As FMA na Amazônia em tempo da Covid-19

Sexta, 12 Junho 2020 15:35 Escrito por  Portal das FMA
Em entrevista ao portal das FMA, a irmã Carmelita Conceição, inspetora da Inspetoria Laura Vicuña de Manaus, AM, conta como as FMA estão enfrentando a pandemia da Covid-19, que rapidamente atingiu toda a Amazônia.

 

O que mudou na vida das comunidades das FMA da Inspetoria? 

 

Irmã Carmelita Conceição: como em Caná, neste tempo de pandemia, somos desafiadas a ouvir a voz de Jesus através de Maria, que recomenda fazer o que Jesus nos pede: “viver e compartilhar a fé como um tesouro que nos dá forças para enfrentar com esperança tudo o que está acontecendo no mundo “(Cir. 997).  Desde março, as Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) da inspetoria seguem as diretrizes do Governo sobre o distanciamento social. A Amazônia é severamente golpeada pela pandemia da Covid-19 que, inicialmente, se espalhou pelas capitais e municípios próximos, mas avança para o interior, para áreas indígenas e às fronteiras. Cada comunidade da inspetoria reorganizou seus dias, optando por dedicar mais tempo à oração comunitária e à adoração eucarística diária, com a intenção de orar pelo fim da pandemia, pelas vítimas da Covid-19, pelos profissionais de saúde na linha de frente, pelo Governo e agradecer a Deus pelos muitos gestos de proximidade.  Uma grande vila global de esperança e solidariedade foi estabelecida, a partir do cuidado mútuo das comunidades.

 

Como ir ao encontro das necessidades das pessoas?  

 

Irmã Carmelita Conceição: as FMA da inspetoria colaboram com várias instituições que lutam pelo direito e defesa da população mais vulnerável, sensibilizando e organizando a coleta de bens de primeira necessidade para famílias que não têm condições de alimentação ou higiene e para aqueles que ficaram sem-teto e sem trabalho. Por meio da Rede Amazônica de Solidariedade e Resistência, em Belém, foi criada uma rede formada por várias instituições e congregações religiosas para arrecadar fundos e ajudar a reduzir os impactos sobre as famílias em dificuldade, foram organizadas iniciativas de solidariedade nas quais também participavam os jovens do Movimento Juvenil Salesiano.

A comunidade Laura Vicuña, de Porto Velho, respondeu de forma criativa às necessidades dos funcionários, encorajando-os e doando pacotes de alimentos. Duas vezes por semana, as FMA colaboram com o Seminário da Arquidiocese no projeto: “É hora de amar e servir”, que ajuda os sem-teto diariamente, oferecendo almoço, a oportunidade de tomar banho e de lavar roupas.  A solidariedade veio por meio do Economato Geral (tesouraria) do Instituto das FMA, que enviou à inspetoria uma doação da Inspetoria Japonesa de Alma Mater (GIA), constituída de pacotes de alimentos que foram distribuídos aos migrantes venezuelanos da Casa do Migrante –  Abrigo Dom João Batista Scalabrini e comunidades indígenas na Campanha da Arquidiocese de Manaus.  A cada pacote, as FMA anexam uma carta com a “Oração em um momento de fragilidade”, para trazer esperança.  Em colaboração com a Mesa Brasil, a Rede Nacional dos Bancos de Alimentos e a Fundação Banco do Brasil, foram distribuídos 250 pacotes de alimentos e material higiênico-sanitário para as famílias que frequentam o Centro Social São Benedito e outras famílias da região, em colaboração com a Pastoral da Criança.

 

Antes da pandemia, as FMA da Comunidade Madre Ângela Vespa de Manicoré, animavam o oratório na periferia. A preocupação é que, sem atividades, as crianças se tornem mais vulneráveis, mas as irmãs, mesmo à distância, entram em contato com o coordenador da Comunidade Santo Expedito para monitorar a situação.  A diretora do Educandário Nossa Senhora das Graças fez uma doação de refeições a serem distribuídas às famílias das crianças do oratório.  No dia 24 de maio, festa de Maria Auxiliadora, em solidariedade às pessoas mais pobres que moram no bairro de Pedrinhas, em Salinas, as FMA prepararam kits com material de higiene acompanhado de uma medalha de Nossa Senhora Auxiliadora e de um pequeno texto com a história da ajuda que Dom Bosco prestou à cidade de Turim, atingida pela epidemia de cólera em 1854.

