Como Maria, cúmplices do Espírito

Terça, 21 Julho 2015 18:59 Escrito por 
Todos os meses, o Reitor-mor escreve uma mensagem aos leitores do Boletim Salesiano. O mesmo texto é traduzido para todas as línguas em que é publicado o BS, tornando-se um elemento de união e reflexão conjunta de toda a Família Salesiana ao redor do mundo. Veja a seguir o artigo para os meses de julho e agosto de 2015.

Dirijo a vocês esta mensagem do berço da salesianaidade, do lugar onde todos nós nascemos para a vida salesiana: Valdocco. E em um dia muito especial. Hoje é dia 24 de maio, Solenidade de Pentecostes e festa de Maria Auxiliadora.

Aqui, neste lugar físico, histórico e teológico, tudo nos fala de Dom Bosco e de Maria Auxiliadora. Nestes mesmos pátios, seguramente debaixo destes pórticos que nos cobrem, jogaram e caminharam não só Dom Bosco, mas também Mamãe Margarida, Domingos Sávio, Miguel Rua, João Cagliero e uma lista interminável de rapazes, depois salesianos, que acreditaram nesse sonho e se tornaram “cúmplices” e intérpretes do mesmo.

 

Cúmplices

Utilizo a palavra ‘cúmplice’ porque é disso que se trata neste dia e nesta festa, porque, quando nos encontramos juntos à volta d’Ela, de Maria, tal como estiveram também os primeiros discípulos depois da Páscoa do Senhor, encontra-se também o Espírito.

Ao celebrar a Eucaristia nesta Basílica que Dom Bosco nos deixou como herança da sua fé e do seu carisma, senti como esta igreja se transforma em um cenáculo em que Maria no meio de nós garante a presença do Espírito, reza juntamente conosco e nos encoraja a estar abertos aos seus dons. Ela é a melhor garantia para nos encontrarmos com o Espírito de Deus!

Maria é a jovem virgem da Anunciação e a virgem-mãe que se encontrava com os apóstolos no Pentecostes. Ela foi protagonista nesses dois momentos inéditos na história do homem e de toda a criação. A Anunciação e o Pentecostes são dois momentos excecionais, soleníssimos, em que o verdadeiro protagonista principal é o Espírito de Deus em pessoa e, com Ele, a plenitude do Deus Trino e Uno; dois momentos que põem em evidência a proximidade única entre o Espírito e Maria, a Mãe de Jesus. Dom Bosco sabia isso muito bem e vivia-o com profunda convicção, a ponto de ter a certeza absoluta de que, precisamente por isso, “Ela tudo fez”.

 

Anunciação

É essa a realidade fascinante da nossa condição de crentes e da nossa devoção mariana: Maria, uma jovem mulher, uma donzela, deixou-se não só guiar, mas habitar pelo Espírito, e mudou radicalmente a história do mundo. Ela tornou-se cúmplice do Espírito e assim viveu a sua vida.

Contemplemos como pode estar presente um “Sim”, um “Faça-se” e não tenhamos medo de dizer “Sim” ao Senhor da Vida e tornar-nos cúmplices, também nós, do Espírito do Senhor, e veremos que a nossa vida, embora não isenta de dificuldades, se torna uma vida que vale a pena ser vivida.

 

Pentecostes

O outro evento em que Maria está presente de modo significativo é o Pentecostes. Neste caso, a Escritura não nos refere palavras de Maria, mas sim a sua presença, companhia e encorajamento na oração. Ela estava lá, com os apóstolos, tristes e desanimados, cheios de medo e fechados por medo, para lhes dar força como faz uma mãe junto do filho que sofre. E reza. Mas o que os apóstolos ainda não sabiam é que com Ela está garantida a presença do Espírito, porque Ela é a sua ‘cúmplice’ e a sua garantia.

Uma vez, na Regina Coeli, o Papa Bento XVI afirmou com grande convicção: “Em qualquer lugar em que os cristão se reúnam em oração com Maria, o Senhor dá o seu Espírito”.

Caríssimos irmãos, vivemos em um tempo no qual, em muitas partes do mundo, o horizonte e o futuro parecem tornar-se negros, e em muitas comunidades e famílias tudo parece confuso e faltam o sorriso, o prazer da vida juntos com ternura e amor.

Neste tempo, que não é muito diferente de outros do passado, podemos ser como aquela jovem mulher, aquela donzela que foi capaz de mudar o mundo e que, uma vez cúmplice do Espírito, ajudou os discípulos a tornarem-se também eles cúmplices.

Por isso Ela é Mãe Mestra. Dom Bosco compreendeu muito bem como Nossa Senhora nos ajuda a abrir-nos ao Espírito que nos transforma em corajosos discípulos missionários de Jesus, o Senhor.

