Nossa Família Salesiana de Dom Bosco deseja, neste Boletim Salesiano, cumprimentar um dos seus grupos que completou 150 anos! Trata-se do grupo dos Ex-alunos. Nossos parabéns e votos de que possam continuar dando sua contribuição positiva para a nossa Família. Em seu artigo, o presidente nacional, Oswaldo Dalpiaz, relembra a história dos Ex-alunos: “era 24 de junho de 1870. Um grupo de jovens, liderados por Carlos Gastini, resolveu visitar Dom Bosco para saudá-lo, como faziam quando alunos do Oratório de Valdocco, na festa de São João Batista, seu padroeiro. Como gesto de gratidão, levaram de presente um jogo de xícaras para café. Surpreso e agradecido, Dom Bosco chamou aquele pequeno grupo de ex-alunos, dando início a um movimento que hoje está presente nos 134 países onde os salesianos exercem seu apostolado”. Ele relembra alguns compromissos, muito importantes para que possam dar continuidade à missão salesiana.
Ainda estamos em tempos de pandemia. Todos nós nos perguntamos como será o “depois”. Será que seremos melhores, mais solidários, mais humanos? Esta é uma preocupação da nossa Família Salesiana, pois nossa missão está diretamente ligada à juventude, “a porção mais delicada e preciosa da sociedade humana”, como dizia Dom Bosco. O Reitor-mor, no seu artigo, citando a mensagem do Papa aos salesianos, nos convida a sonhar. Ele afirma: “pois bem, continuemos a pensar, num século em que tantos dizem que as utopias morreram, que é impossível oferecer horizontes, ideais e sonhos; continuemos a pensar e a esperar que, depois desta pandemia, o nosso mundo, as nossas sociedades não repitam o que vivemos e fizemos, como se quiséssemos recuperar o tempo perdido. Creio que há realidades que poderemos repensar, como por exemplo tomar muito a sério o fato de a nossa casa comum, o planeta Terra, ter necessidade de reencontrar o sopro da Criação”.
Respondendo a este apelo do sucessor de Dom Bosco, o padre Agnaldo Soares Lima, em seu artigo sobre a ação social no pós-COVID-19, afirma que “nos novos tempos que se espera, já não será suficiente às instituições sociais cuidar bem dos seus assistidos. Será necessário formar e preparar cada um deles como verdadeiros agentes de transformação, capazes de tornarem-se ‘sal, fermento e luz’ na construção de uma nova sociedade”.
E a irmã Celene Couto Rodrigues diz que é possível formar guardiões da criação, comentando a encíclica Laudato Si: “devemos formar os jovens para uma responsabilidade social e comunitária, abertos à solidariedade, conscientes de seus direitos e deveres, sensíveis ao ‘clamor da terra e o clamor dos pobres’ para que descubram sua identidade como membros da sua própria comunidade e família humana, comprometidos com a história e no legado a ser deixado às gerações futuras”.
Já o padre João Mendonça, no seu artigo “Servir e ser útil”, falando sobre o projeto de vida para os jovens diz que “para servir ao mundo e à Igreja, os jovens devem ser ajudados a entender que a vida é feita de sonho, escolhas e adesão a Jesus Cristo. Ser cristão não é seguir doutrinas e leis, mas seguir a Cristo”.
Assim, o presente Boletim Salesiano, quer oferecer uma visão positiva, otimista, cheia de bons sonhos, bem conforme com o espírito salesiano sobre a realidade que estamos vivendo atualmente. Não se trata de fazer uma leitura do ponto de vista negativo, embora estes aspectos estejam presentes, mas sonhar um mundo sempre melhor é possível. E como nos disse o Papa Francisco para nós, “quero sonhar e fazer sonhar todos aqueles que encontro” no meu caminho.
Será que o sonho de Deus, de um mundo harmonioso, onde se vive a unidade e a amizade com Ele, com os outros e com a obra da criação, vivido por Jesus, que anuncia as bem-aventuranças, finalmente se tornará realidade depois que tudo isso passar?
Padre Tarcizio Paulo Odelli, SDB
Diretor do Boletim Salesiano Brasil