A revelação foi feita nesta segunda-feira, 12 de agosto, em Fátima, durante uma conferência de imprensa, pelo bispo local, dom António Marto, o qual adiantou que a solicitação foi feita “ainda no tempo do Papa Bento XVI”, agora emérito. O prelado fala num acontecimento de “relevo mundial” ao qual o Santuário não poderia deixar de se associar.A celebração decorre na reta final do Ano da Fé (outubro de 2012-novembro de 2013), referiu o padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima.
“Muito nos honra que tenha sido escolhida a imagem de Nossa Senhora de Fátima para estar presente nesta jornada mariana do Ano da Fé em Roma”, acrescentou, frisando que esta imagem é “significativa para todo o mundo católico”, um “ícone”. Em carta dirigida ao bispo de Leiria-Fátima, o presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, dom Rino Fisichella, comunicou que “é um desejo vivo do Santo Padre que a Jornada Mariana possa ter como especial sinal um dos ícones marianos entre os mais significativos para os cristãos em todo o mundo”.
Esta será a primeira vez que a imagem vai estar ausente da Cova da Iria (Distrito de Santarém, Diocese de Leiria-Fátima) durante uma peregrinação internacional aniversária, celebradas nos dias 13 de cada mês entre maio e outubro, evocando as seis aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos em 1917. “Ao Santo Padre não se pode dizer que não”, justificou dom António Marto.
Francisco vai repetir um gesto realizado por João Paulo II (1920-2005), diante da mesma imagem, a 25 de março de 1984, na Praça de São Pedro no Vaticano. O Papa polaco, que visitou Fátima em três ocasiões (1982, 1991, 2000), proferiu então diante da imagem da Virgem o ‘ato de consagração’ que já tinha feito na Cova da Iria, a 13 de maio de 1982.
“A força desta consagração permanece por todos os tempos e abrange todos os homens, os povos e as nações”, disse João Paulo II, que entregou a dom Alberto Cosme do Amaral, bispo de Leiria-Fátima (falecido a 7 de outubro de 2005) a bala que o tinha atingido no atentado de que tinha sido vítima a 13 de maio de 1981. Pio XII tinha realizado a consagração do mundo ao coração Imaculado de Maria em 1942 e 1952, tendo como pano de fundo o sofrimento provocado pela II Guerra Mundial.
A imagem da Capelinha das Aparições voltaria ao Vaticano em 8 de outubro do ano 2000, quando João Paulo II decidiu consagrar o novo milênio à Virgem Maria, na presença de 1500 bispos de todo o mundo. A imagem apenas deixa a Capelinha das Aparições em situações consideradas “muito especiais”, segundo explicou o reitor do Santuário, e esta será a 12ª ocasião em que tal acontece.
Além das duas viagens ao Vaticano, a escultura esteve em Lisboa (1942 e 2005), Estremadura e Ribatejo (1946), Alentejo e Algarve com passagens por Espanha (outubro de 1947 a janeiro de 1948), Madrid e outras localidades de Espanha (22 de maio e 2 de junho de 1948), Diocese de Leiria (1951 e 2010), Santuário de Cristo Rei e Lisboa (1959 e 2009).
In Agência Ecclesia/ Rádio Vaticana