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Última modificação em Quarta, 22 Julho 2015 14:57

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Como Maria, cúmplices do Espírito

Terça, 21 Julho 2015 18:59 Escrito por 
Todos os meses, o Reitor-mor escreve uma mensagem aos leitores do Boletim Salesiano. O mesmo texto é traduzido para todas as línguas em que é publicado o BS, tornando-se um elemento de união e reflexão conjunta de toda a Família Salesiana ao redor do mundo. Veja a seguir o artigo para os meses de julho e agosto de 2015.

Dirijo a vocês esta mensagem do berço da salesianaidade, do lugar onde todos nós nascemos para a vida salesiana: Valdocco. E em um dia muito especial. Hoje é dia 24 de maio, Solenidade de Pentecostes e festa de Maria Auxiliadora.

Aqui, neste lugar físico, histórico e teológico, tudo nos fala de Dom Bosco e de Maria Auxiliadora. Nestes mesmos pátios, seguramente debaixo destes pórticos que nos cobrem, jogaram e caminharam não só Dom Bosco, mas também Mamãe Margarida, Domingos Sávio, Miguel Rua, João Cagliero e uma lista interminável de rapazes, depois salesianos, que acreditaram nesse sonho e se tornaram “cúmplices” e intérpretes do mesmo.

 

Cúmplices

Utilizo a palavra ‘cúmplice’ porque é disso que se trata neste dia e nesta festa, porque, quando nos encontramos juntos à volta d’Ela, de Maria, tal como estiveram também os primeiros discípulos depois da Páscoa do Senhor, encontra-se também o Espírito.

Ao celebrar a Eucaristia nesta Basílica que Dom Bosco nos deixou como herança da sua fé e do seu carisma, senti como esta igreja se transforma em um cenáculo em que Maria no meio de nós garante a presença do Espírito, reza juntamente conosco e nos encoraja a estar abertos aos seus dons. Ela é a melhor garantia para nos encontrarmos com o Espírito de Deus!

Maria é a jovem virgem da Anunciação e a virgem-mãe que se encontrava com os apóstolos no Pentecostes. Ela foi protagonista nesses dois momentos inéditos na história do homem e de toda a criação. A Anunciação e o Pentecostes são dois momentos excecionais, soleníssimos, em que o verdadeiro protagonista principal é o Espírito de Deus em pessoa e, com Ele, a plenitude do Deus Trino e Uno; dois momentos que põem em evidência a proximidade única entre o Espírito e Maria, a Mãe de Jesus. Dom Bosco sabia isso muito bem e vivia-o com profunda convicção, a ponto de ter a certeza absoluta de que, precisamente por isso, “Ela tudo fez”.

 

Anunciação

É essa a realidade fascinante da nossa condição de crentes e da nossa devoção mariana: Maria, uma jovem mulher, uma donzela, deixou-se não só guiar, mas habitar pelo Espírito, e mudou radicalmente a história do mundo. Ela tornou-se cúmplice do Espírito e assim viveu a sua vida.

Contemplemos como pode estar presente um “Sim”, um “Faça-se” e não tenhamos medo de dizer “Sim” ao Senhor da Vida e tornar-nos cúmplices, também nós, do Espírito do Senhor, e veremos que a nossa vida, embora não isenta de dificuldades, se torna uma vida que vale a pena ser vivida.

 

Pentecostes

O outro evento em que Maria está presente de modo significativo é o Pentecostes. Neste caso, a Escritura não nos refere palavras de Maria, mas sim a sua presença, companhia e encorajamento na oração. Ela estava lá, com os apóstolos, tristes e desanimados, cheios de medo e fechados por medo, para lhes dar força como faz uma mãe junto do filho que sofre. E reza. Mas o que os apóstolos ainda não sabiam é que com Ela está garantida a presença do Espírito, porque Ela é a sua ‘cúmplice’ e a sua garantia.

Uma vez, na Regina Coeli, o Papa Bento XVI afirmou com grande convicção: “Em qualquer lugar em que os cristão se reúnam em oração com Maria, o Senhor dá o seu Espírito”.

Caríssimos irmãos, vivemos em um tempo no qual, em muitas partes do mundo, o horizonte e o futuro parecem tornar-se negros, e em muitas comunidades e famílias tudo parece confuso e faltam o sorriso, o prazer da vida juntos com ternura e amor.

Neste tempo, que não é muito diferente de outros do passado, podemos ser como aquela jovem mulher, aquela donzela que foi capaz de mudar o mundo e que, uma vez cúmplice do Espírito, ajudou os discípulos a tornarem-se também eles cúmplices.

Por isso Ela é Mãe Mestra. Dom Bosco compreendeu muito bem como Nossa Senhora nos ajuda a abrir-nos ao Espírito que nos transforma em corajosos discípulos missionários de Jesus, o Senhor.

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