Há mais de um século acolhendo a juventude amazônica

Quinta, 18 Dezembro 2025 16:10 Escrito por  Juninglece Maximiano (Juny), coordenadora da Pascom.
Com 110 anos de presença na região do Alto Rio Negro, os salesianos têm no Oratório Dom Bosco, em Santa Isabel, um exemplo vivo da dedicação missionária à juventude, oferecendo não apenas um espaço seguro de lazer e formação para adolescentes e jovens, mas também um pilar de assistência para as comunidades indígenas locais, incluindo o povo Yanomami.

 

Um pouco de história

Em 1943, Santa Isabel era um povoado pequeno na ilha grande, no outro lado de onde hoje é o município. Com a intenção de fazer uma escola agrícola, os salesianos compraram um grande pedaço de terra e se estabeleceram no local. Em 1947, o padre José Schneider e o coadjutor Afonso Ambrósio iniciaram um internato em Santa Isabel de Tapuruquara, hoje município de Santa Isabel do Rio Negro, e, aos poucos, a população indígena foi se aproximando da obra.

O salesiano Davi Brazão de Abreu, que atua no Oratório e na Paróquia, destaca que o atendimento aos jovens é uma prioridade desde o início. “Desde aquele período, já temos relatos de que os jovens, depois da missa, vinham para o oratório festivo na obra salesiana. Ele (padre José Schneider) sempre acolheu os jovens, sempre priorizou um local seguro, no qual os jovens pudessem vir, brincar e se divertir”, relata.

Outro nome lembrado com carinho é o do padre Bento, responsável por grande parte da infraestrutura atual. “Ele se dedicou a construir as quadras, boa parte da estrutura que tem hoje aqui”, afirma Davi.

 

Presença ativa no pátio

O Oratório Dom Bosco atende entre 120 e 150 crianças e adolescentes, e funciona de forma regular às terças, quintas e sábados, além de algumas atividades realizadas nas tardes dos outros dias da semana, em que os jovens são convidados a brincar e interagir.

A interatividade e a assistência/presença dos salesianos no pátio são marcas essenciais nesses momentos de oratório. Durante esta reportagem, enquanto o salesiano Davi concedia a entrevista, o padre salesiano Luís Antônio jogava vôlei na quadra com um grupo de jovens e o pároco, padre Wilson Ribeiro, se preparava para a mensagem de ‘boa noite’ com os participantes.

 

A importância da mensagem de ‘boa noite’

A tradição do ‘boa noite’, herdada do primeiro oratório de Turim, idealizado por Dom Bosco, é uma parte fundamental do oratório. Durante este momento, um salesiano ou uma das Irmãs Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) presentes na obra oferece uma mensagem de formação e fé. Em seguida, é servido um lanche aos jovens.

“Afinal de contas, Dom Bosco afirmava que temos que estar sempre disponíveis para os jovens”, reforça Davi Brazão, que está na etapa do tirocínio, preparando-se para a ordenação presbiteral. “Para mim é uma alegria muito grande e um aprendizado também estar aqui nessa obra, me preparando como Salesiano de Dom Bosco para exercer a missão pastoral aqui na Amazônia”, completa ele.

 

Apoio dos benfeitores e protagonismo dos jovens

Apesar do trabalho extenso, o oratório opera com recursos limitados. “A gente não tem muito recurso próprio, então dependemos de padrinhos e madrinhas. São os nossos benfeitores para que a gente possa, por exemplo, dar o lanche para os jovens" explica Davi.

Outra colaboração muito importante para a continuidade do oratório é a dos próprios jovens. “Temos aqui também um grupo de animadores, formado por jovens que, nos dias de oratório, são encarregados de preparar e distribuir o lanche dos meninos. Durante as atividades eles ficam disponíveis também para atender os outros jovens que precisem de algo”.

Assim, o oratório em Santa Isabel do Rio Negro permanece como um símbolo do espírito missionário salesiano, neste ano em que são celebrados os 150 anos da primeira expedição missionária salesiana no mundo e os 110 anos de presença salesiana na Amazônia.

