Educador relata momento emocionante vivido no Haiti

Terça, 06 Agosto 2013 11:26 Escrito por  RSE Informa
Educador relata momento emocionante vivido no Haiti Irmã Valéria Timóteo
Corjesus de Jesus Costa, um dos quatro professores de Educação Física da RSE participantes do projeto “Professores sem Fronteiras”, enviou um belo relato sobre uma das experiências vividas durante sua missão no Haiti. Confira a mensagem em que Corjesus, educador do Instituto Madre Mazzarello de São Paulo, SP, conta a emoção de assistir a uma partida de futebol disputada entre alunos do Haiti:

“Hoje, pela manhã, o coordenador de esportes bateu na porta de meu quarto e me convidou para assistir a um jogo com ele. Prontamente aceitei seu pedido. Chegando ao local, me surpreendi. O campo era no meio da rua. Detalhe: a árvore faz parte do campo, que tem, ao lado direito, a base de uma casa, e, ao lado esquerdo, a casa branca também faz parte do campo. Se a bola tocar em qualquer parte da árvore, ou subir no cimento, ou bater na casa, o jogo continua.

 

Não bastasse isso tudo, o terreno é cheio de buracos, pedras e irregular. Para continuar a minha surpresa, tiveram o cuidado de separar três cadeiras, como se fosse um camarote, para o coordenador de esportes, para o outro professor que está comigo e para mim.

 

Durante a partida o coordenador me informou que um time estava todo de vermelho para representar o Bayern de Munique, o outro, de amarelo, para representar o Borússia Dortmund. Todos com camisetas diferentes, mas o que importava era a cor. Seguindo o jogo, a vontade pela vitória era aparente, todos muito compenetrados na partida.

 

A essa altura meus olhos estavam cheios de lágrimas...Foi de longe a imagem que mais me chocou até agora. Mais que a fome, mais que a pobreza, mais que a miséria. Vocês devem estar a se perguntar, por que um jogo de futebol me chocou tanto?

 

Aos meus olhos, não foi somente um jogo de futebol. Apesar da simplicidade, foi a doação do que cada envolvido tinha de melhor. A vontade, a garra, a luta, o campo totalmente inadequado, as camisetas diferentes, a bola toda rasgada, a receptividade comigo e, principalmente, o amor pelo esporte e o espírito esportivo, tudo isso era o melhor que eles tinham.

 

Por isso escolhi fazer o que faço! Serei tão abastado quanto um engenheiro, um médico ou alguém do tipo? Provavelmente não. Mas serei feliz, pois sei do poder das ferramentas que tenho em minhas mãos: o esporte e a educação!”

 

Corjesus de Jesus Costa, 20 de julho de 2013.

 

RSE Informa

 

Notícia relacionada: “Professores sem fronteiras” leva esportes e solidariedade ao Haiti

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Última modificação em Quarta, 18 Setembro 2013 13:26

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Terça, 06 Agosto 2013 11:26 Escrito por  RSE Informa
Educador relata momento emocionante vivido no Haiti Irmã Valéria Timóteo
Corjesus de Jesus Costa, um dos quatro professores de Educação Física da RSE participantes do projeto “Professores sem Fronteiras”, enviou um belo relato sobre uma das experiências vividas durante sua missão no Haiti. Confira a mensagem em que Corjesus, educador do Instituto Madre Mazzarello de São Paulo, SP, conta a emoção de assistir a uma partida de futebol disputada entre alunos do Haiti:

“Hoje, pela manhã, o coordenador de esportes bateu na porta de meu quarto e me convidou para assistir a um jogo com ele. Prontamente aceitei seu pedido. Chegando ao local, me surpreendi. O campo era no meio da rua. Detalhe: a árvore faz parte do campo, que tem, ao lado direito, a base de uma casa, e, ao lado esquerdo, a casa branca também faz parte do campo. Se a bola tocar em qualquer parte da árvore, ou subir no cimento, ou bater na casa, o jogo continua.

 

Não bastasse isso tudo, o terreno é cheio de buracos, pedras e irregular. Para continuar a minha surpresa, tiveram o cuidado de separar três cadeiras, como se fosse um camarote, para o coordenador de esportes, para o outro professor que está comigo e para mim.

 

Durante a partida o coordenador me informou que um time estava todo de vermelho para representar o Bayern de Munique, o outro, de amarelo, para representar o Borússia Dortmund. Todos com camisetas diferentes, mas o que importava era a cor. Seguindo o jogo, a vontade pela vitória era aparente, todos muito compenetrados na partida.

 

A essa altura meus olhos estavam cheios de lágrimas...Foi de longe a imagem que mais me chocou até agora. Mais que a fome, mais que a pobreza, mais que a miséria. Vocês devem estar a se perguntar, por que um jogo de futebol me chocou tanto?

 

Aos meus olhos, não foi somente um jogo de futebol. Apesar da simplicidade, foi a doação do que cada envolvido tinha de melhor. A vontade, a garra, a luta, o campo totalmente inadequado, as camisetas diferentes, a bola toda rasgada, a receptividade comigo e, principalmente, o amor pelo esporte e o espírito esportivo, tudo isso era o melhor que eles tinham.

 

Por isso escolhi fazer o que faço! Serei tão abastado quanto um engenheiro, um médico ou alguém do tipo? Provavelmente não. Mas serei feliz, pois sei do poder das ferramentas que tenho em minhas mãos: o esporte e a educação!”

 

Corjesus de Jesus Costa, 20 de julho de 2013.

 

RSE Informa

 

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