacionalismo, fazei que usemos sobriedade;

Onde houver superficialidade, fazei que ponhamos interrogativos verdadeiros;

Onde houver preconceitos, fazei que despertemos confiança;

Onde houver agressividade, fazei que levemos respeito;

Onde houver falsidade, fazei que levemos verdade.

Amém.

 

Avalie este item
(0 votos)
Última modificação em Segunda, 07 Mai 2018 11:11

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.


Do prelo ao smartphone

Segunda, 07 Mai 2018 11:02 Escrito por  Sandra de Angelis
Do prelo ao smartphone iStock.com
Para o Dia Mundial das Comunicações de 2018, celebrado em 13 de maio, o Papa Francisco elegeu as “fake news” – notícias falsas – como mote. Sua mensagem para a data tem como tema ‘“A verdade vos tornará livres’ (Jo 8, 32) – Fake news e jornalismo de paz”.    

Desde o prelo, máquina pioneira para imprimir em série, até o atual “WhatsApp”, aplicativo amplamente utilizado para troca de mensagens e comunicação via smartphones, o estímulo que move seus usuários é o de multiplicar, ao máximo, expressões consideradas relevantes, seja por que ótica for.

 

A diferença entre o prelo de Gutemberg e o smartphone, entretanto, está na capilaridade e na velocidade que este último apresenta ao ser usado para propagar informações. A rapidez que a conexão à internet propicia pode tudo, desde convocar uma concentração popular para a realização de uma missa em praça pública até criar uma falsa verdade capaz de prejudicar pessoas, instituições ou mesmo convicções de fé e respeito. E aí que entra o perigo.

 

Para o Dia Mundial das Comunicações de 2018, celebrado em 13 de maio, o Papa Francisco elegeu as “fake news” – notícias falsas – como mote. Em sua mensagem para a data, com o tema ‘“A verdade vos tornará livres’ (Jo 8, 32) – Fake news e jornalismo de paz”, o Pontífice afirma que “No projeto de Deus, a comunicação humana é uma modalidade essencial para viver a comunhão. Imagem e semelhança do Criador, o ser humano é capaz de expressar e compartilhar o verdadeiro, o bom e o belo”.

 

Entretanto, continua o Papa Francisco, se der vazão a seu egoísmo, “o homem pode usar de modo distorcido a própria faculdade de comunicar, como o atestam, já nos primórdios, os episódios bíblicos dos irmãos Caim e Abel e da Torre de Babel (cf. Gn 4, 1-16; 11, 1-9)”.

 

Interesses e atitudes

O salesiano cooperador Carlos Minozzi, que faz parte do conselho editorial do Boletim Salesiano, fez um levantamento sobre a temática apontada pelo Papa Francisco com uma análise para o contexto formador de opinião com vistas ao ‘bom cristão e honesto cidadão’, que é o Boletim Salesiano. “Por trás de uma notícia falsa”, pondera, “sempre haverá interesses escusos, como bem aponta o texto do Papa, ao referir-se ao ‘egoísmo’ que deforma a nossa capacidade de comunicar”.

 

O SC Minozzi menciona vários exemplos de notícias falsas que circulam em nossos meios e explica como elas se propagam quando são reproduzidas sem que seja conferida a veracidade. Um dos exemplos que cita é a conversa com uma pessoa que lhe havia enviado uma notícia falsa pelo aplicativo ‘WhatsApp’: “Senhora, esta notícia é falsa”, e ela respondeu: “Falsa? Mas foi meu filho que mandou!”.

 

Sempre baseado na Mensagem do Papa Francisco, ele ressalta que a propagação de notícias falsas, mesmo quando feita involuntariamente, tem consequências imediatas: promove o descrédito do outro, transformando-o em inimigo; fomenta conflitos; revela atitudes intolerantes; dilata a arrogância e o ódio. Nessa situação, elementos como credibilidade da pessoa que enviou a mensagem falsa, laços de amizade ou familiares, pertinência ao tema da notícia e conveniência ao oferecer argumentos (mesmo que falsos) para difamar alguém ou alguma situação, são recorrentes.

 

Formação ética

Irmã Maria Helena Moreira, conselheira geral para a Comunicação do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), observa que há a necessidade de trabalhar a formação ética das pessoas. “Precisamos formar as pessoas para comunicar nesses novos ambientes onde o privado e o público se misturam. A empreitada é séria e há muito o que fazer, porque não se propagam notícias falsas por má fé, mas por falta de consciência. Bastaria um pouco de ética para não divulgar uma mensagem falsa ou falar mal de um colega pelos meios digitais”, ressalta.

 

Para o SC Carlos Minozzi, as notícias falsas provocam estímulos sutis nas pessoas. “Elas jogam com a nossa avidez de sermos os primeiros a saber e a contar, exercem fascínio ao nos fazer crer que somos mais bem informados do que os outros. E mais: promovem um falso poder, porque hoje, quem sabe mais tem mais poder do que quem sabe menos”.

 

A síntese de sua análise, portanto, alerta ao valor dos conteúdos que propagamos. “As notícias devem levar em conta os destinatários, que são pessoas, e não só os fatos em si. Devemos sempre ser responsáveis no uso da linguagem. Ser jornalista ou comunicador é ser ‘guardião das notícias’, porque no mundo atual ele não desempenha apenas uma profissão, mas uma verdadeira missão. Promover um ‘jornalismo de paz’ é uma escolha nossa”, finaliza.

 

Como checar a veracidade de uma informação

Segue uma lista de procedimentos que devem ser adotados para se ‘vacinar’ contra notícias falsas e evitar sua propagação:

  • Cheque a fonte da fonte;
  • Aprenda sobre o site que está visualizando;
  • Evite sites conhecidos por sensacionalismo;
  • Leia a matéria completa, não só a chamada;
  • Cheque outras notícias do mesmo site;
  • Confirme a confiabilidade do autor;
  • Verifique se há erros de formatação ou ortografia;
  • Pesquise a notícia no Google, para ver se outros sites também divulgaram a informação;
  • Confira a data de publicação, não confie em notícias sem data definida;
  • Treine suas habilidades de identificar notícias falsas.

Fonte: www.apptuts.com.br

 

Oração dos Comunicadores

Senhor, fazei de nós instrumentos de vossa paz.

Fazei-nos reconhecer o mal que se insinua em uma comunicação que não cria comunhão

Tornai-nos capazes de tirar o veneno de nossos juízos.

Ajudai-nos a falar dos outros como de irmãos e irmãs.

Vós sois fiel e digno de confiança;

fazei que as nossas palavras sejam sementes de bem para o mundo:

Onde houver rumor, fazei que pratiquemos a escuta;

Onde houver confusão, fazei que inspiremos harmonia;

Onde houver ambiguidade, fazei que levemos clareza;

Onde houver exclusão, fazei que levemos partilha;

Onde houver sensacionalismo, fazei que usemos sobriedade;

Onde houver superficialidade, fazei que ponhamos interrogativos verdadeiros;

Onde houver preconceitos, fazei que despertemos confiança;

Onde houver agressividade, fazei que levemos respeito;

Onde houver falsidade, fazei que levemos verdade.

Amém.

 

Avalie este item
(0 votos)
Última modificação em Segunda, 07 Mai 2018 11:11

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.