Maria Auxiliadora dos Cristãos, modelo de caridade

Quarta, 08 Mai 2019 11:47 Escrito por 
Nossa Senhora Auxiliadora, celebrada pela Igreja em 24 de maio, foi figura central na vida de Dom Bosco e indicada por ele como a padroeira da Família Salesiana.

A Família Salesiana vivencia em maio uma devoção tradicional, originária dos tempos de Dom Bosco, que é a memória de Maria invocada com o título de “Auxiliadora dos Cristãos”. No meio de tantas dificuldades e desafios, de tantas violências e guerras que marcam a história humana, os cristãos experimentaram e ainda hoje testemunham o auxílio concreto de Maria no cotidiano de suas vidas. Ela é a padroeira principal da Família Salesiana. No nosso trabalho evangelizador e de promoção humana, Maria resplandece como estrela e modelo de caridade pastoral.

 

A invocação inicial com o título latino “Auxilium Christianorum” está ligada ao grande papa São Pio V (1566-1572), que a ela confiou o destino da cristandade, quando da chegada dos turcos a Viena. Sua armada, em 1572, enfrentou e venceu (contra todos os prognósticos) a frota muçulmana, o que foi decisivo para o futuro do Ocidente cristão. O papa mandou acrescentar na Ladainha Lauretana a invocação de “Auxilium Christianorum”. A festa de Maria Auxiliadora foi instituída em 24 de maio, pelo papa Pio V, em agradecimento por sua liberdade de uma prisão napoleônica.

 

A Auxiliadora e Dom Bosco

O grande educador de Turim, Dom Bosco, desde o início colocou seu trabalho sob a proteção de Maria. A Virgem indicou a ele seu campo de ação entre os jovens e constantemente o guiou e sustentou. A primeira imagem de Maria que Dom Bosco colocou na capela Pinardi (a primeira capela do Oratório de Valdocco, em Turim) foi de Nossa Senhora da Consolata. Nas festas, os rapazes levavam esta estátua em procissão.

 

Em 1862, Dom Bosco confidenciou a seu jovem padre João Cagliero: “Maria quer que a veneremos sob o título de ‘Maria Auxiliadora dos Cristãos’. Os tempos correm tristes e temos necessidade de que a Virgem Santa nos ajude a defender a fé cristã. Construiremos uma igreja grandiosa e digna da Virgem”.

 

Sem recursos, mas convencido de que “é Maria que quer a Igreja e ela dará um jeito para pagá-la”, Dom Bosco lançou-se na construção. No dia 9 de junho de 1868, a nova igreja foi consagrada e hoje é a Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora.

 

Quem visita a basílica, em Turim, tem a oportunidade de ver o grande quadro ideado por Dom Bosco. A imagem da Auxiliadora é diferente daquela feita na Europa até aquele momento e que, de certa maneira, continha uma ideia “negativa” de defesa ante ameaças que ocorriam à Igreja e ao papado. Para Dom Bosco, Maria não é a guerreira armada, preparada para abater os inimigos, tampouco a fria rainha, vestida ricamente. Dom Bosco desenvolve uma ideia “positiva”. Os braços de Maria e de seu filho Jesus estão abertos e estendidos, o seu rosto sereno a transforma numa rainha amiga, maternalmente presente e afetuosa.

 

Dom Bosco assim descreveu o quadro, pintado por Tomaz Lorenzoni: “A Virgem Maria aparece circundada por um mar de luz e de majestade. Os anjos rodeiam e fazem obséquios, como que à sua rainha. Com a direita tem o cetro que é símbolo do seu poder, com a esquerda sustenta o Menino que tem os braços abertos, oferecendo assim as graças e a sua misericórdia a quem recorre a sua augusta Mãe. Ao lado e abaixo estão os santos Apóstolos e os Evangelistas, que olham a Santa Virgem. No fundo da pintura está a cidade de Turim, com o Santuário de Valdocco em primeiro plano e ao fundo o de Superga”.

 

Maria na vida da Família Salesiana

“Cremos que Maria está presente entre nós e continua a sua missão de Mãe da Igreja e Auxiliadora dos Cristãos. Confiamo-nos a ela a humilde serva na qual o Senhor operou coisas grandiosas, para nos tornarmos, entre os jovens, testemunhas do amor inexaurível do seu Filho”, afirmam as Constituições dos Salesianos de Dom Bosco.

 

A santidade e a presença materna de Maria nos estimulam, como Família Salesiana, a continuar nossa caminhada de cristãos.

 

Olhando para a Virgem, percebemos algumas virtudes que servem de exemplo e modelo para nós. São virtudes sólidas e evangélicas: inquebrantável fé e aceitação da Palavra de Deus, obediência generosa, humildade genuína, caridade solícita, sabedoria reflexiva, piedade, reconhecimento dos dons recebidos, fortaleza no exílio e no sofrimento, pobreza levada com dignidade e confiança em Deus, solicitude vigilante para com o Filho desde sua humilhação no berço até a cruz, delicadeza previdente e pureza virginal.

 

Como está nos princípios norteadores da Articulação da Juventude Salesiana – AJS, “Maria, a Auxiliadora, nos indica o caminho a percorrer e nos infunde esperança e consolação. Temos necessidade de uma ajuda segura e encorajadora em todos os níveis, nos momentos difíceis de busca do sentido da vida e da esperança. Maria é Auxiliadora porque nos mostra o rosto de uma cristã realizada e comprometida”.

 

Peçamos a ela a fé e a coragem de imitá-la e de vivenciar suas virtudes em nossa vida cotidiana e na missão salesiana.

