Irmãs FMA relatam ações de solidariedade durante a inundação do rio Acre

Segunda, 11 Março 2024 13:06 Escrito por  Portal FMA
Entre o dia 21 e 25 de fevereiro de 2024, uma cheia recorde do rio Acre provocou o deslocamento de centenas de pessoas na região da fronteira de Bolbepra, onde se encontram o Peru, o Brasil e a Bolívia. As Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) presentes na região contam como foram esses dias de dificuldades e solidariedade.  

 

A equipe itinerante das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) da Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia (BRM), presente na região da fronteira de Bolbepra atravessada pelo rio Acre, onde se encontram o Peru, Brasil e Bolívia, conta a calamidade que atingiu estas populações entre 21 e 25 de Fevereiro de 2024 ,devido às fortes chuvas:

 

“As duas cidades fronteiriças de Iñapari, no Peru, e Assis Brasil, no Brasil, são inundadas há 12 anos devido às intensas chuvas que normalmente se verificam no período de dezembro a abril. Nesta região, fevereiro e março são os meses mais chuvosos. A primeira enchente ocorreu em 2012, a segunda em 2014, a terceira em 2023 e agora neste ano de 2024. Ambas as cidades estão localizadas às margens do Rio Acre. Quando as chuvas são abundantes e o volume d’água na nascente do rio aumenta, grandes áreas dessas duas cidades ficam inundadas.

 

O rio Acre começou a subir rapidamente em 21 de fevereiro. No final da tarde, as pessoas começaram a retirar o que podiam de suas casas e a levar para a parte mais alta da cidade. No dia 22, a água começou a subir no interior das casas até cerca de um metro de altura, e à tarde logo secou, como normalmente fazia. Esperava-se que continuasse a recuar, mas em vez disso chegou a segunda enchente e depois a terceira. Tudo muito velozmente.

 

Em Assis Brasil, segundo registros da Secretaria da Cidadania e Assistência Social, 83 famílias, num total de 345 pessoas, foram acolhidas em abrigos municipais. Além disso, 117 famílias ficaram em casas de parentes e amigos, num total de cerca de 339 pessoas deslocadas na área urbana. Sabemos que também as comunidades indígenas que vivem às margens do rio foram inundadas, mas devido às distâncias e dificuldade de acesso, só é possível alcançá-las quando o rio diminui sua vazão.

 

Em Iñapari ainda não temos informações sobre o número de pessoas atingidas. No entanto, sabemos que nos dois centros de acolhimento foi fornecido alimento a cerca de 300 pessoas.

 

Em Assis Brasil houve maior organização política, social e eclesiástica. Foi possível uma ação coordenada da sociedade civil com a participação da Câmara Municipal, da Proteção Civil, dos Bombeiros, do Exército e da Igreja Católica. As famílias logo foram deslocadas e alojadas em escolas e pavilhões esportivos. A paróquia cedeu o centro de formação para preparar a comida para os desabrigados e houve muita solidariedade.

 

Não foi assim em Iñapari, onde havia mais desorganização e precariedade, inclusive no que diz respeito aos locais de acolhimento, devido à falta de um plano de emergência. Os comerciantes das áreas mais baixas perderam grande parte dos seus produtos.

 

‘Nós da Equipe Itinerante estamos presentes nesta fronteira desde 2016, por isso vivenciamos as duas últimas enchentes junto com a população. Conseguimos salvar nossos pertences transportando a primeira parte na van da paróquia de Assis Brasil e a segunda parte, quando a água já havia subido, em canoa. Os indígenas de Assis Brasil nos ajudaram. Depois de tirar as nossas coisas de casa, ficamos na casa dos Jesuítas e íamos todos os dias a Iñapari para apoiar as pessoas atingidas’, conta Irmã Cláudia da Costa Matos, FMA.”

Fonte: Portal FMA

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Irmãs FMA relatam ações de solidariedade durante a inundação do rio Acre

Segunda, 11 Março 2024 13:06 Escrito por  Portal FMA
Entre o dia 21 e 25 de fevereiro de 2024, uma cheia recorde do rio Acre provocou o deslocamento de centenas de pessoas na região da fronteira de Bolbepra, onde se encontram o Peru, o Brasil e a Bolívia. As Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) presentes na região contam como foram esses dias de dificuldades e solidariedade.  

 

A equipe itinerante das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) da Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia (BRM), presente na região da fronteira de Bolbepra atravessada pelo rio Acre, onde se encontram o Peru, Brasil e Bolívia, conta a calamidade que atingiu estas populações entre 21 e 25 de Fevereiro de 2024 ,devido às fortes chuvas:

 

“As duas cidades fronteiriças de Iñapari, no Peru, e Assis Brasil, no Brasil, são inundadas há 12 anos devido às intensas chuvas que normalmente se verificam no período de dezembro a abril. Nesta região, fevereiro e março são os meses mais chuvosos. A primeira enchente ocorreu em 2012, a segunda em 2014, a terceira em 2023 e agora neste ano de 2024. Ambas as cidades estão localizadas às margens do Rio Acre. Quando as chuvas são abundantes e o volume d’água na nascente do rio aumenta, grandes áreas dessas duas cidades ficam inundadas.

 

O rio Acre começou a subir rapidamente em 21 de fevereiro. No final da tarde, as pessoas começaram a retirar o que podiam de suas casas e a levar para a parte mais alta da cidade. No dia 22, a água começou a subir no interior das casas até cerca de um metro de altura, e à tarde logo secou, como normalmente fazia. Esperava-se que continuasse a recuar, mas em vez disso chegou a segunda enchente e depois a terceira. Tudo muito velozmente.

 

Em Assis Brasil, segundo registros da Secretaria da Cidadania e Assistência Social, 83 famílias, num total de 345 pessoas, foram acolhidas em abrigos municipais. Além disso, 117 famílias ficaram em casas de parentes e amigos, num total de cerca de 339 pessoas deslocadas na área urbana. Sabemos que também as comunidades indígenas que vivem às margens do rio foram inundadas, mas devido às distâncias e dificuldade de acesso, só é possível alcançá-las quando o rio diminui sua vazão.

 

Em Iñapari ainda não temos informações sobre o número de pessoas atingidas. No entanto, sabemos que nos dois centros de acolhimento foi fornecido alimento a cerca de 300 pessoas.

 

Em Assis Brasil houve maior organização política, social e eclesiástica. Foi possível uma ação coordenada da sociedade civil com a participação da Câmara Municipal, da Proteção Civil, dos Bombeiros, do Exército e da Igreja Católica. As famílias logo foram deslocadas e alojadas em escolas e pavilhões esportivos. A paróquia cedeu o centro de formação para preparar a comida para os desabrigados e houve muita solidariedade.

 

Não foi assim em Iñapari, onde havia mais desorganização e precariedade, inclusive no que diz respeito aos locais de acolhimento, devido à falta de um plano de emergência. Os comerciantes das áreas mais baixas perderam grande parte dos seus produtos.

 

‘Nós da Equipe Itinerante estamos presentes nesta fronteira desde 2016, por isso vivenciamos as duas últimas enchentes junto com a população. Conseguimos salvar nossos pertences transportando a primeira parte na van da paróquia de Assis Brasil e a segunda parte, quando a água já havia subido, em canoa. Os indígenas de Assis Brasil nos ajudaram. Depois de tirar as nossas coisas de casa, ficamos na casa dos Jesuítas e íamos todos os dias a Iñapari para apoiar as pessoas atingidas’, conta Irmã Cláudia da Costa Matos, FMA.”

Fonte: Portal FMA

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