Preparar a Páscoa com diálogo, reflexão e ação

Terça, 01 Março 2016 14:04 Escrito por  Editorial Boletim Salesiano
Preparar a Páscoa com diálogo, reflexão e ação Zsuzsanna Kilian - Free Images
Em preparação à Páscoa, principal celebração da fé cristã, o Papa Francisco e a Igreja no Brasil propõem viver esta Quaresma em clima de fraternidade ecumênica e voltada à prática da misericórdia.

O maior de todos os desafios foi vencido: Jesus superou a morte e ressuscitou, trazendo a todos os que Nele creem a esperança de uma vida nova. Essa é a essência da celebração da Páscoa, a principal festa cristã. A Páscoa simboliza a passagem por todos os desafios da vida humana: as dificuldades cotidianas, as tristezas, os sofrimentos e as desesperanças podem ser superados também por nós, seguindo o exemplo maior de Cristo.

A preparação dessa festa, para que ela seja vivida de fato como a essência da fé cristã, é feita na Quaresma, o período de 40 dias entre a Quarta-feira de Cinzas e o Domingo de Ramos – o domingo que abre a Semana Santa. A Quaresma é um tempo de verdadeira conversão. Nesse período, os cristãos são chamados a rezar com maior intensidade, a jejuar – privando-se de algo que seja importante, não somente ou necessariamente de carne vermelha – e a se colocar a serviço do próximo.

 

Fraternidade

Por isso a Campanha da Fraternidade, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é realizada na Quaresma. Durante esse período, as pessoas de boa vontade são chamadas a refletir, à luz do Evangelho, sobre uma questão social ou econômica que aflige o mundo em que vivemos, e a agir para resolver ou minimizar esse problema, ajudando a construir uma sociedade mais justa e fraterna.

Este ano, a Campanha da Fraternidade traz a reflexão sobre o direito ao saneamento básico – uma questão extremamente atual, como se atesta pela epidemia do zika vírus no Brasil e em outros países. Lançada oficialmente na Quarta-feira de Cinzas, 10 de fevereiro, a CF 2016 tem como tema “Casa comum, nossa responsabilidade” e o lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24). O objetivo é “Assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum”.

De acordo com dados divulgados no Texto-base da Campanha, embora o Brasil esteja entre as maiores economias do mundo, 82% da população brasileira não têm acesso à água tratada e mais de 100 milhões de brasileiros não têm coleta de esgoto. Como afirmou no lançamento da CF o presidente da CNBB e arcebispo de Brasília, dom Sérgio da Rocha, a “falta de saneamento básico destrói a casa comum e a vida da família que habita essa casa”. “O tema deste ano é de grande atualidade e urgência. O cuidado da casa comum, pondo em relevo o saneamento básico, não pode ser descuidado, nem pode ser deixado para depois, necessita da atenção e dos esforços de todos”, completou dom Sérgio.

A CF indica as ações governamentais que precisam ser cobradas do poder público e aquelas que são responsabilidade de cada um e podem ser realizadas no âmbito individual e, principalmente, comunitário. Ao final da Campanha, no próximo dia 20 de março, Domingo de Ramos, todos são convidados a participar da Coleta da Solidariedade, que proverá recursos para entidades sociais e ONGs cuja atuação é voltada para o tema do saneamento. Assim, a reflexão da Quaresma resulta em ação concreta para a superação dos desafios da vida.

 

Ecumenismo

Outro aspecto fundamental da Campanha da Fraternidade deste ano é que ela é ecumênica: a organização e realização são do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), que congrega, além da Igreja Católica, as Igrejas Apostólica Romana (ICAR), Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), Presbiteriana Unida (IPU) e Sirian Ortodoxa de Antioquia (ISOA). Compõem a Comissão da CF Ecumênica 2016, também, o Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (Ceseep), a Visão Mundial e a Aliança de Batistas do Brasil. E a Campanha tem ainda este ano o apoio internacional da Misereor, entidade episcopal da Igreja Católica na Alemanha, que trabalha na cooperação para o desenvolvimento de países da Ásia, da África e da América Latina.

Como afirmou o presidente do Conic, dom Flávio Irala, essa união de denominações cristãs em torno de um tema comum representa, em si, um grande desafio, pois realiza-se em uma conjuntura religiosa que nem sempre está aberta ao diálogo. “No entanto, o Espírito Santo sopra quando e onde quer e ele soprou para que essa Campanha acontecesse”, considerou ele.

 

Mensagem

O Papa Francisco enviou uma mensagem de apoio à Campanha, na qual destaca o aspecto de diálogo entre as religiões como fundamental para se alcançarem os objetivos da Campanha: “Pessoas são chamadas a tomar iniciativas em que se unam as Igrejas e as diversas expressões religiosas e todas as pessoas de boa vontade na promoção da justiça e do direito ao saneamento básico. O acesso à água potável e ao esgotamento sanitário é condição necessária para a superação da injustiça social e para a erradicação da pobreza e da fome, para a superação dos altos índices de mortalidade infantil e de doenças evitáveis, e para a sustentabilidade ambiental”.

Na mensagem, o Papa Francisco retomou alguns pontos da encíclica Laudato Si – um dos textos inspiradores para a CF Ecumênica – que abordam o acesso à água potável como “direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos”.

Vídeo

O Conic também preparou um vídeo, disponível no canal YouTube da entidade, explicando a CFE 2016, seus objetivos, importância e como participar.

