"O Centro Juvenil funciona como um oratório diário”, explica Beatriz Matheus, que divide a gestão da casa com o padre salesiano Sebastião. Os diversos projetos desenvolvidos pelo Centro Juvenil são todos marcados pela perspectiva do Quadro Referencial da Pastoral Juvenil Salesiana, ao mesmo tempo em que há o envolvimento constante das famílias para compreender e atender as principais demandas da comunidade.
“A importância do oratório é o modo como ele se constitui como um modelo da atuação e da intervenção do Centro Juvenil Salesiano, a partir das suas quatro dimensões: casa que acolhe, escola que educa, paróquia que evangeliza e pátio onde a gente faz amigos. Assim, isso é resguardado nos espaços em que a gente, de modo diário ou semanal, faz acontecer aqui o oratório salesiano”, reflete Beatriz.
Trabalho integrado
A atuação do Centro Juvenil São Pedro, onde o oratório diário é operacionalizado por meio do Serviço de Fortalecimento de Vínculos, conta com uma equipe multiprofissional remunerada, que inclui psicólogos, pedagogos, assistentes sociais e educadores.
Segundo Beatriz Matheus, o trabalho se concentra primariamente na Margem da Linha, mas também alcança a população que foi removida para o Conjunto Habitacional Morar Feliz.
O Centro Juvenil mantém, ainda, um diálogo permanente com outros grupos da Família Salesiana (FS), como as Irmãs Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), sobretudo a partir do Instituto Laura Vicuña, e a Juventude Missionária Salesiana (JMS), garantindo uma rede de apoio articulada no território.
Do oratório diário à ação missionária juvenil
Além da atividade diária no Centro Juvenil, há uma experiência de grande significado: o oratório festivo de rua, realizado pela Juventude Missionária Salesiana de Campos.
Nascido após a jornada missionária de 2017, este oratório acontece mensalmente na comunidade do Conjunto Habitacional Morar Feliz (Tapera III), local para onde parte da população da Margem da Linha foi removida, evidenciando o dilema local do direito à moradia. O oratório de rua é inteiramente realizado por voluntários da JMS, muitos deles ex-alunos salesianos.
Para Beatriz Matheus, a importância desse oratório vai além da assistência. “Me parece que a importância está no fato de que ele é gerido, gestado e sonhado por ex-alunos, por jovens. Então é a compreensão e o compromisso com o legado salesiano”, afirma. É a nova geração assumindo o compromisso de Dom Bosco com os jovens.