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Última modificação em Quinta, 18 Dezembro 2025 16:26

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Há mais de um século acolhendo a juventude amazônica

Quinta, 18 Dezembro 2025 16:10 Escrito por  Juninglece Maximiano (Juny), coordenadora da Pascom.
Com 110 anos de presença na região do Alto Rio Negro, os salesianos têm no Oratório Dom Bosco, em Santa Isabel, um exemplo vivo da dedicação missionária à juventude, oferecendo não apenas um espaço seguro de lazer e formação para adolescentes e jovens, mas também um pilar de assistência para as comunidades indígenas locais, incluindo o povo Yanomami.

 

Um pouco de história

Em 1943, Santa Isabel era um povoado pequeno na ilha grande, no outro lado de onde hoje é o município. Com a intenção de fazer uma escola agrícola, os salesianos compraram um grande pedaço de terra e se estabeleceram no local. Em 1947, o padre José Schneider e o coadjutor Afonso Ambrósio iniciaram um internato em Santa Isabel de Tapuruquara, hoje município de Santa Isabel do Rio Negro, e, aos poucos, a população indígena foi se aproximando da obra.

O salesiano Davi Brazão de Abreu, que atua no Oratório e na Paróquia, destaca que o atendimento aos jovens é uma prioridade desde o início. “Desde aquele período, já temos relatos de que os jovens, depois da missa, vinham para o oratório festivo na obra salesiana. Ele (padre José Schneider) sempre acolheu os jovens, sempre priorizou um local seguro, no qual os jovens pudessem vir, brincar e se divertir”, relata.

Outro nome lembrado com carinho é o do padre Bento, responsável por grande parte da infraestrutura atual. “Ele se dedicou a construir as quadras, boa parte da estrutura que tem hoje aqui”, afirma Davi.

 

Presença ativa no pátio

O Oratório Dom Bosco atende entre 120 e 150 crianças e adolescentes, e funciona de forma regular às terças, quintas e sábados, além de algumas atividades realizadas nas tardes dos outros dias da semana, em que os jovens são convidados a brincar e interagir.

A interatividade e a assistência/presença dos salesianos no pátio são marcas essenciais nesses momentos de oratório. Durante esta reportagem, enquanto o salesiano Davi concedia a entrevista, o padre salesiano Luís Antônio jogava vôlei na quadra com um grupo de jovens e o pároco, padre Wilson Ribeiro, se preparava para a mensagem de ‘boa noite’ com os participantes.

 

A importância da mensagem de ‘boa noite’

A tradição do ‘boa noite’, herdada do primeiro oratório de Turim, idealizado por Dom Bosco, é uma parte fundamental do oratório. Durante este momento, um salesiano ou uma das Irmãs Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) presentes na obra oferece uma mensagem de formação e fé. Em seguida, é servido um lanche aos jovens.

“Afinal de contas, Dom Bosco afirmava que temos que estar sempre disponíveis para os jovens”, reforça Davi Brazão, que está na etapa do tirocínio, preparando-se para a ordenação presbiteral. “Para mim é uma alegria muito grande e um aprendizado também estar aqui nessa obra, me preparando como Salesiano de Dom Bosco para exercer a missão pastoral aqui na Amazônia”, completa ele.

 

Apoio dos benfeitores e protagonismo dos jovens

Apesar do trabalho extenso, o oratório opera com recursos limitados. “A gente não tem muito recurso próprio, então dependemos de padrinhos e madrinhas. São os nossos benfeitores para que a gente possa, por exemplo, dar o lanche para os jovens" explica Davi.

Outra colaboração muito importante para a continuidade do oratório é a dos próprios jovens. “Temos aqui também um grupo de animadores, formado por jovens que, nos dias de oratório, são encarregados de preparar e distribuir o lanche dos meninos. Durante as atividades eles ficam disponíveis também para atender os outros jovens que precisem de algo”.

Assim, o oratório em Santa Isabel do Rio Negro permanece como um símbolo do espírito missionário salesiano, neste ano em que são celebrados os 150 anos da primeira expedição missionária salesiana no mundo e os 110 anos de presença salesiana na Amazônia.

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