Assista do vídeo do Conic apresentando a IV Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016

https://www.youtube.com/watch?v=-4yeFIM2Wbg

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Última modificação em Quarta, 02 Março 2016 11:35

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Preparar a Páscoa com diálogo, reflexão e ação

Terça, 01 Março 2016 14:04 Escrito por  Editorial Boletim Salesiano
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Em preparação à Páscoa, principal celebração da fé cristã, o Papa Francisco e a Igreja no Brasil propõem viver esta Quaresma em clima de fraternidade ecumênica e voltada à prática da misericórdia.

O maior de todos os desafios foi vencido: Jesus superou a morte e ressuscitou, trazendo a todos os que Nele creem a esperança de uma vida nova. Essa é a essência da celebração da Páscoa, a principal festa cristã. A Páscoa simboliza a passagem por todos os desafios da vida humana: as dificuldades cotidianas, as tristezas, os sofrimentos e as desesperanças podem ser superados também por nós, seguindo o exemplo maior de Cristo.

A preparação dessa festa, para que ela seja vivida de fato como a essência da fé cristã, é feita na Quaresma, o período de 40 dias entre a Quarta-feira de Cinzas e o Domingo de Ramos – o domingo que abre a Semana Santa. A Quaresma é um tempo de verdadeira conversão. Nesse período, os cristãos são chamados a rezar com maior intensidade, a jejuar – privando-se de algo que seja importante, não somente ou necessariamente de carne vermelha – e a se colocar a serviço do próximo.

 

Fraternidade

Por isso a Campanha da Fraternidade, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é realizada na Quaresma. Durante esse período, as pessoas de boa vontade são chamadas a refletir, à luz do Evangelho, sobre uma questão social ou econômica que aflige o mundo em que vivemos, e a agir para resolver ou minimizar esse problema, ajudando a construir uma sociedade mais justa e fraterna.

Este ano, a Campanha da Fraternidade traz a reflexão sobre o direito ao saneamento básico – uma questão extremamente atual, como se atesta pela epidemia do zika vírus no Brasil e em outros países. Lançada oficialmente na Quarta-feira de Cinzas, 10 de fevereiro, a CF 2016 tem como tema “Casa comum, nossa responsabilidade” e o lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24). O objetivo é “Assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum”.

De acordo com dados divulgados no Texto-base da Campanha, embora o Brasil esteja entre as maiores economias do mundo, 82% da população brasileira não têm acesso à água tratada e mais de 100 milhões de brasileiros não têm coleta de esgoto. Como afirmou no lançamento da CF o presidente da CNBB e arcebispo de Brasília, dom Sérgio da Rocha, a “falta de saneamento básico destrói a casa comum e a vida da família que habita essa casa”. “O tema deste ano é de grande atualidade e urgência. O cuidado da casa comum, pondo em relevo o saneamento básico, não pode ser descuidado, nem pode ser deixado para depois, necessita da atenção e dos esforços de todos”, completou dom Sérgio.

A CF indica as ações governamentais que precisam ser cobradas do poder público e aquelas que são responsabilidade de cada um e podem ser realizadas no âmbito individual e, principalmente, comunitário. Ao final da Campanha, no próximo dia 20 de março, Domingo de Ramos, todos são convidados a participar da Coleta da Solidariedade, que proverá recursos para entidades sociais e ONGs cuja atuação é voltada para o tema do saneamento. Assim, a reflexão da Quaresma resulta em ação concreta para a superação dos desafios da vida.

 

Ecumenismo

Outro aspecto fundamental da Campanha da Fraternidade deste ano é que ela é ecumênica: a organização e realização são do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), que congrega, além da Igreja Católica, as Igrejas Apostólica Romana (ICAR), Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), Presbiteriana Unida (IPU) e Sirian Ortodoxa de Antioquia (ISOA). Compõem a Comissão da CF Ecumênica 2016, também, o Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (Ceseep), a Visão Mundial e a Aliança de Batistas do Brasil. E a Campanha tem ainda este ano o apoio internacional da Misereor, entidade episcopal da Igreja Católica na Alemanha, que trabalha na cooperação para o desenvolvimento de países da Ásia, da África e da América Latina.

Como afirmou o presidente do Conic, dom Flávio Irala, essa união de denominações cristãs em torno de um tema comum representa, em si, um grande desafio, pois realiza-se em uma conjuntura religiosa que nem sempre está aberta ao diálogo. “No entanto, o Espírito Santo sopra quando e onde quer e ele soprou para que essa Campanha acontecesse”, considerou ele.

 

Mensagem

O Papa Francisco enviou uma mensagem de apoio à Campanha, na qual destaca o aspecto de diálogo entre as religiões como fundamental para se alcançarem os objetivos da Campanha: “Pessoas são chamadas a tomar iniciativas em que se unam as Igrejas e as diversas expressões religiosas e todas as pessoas de boa vontade na promoção da justiça e do direito ao saneamento básico. O acesso à água potável e ao esgotamento sanitário é condição necessária para a superação da injustiça social e para a erradicação da pobreza e da fome, para a superação dos altos índices de mortalidade infantil e de doenças evitáveis, e para a sustentabilidade ambiental”.

Na mensagem, o Papa Francisco retomou alguns pontos da encíclica Laudato Si – um dos textos inspiradores para a CF Ecumênica – que abordam o acesso à água potável como “direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos”.

Vídeo

O Conic também preparou um vídeo, disponível no canal YouTube da entidade, explicando a CFE 2016, seus objetivos, importância e como participar.

Assista do vídeo do Conic apresentando a IV Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016

https://www.youtube.com/watch?v=-4yeFIM2Wbg

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