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Maria Auxiliadora dos Cristãos, modelo de caridade

Quarta, 08 Mai 2019 11:47 Escrito por 
Nossa Senhora Auxiliadora, celebrada pela Igreja em 24 de maio, foi figura central na vida de Dom Bosco e indicada por ele como a padroeira da Família Salesiana.

A Família Salesiana vivencia em maio uma devoção tradicional, originária dos tempos de Dom Bosco, que é a memória de Maria invocada com o título de “Auxiliadora dos Cristãos”. No meio de tantas dificuldades e desafios, de tantas violências e guerras que marcam a história humana, os cristãos experimentaram e ainda hoje testemunham o auxílio concreto de Maria no cotidiano de suas vidas. Ela é a padroeira principal da Família Salesiana. No nosso trabalho evangelizador e de promoção humana, Maria resplandece como estrela e modelo de caridade pastoral.

 

A invocação inicial com o título latino “Auxilium Christianorum” está ligada ao grande papa São Pio V (1566-1572), que a ela confiou o destino da cristandade, quando da chegada dos turcos a Viena. Sua armada, em 1572, enfrentou e venceu (contra todos os prognósticos) a frota muçulmana, o que foi decisivo para o futuro do Ocidente cristão. O papa mandou acrescentar na Ladainha Lauretana a invocação de “Auxilium Christianorum”. A festa de Maria Auxiliadora foi instituída em 24 de maio, pelo papa Pio V, em agradecimento por sua liberdade de uma prisão napoleônica.

 

A Auxiliadora e Dom Bosco

O grande educador de Turim, Dom Bosco, desde o início colocou seu trabalho sob a proteção de Maria. A Virgem indicou a ele seu campo de ação entre os jovens e constantemente o guiou e sustentou. A primeira imagem de Maria que Dom Bosco colocou na capela Pinardi (a primeira capela do Oratório de Valdocco, em Turim) foi de Nossa Senhora da Consolata. Nas festas, os rapazes levavam esta estátua em procissão.

 

Em 1862, Dom Bosco confidenciou a seu jovem padre João Cagliero: “Maria quer que a veneremos sob o título de ‘Maria Auxiliadora dos Cristãos’. Os tempos correm tristes e temos necessidade de que a Virgem Santa nos ajude a defender a fé cristã. Construiremos uma igreja grandiosa e digna da Virgem”.

 

Sem recursos, mas convencido de que “é Maria que quer a Igreja e ela dará um jeito para pagá-la”, Dom Bosco lançou-se na construção. No dia 9 de junho de 1868, a nova igreja foi consagrada e hoje é a Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora.

 

Quem visita a basílica, em Turim, tem a oportunidade de ver o grande quadro ideado por Dom Bosco. A imagem da Auxiliadora é diferente daquela feita na Europa até aquele momento e que, de certa maneira, continha uma ideia “negativa” de defesa ante ameaças que ocorriam à Igreja e ao papado. Para Dom Bosco, Maria não é a guerreira armada, preparada para abater os inimigos, tampouco a fria rainha, vestida ricamente. Dom Bosco desenvolve uma ideia “positiva”. Os braços de Maria e de seu filho Jesus estão abertos e estendidos, o seu rosto sereno a transforma numa rainha amiga, maternalmente presente e afetuosa.

 

Dom Bosco assim descreveu o quadro, pintado por Tomaz Lorenzoni: “A Virgem Maria aparece circundada por um mar de luz e de majestade. Os anjos rodeiam e fazem obséquios, como que à sua rainha. Com a direita tem o cetro que é símbolo do seu poder, com a esquerda sustenta o Menino que tem os braços abertos, oferecendo assim as graças e a sua misericórdia a quem recorre a sua augusta Mãe. Ao lado e abaixo estão os santos Apóstolos e os Evangelistas, que olham a Santa Virgem. No fundo da pintura está a cidade de Turim, com o Santuário de Valdocco em primeiro plano e ao fundo o de Superga”.

 

Maria na vida da Família Salesiana

“Cremos que Maria está presente entre nós e continua a sua missão de Mãe da Igreja e Auxiliadora dos Cristãos. Confiamo-nos a ela a humilde serva na qual o Senhor operou coisas grandiosas, para nos tornarmos, entre os jovens, testemunhas do amor inexaurível do seu Filho”, afirmam as Constituições dos Salesianos de Dom Bosco.

 

A santidade e a presença materna de Maria nos estimulam, como Família Salesiana, a continuar nossa caminhada de cristãos.

 

Olhando para a Virgem, percebemos algumas virtudes que servem de exemplo e modelo para nós. São virtudes sólidas e evangélicas: inquebrantável fé e aceitação da Palavra de Deus, obediência generosa, humildade genuína, caridade solícita, sabedoria reflexiva, piedade, reconhecimento dos dons recebidos, fortaleza no exílio e no sofrimento, pobreza levada com dignidade e confiança em Deus, solicitude vigilante para com o Filho desde sua humilhação no berço até a cruz, delicadeza previdente e pureza virginal.

 

Como está nos princípios norteadores da Articulação da Juventude Salesiana – AJS, “Maria, a Auxiliadora, nos indica o caminho a percorrer e nos infunde esperança e consolação. Temos necessidade de uma ajuda segura e encorajadora em todos os níveis, nos momentos difíceis de busca do sentido da vida e da esperança. Maria é Auxiliadora porque nos mostra o rosto de uma cristã realizada e comprometida”.

 

Peçamos a ela a fé e a coragem de imitá-la e de vivenciar suas virtudes em nossa vida cotidiana e na missão salesiana.

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