Como falar de Jesus e de sua ressurreição sem falar nas mulheres?

Sexta, 17 Mai 2024 09:37 Escrito por  Me. Fernando Campos Peixoto, SDB
Como falar de Jesus e de sua ressurreição sem falar nas mulheres? iStock.com
Meu querido jovem e minha querida jovens, é uma alegria poder dialogar com vocês. Hoje nossa conversa gira em torno da mulher e de seu papel essencial para que a ressurreição de Jesus aconteça em nosso cotidiano.

 

Estamos vivendo este bonito e mais importante tempo da realidade cristã: Jesus ressuscitou e nos deu vida, e vida em abundância. A vida que vence a morte, que não quer ser triste, mas alegre, reluzente, resplandecente. Portanto, Páscoa é vida, é passagem, é, antes de tudo, libertação da morte e daquilo que ofende a dignidade humana. E não existe Páscoa sem as mulheres. Elas foram e continuam sendo de grande importância para que a ressurreição aconteça cotidianamente.

Existiu um tempo em que o Povo Hebreu, o povo de Jesus, foi escravizado no Egito. Esse povo se tornou numeroso e começou a preocupar o povo egípcio e o Faraó, que tinham medo de perder o poder para eles. O Faraó mandou as parteiras matarem todas as crianças recém-nascidas de gênero masculino. Acontece que, por temerem a Deus, essas mulheres não cumprem a ordem (cf. Ex 1). Desobedeceram porque nenhuma lei que exclui ou menospreza a vida deve ser validada. O Faraó, percebendo que os meninos continuavam nascendo, manda depositar todos eles no Rio Nilo para que desçam a correnteza.

E então, nasce Moisés, que terá um papel fundamental na nossa história da salvação. Ele não escapou da maldade dos egípcios e do Faraó, mas achou o coração generoso de uma mulher que o criou como filho; e, por incrível que pareça, era a filha do próprio Faraó (cf. Ex 2). É que Deus sabe bem desenhar uma história e cria os seus modos para nos oferecer a vida.

Moisés, posteriormente, quando adulto, se tornou o grande defensor dos oprimidos, libertando o povo hebreu da escravidão egípcia. Povo que é amado e resgatado por Deus. Povo que alcança a terra prometida, de onde jorra leite e mel. Povo que gera uma jovem, chamada Maria, que teve grande coragem em assumir a maternidade de Deus (Lc 1, 26-38). Maria poderia ter sido acusada de adultério e sua pena seria a morte por apedrejamento (Mt 1, 18-20). Mas ela não desistiu do plano de Deus. Então, nasce Jesus, aquele que muda a nossa história.

 

Protagonismo das mulheres

E sabe o que é legal nessa história? É que Jesus continua seguindo o exemplo dessas grandes mulheres (as parteiras do Egito, a filha do Faraó, Maria), não validando as leis que trazem morte ou ofendem a vida. Para ele, a vida e a dignidade da pessoa humana estavam acima de qualquer norma ou lei. Um grande exemplo é o de que Jesus curava aos sábados (Lc 14, 1- 6). Para os judeus daquela época, fazer qualquer movimento em dia de sábado é uma grande ofensa a Deus. Mas Jesus deixa evidente que, para fazer o bem ao outro, não tem tempo e nem hora. Inclusive, isso ele fez e deu-nos de exemplo em todo o tempo de sua vida terrestre.

A história continua: Jesus foi entregue e deu sua vida por amor a nós. Os discípulos já estavam começando a ficar descrentes da ressureição. Eles dizem: “Esperávamos que Ele, Jesus, fosse o libertador de Israel” e continuam dizendo que já havia três dias que Jesus havia sido crucificado, mas nada aconteceu até então (Lc 24). Demonstram aqui certa falta de fé, um desencanto, uma desilusão para com a Pessoa de Jesus e com relação à sua ressurreição.

Mas é preciso enfatizar que eles fazem uma menção importante: relatam um susto, dizendo que algumas mulheres viram o tumulo de Jesus vazio. Mas terminam reafirmando a descrença: “A ele, porém, ninguém viu”.

É que Jesus se mostrou primeiramente às mulheres. Elas foram as escolhidas, foram privilegiadas. Os quatro evangelistas, Marcos, Mateus, Lucas e João, nos contam que as mulheres, dentre elas Maria Madalena, passado o sábado, foram cuidar do corpo de Jesus, no tumulo. Lá, viram um anjo, que falou a essas mulheres: “Ele não está aqui. Ressuscitou como havia dito. Ide depressa dizer aos discípulos. Ele ressuscitou dos mortos”.

Elas foram as grandes responsáveis para que a Páscoa acontecesse em nosso mundo. Elas creram sem ver. Não viram para crer. Isso desde as parteiras do Egito. Sem elas e seu protagonismo, não podemos imaginar como a história da salvação teria de desdobrado.

 

Libertação

E para finalizar, se a Páscoa é libertação, como vimos até aqui. Libertação daquilo que oprime e exclui a vida. Dom Bosco viveu a Páscoa plenamente em sua vida. Por meio de seu trabalho, ofereceu aos jovens vida e dignidade humana, retirando-os das prisões, das ruas, da miséria, da exploração. Mas ele também contou com a ajuda das mulheres. Sem a contribuição delas, ele não teria conseguido oferecer sua vida aos jovens.

Dentre tais mulheres que ajudaram Dom Bosco, vamos recordar duas: sua Mamãe Margarida e a Virgem Auxiliadora. Mamãe Margarida foi a primeira salesiana cooperadora. Ofereceu seu filho como uma oferta agradável a Deus e depois doou sua vida para ajudar Dom Bosco no cuidado para com os jovens assistidos por ele.

Já Maria Auxiliadora foi quem mostrou todo o campo de missão de Dom Bosco e o ajudou na realização de seus projetos. Dom Bosco mesmo afirmou: “Foi ela quem tudo fez”.

Portanto, agradeçamos às mulheres em nossa vida. Sejamos gratos por terem escutado o anjo e nos anunciado a maior notícia que a humanidade poderia receber: Jesus ressuscitou! Jesus voltou para nos dar vida, e vida em abundância, digna e feliz.  Jamais nos esqueçamos do valor de cada mulher em nosso mundo.

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Como falar de Jesus e de sua ressurreição sem falar nas mulheres?

Sexta, 17 Mai 2024 09:37 Escrito por  Me. Fernando Campos Peixoto, SDB
Como falar de Jesus e de sua ressurreição sem falar nas mulheres? iStock.com
Meu querido jovem e minha querida jovens, é uma alegria poder dialogar com vocês. Hoje nossa conversa gira em torno da mulher e de seu papel essencial para que a ressurreição de Jesus aconteça em nosso cotidiano.

 

Estamos vivendo este bonito e mais importante tempo da realidade cristã: Jesus ressuscitou e nos deu vida, e vida em abundância. A vida que vence a morte, que não quer ser triste, mas alegre, reluzente, resplandecente. Portanto, Páscoa é vida, é passagem, é, antes de tudo, libertação da morte e daquilo que ofende a dignidade humana. E não existe Páscoa sem as mulheres. Elas foram e continuam sendo de grande importância para que a ressurreição aconteça cotidianamente.

Existiu um tempo em que o Povo Hebreu, o povo de Jesus, foi escravizado no Egito. Esse povo se tornou numeroso e começou a preocupar o povo egípcio e o Faraó, que tinham medo de perder o poder para eles. O Faraó mandou as parteiras matarem todas as crianças recém-nascidas de gênero masculino. Acontece que, por temerem a Deus, essas mulheres não cumprem a ordem (cf. Ex 1). Desobedeceram porque nenhuma lei que exclui ou menospreza a vida deve ser validada. O Faraó, percebendo que os meninos continuavam nascendo, manda depositar todos eles no Rio Nilo para que desçam a correnteza.

E então, nasce Moisés, que terá um papel fundamental na nossa história da salvação. Ele não escapou da maldade dos egípcios e do Faraó, mas achou o coração generoso de uma mulher que o criou como filho; e, por incrível que pareça, era a filha do próprio Faraó (cf. Ex 2). É que Deus sabe bem desenhar uma história e cria os seus modos para nos oferecer a vida.

Moisés, posteriormente, quando adulto, se tornou o grande defensor dos oprimidos, libertando o povo hebreu da escravidão egípcia. Povo que é amado e resgatado por Deus. Povo que alcança a terra prometida, de onde jorra leite e mel. Povo que gera uma jovem, chamada Maria, que teve grande coragem em assumir a maternidade de Deus (Lc 1, 26-38). Maria poderia ter sido acusada de adultério e sua pena seria a morte por apedrejamento (Mt 1, 18-20). Mas ela não desistiu do plano de Deus. Então, nasce Jesus, aquele que muda a nossa história.

 

Protagonismo das mulheres

E sabe o que é legal nessa história? É que Jesus continua seguindo o exemplo dessas grandes mulheres (as parteiras do Egito, a filha do Faraó, Maria), não validando as leis que trazem morte ou ofendem a vida. Para ele, a vida e a dignidade da pessoa humana estavam acima de qualquer norma ou lei. Um grande exemplo é o de que Jesus curava aos sábados (Lc 14, 1- 6). Para os judeus daquela época, fazer qualquer movimento em dia de sábado é uma grande ofensa a Deus. Mas Jesus deixa evidente que, para fazer o bem ao outro, não tem tempo e nem hora. Inclusive, isso ele fez e deu-nos de exemplo em todo o tempo de sua vida terrestre.

A história continua: Jesus foi entregue e deu sua vida por amor a nós. Os discípulos já estavam começando a ficar descrentes da ressureição. Eles dizem: “Esperávamos que Ele, Jesus, fosse o libertador de Israel” e continuam dizendo que já havia três dias que Jesus havia sido crucificado, mas nada aconteceu até então (Lc 24). Demonstram aqui certa falta de fé, um desencanto, uma desilusão para com a Pessoa de Jesus e com relação à sua ressurreição.

Mas é preciso enfatizar que eles fazem uma menção importante: relatam um susto, dizendo que algumas mulheres viram o tumulo de Jesus vazio. Mas terminam reafirmando a descrença: “A ele, porém, ninguém viu”.

É que Jesus se mostrou primeiramente às mulheres. Elas foram as escolhidas, foram privilegiadas. Os quatro evangelistas, Marcos, Mateus, Lucas e João, nos contam que as mulheres, dentre elas Maria Madalena, passado o sábado, foram cuidar do corpo de Jesus, no tumulo. Lá, viram um anjo, que falou a essas mulheres: “Ele não está aqui. Ressuscitou como havia dito. Ide depressa dizer aos discípulos. Ele ressuscitou dos mortos”.

Elas foram as grandes responsáveis para que a Páscoa acontecesse em nosso mundo. Elas creram sem ver. Não viram para crer. Isso desde as parteiras do Egito. Sem elas e seu protagonismo, não podemos imaginar como a história da salvação teria de desdobrado.

 

Libertação

E para finalizar, se a Páscoa é libertação, como vimos até aqui. Libertação daquilo que oprime e exclui a vida. Dom Bosco viveu a Páscoa plenamente em sua vida. Por meio de seu trabalho, ofereceu aos jovens vida e dignidade humana, retirando-os das prisões, das ruas, da miséria, da exploração. Mas ele também contou com a ajuda das mulheres. Sem a contribuição delas, ele não teria conseguido oferecer sua vida aos jovens.

Dentre tais mulheres que ajudaram Dom Bosco, vamos recordar duas: sua Mamãe Margarida e a Virgem Auxiliadora. Mamãe Margarida foi a primeira salesiana cooperadora. Ofereceu seu filho como uma oferta agradável a Deus e depois doou sua vida para ajudar Dom Bosco no cuidado para com os jovens assistidos por ele.

Já Maria Auxiliadora foi quem mostrou todo o campo de missão de Dom Bosco e o ajudou na realização de seus projetos. Dom Bosco mesmo afirmou: “Foi ela quem tudo fez”.

Portanto, agradeçamos às mulheres em nossa vida. Sejamos gratos por terem escutado o anjo e nos anunciado a maior notícia que a humanidade poderia receber: Jesus ressuscitou! Jesus voltou para nos dar vida, e vida em abundância, digna e feliz.  Jamais nos esqueçamos do valor de cada mulher em nosso mundo.

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