 

Quais iniciativas foram planejadas para as escolas e as obras sociais? 

 

Irmã Carmelita Conceição: as escolas seguiram as diretrizes fornecidas pelas Secretarias Estaduais de Educação e pelos sindicatos trabalhistas, organizando-se com base nos recursos disponíveis.  As atividades pedagógicas enfrentaram o maior desafio de sustentabilidade financeira e, em abril, em uma assembleia, a Rede Salesiana Brasil – RSB ofereceu ajuda concreta para atender às escolas em maior dificuldade devido ao não pagamento das mensalidades e por causa do desemprego.  Além disso, a RSB disponibilizou material digital aos alunos gratuitamente.  Com o objetivo de acompanhar os alunos no processo de ensino-aprendizagem, as atividades de ensino à distância começaram no dia 30 de março, promovendo atividades pedagógicas e, segundo a tradição salesiana, garantindo um ‘bom dia’ on-line todos os dias.  A comunidade educativa (administração, professores, equipe pedagógico-pastoral) não mediu esforços para se adaptar a essa nova maneira de ensinar: era preciso se reinventar e descobrir novas ferramentas de trabalho, após uma semana de formação e programação.  A casa-família Mamãe Margarida de Manaus desenvolveu um “Plano de emergência e prevenção pelo contágio da Covid-19”, para crianças e adolescentes participantes do serviço de acolhida institucional, no compromisso de informar, prevenir e reduzir os riscos de contágio dos beneficiados e dos colaboradores institucionais.

 

No Centro Social Madre Mazzarello (CESMAZZA) de Porto Velho, uma equipe formada por funcionários e voluntários, atende famílias on-line, com esclarecimentos e ajuda emergencial, dependendo da situação da família (doença, violência, etc.) e facilitando o acesso a  plataformas virtuais para quem não tem os meios.  Além disso, ativou campanhas de solidariedade, por meio das quais cerca de 200 famílias são atendidas. Foram preparados 300 pacotes com alimentos básicos a serem distribuídos às famílias;  20 pacotes foram distribuídos à Vila Princesa, para moradores próximos ao aterro e 20 a Cristal da Calama.  Graças à colaboração com as organizações locais, além dos pacotes, 400 máscaras e outros itens alimentares foram distribuídos.

 

Durante esse período, muitas pessoas pediram ajuda às FMA, que respondem confiando na misericórdia de Deus, cientes de que não é apenas um drama para a humanidade, mas um tempo de salvação, um Kairós.

 

 

Fonte: Portal das FMA

 

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Última modificação em Sexta, 12 Junho 2020 15:47

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As FMA na Amazônia em tempo da Covid-19

Sexta, 12 Junho 2020 15:35 Escrito por  Portal das FMA
Em entrevista ao portal das FMA, a irmã Carmelita Conceição, inspetora da Inspetoria Laura Vicuña de Manaus, AM, conta como as FMA estão enfrentando a pandemia da Covid-19, que rapidamente atingiu toda a Amazônia.

 

O que mudou na vida das comunidades das FMA da Inspetoria? 

 

Irmã Carmelita Conceição: como em Caná, neste tempo de pandemia, somos desafiadas a ouvir a voz de Jesus através de Maria, que recomenda fazer o que Jesus nos pede: “viver e compartilhar a fé como um tesouro que nos dá forças para enfrentar com esperança tudo o que está acontecendo no mundo “(Cir. 997).  Desde março, as Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) da inspetoria seguem as diretrizes do Governo sobre o distanciamento social. A Amazônia é severamente golpeada pela pandemia da Covid-19 que, inicialmente, se espalhou pelas capitais e municípios próximos, mas avança para o interior, para áreas indígenas e às fronteiras. Cada comunidade da inspetoria reorganizou seus dias, optando por dedicar mais tempo à oração comunitária e à adoração eucarística diária, com a intenção de orar pelo fim da pandemia, pelas vítimas da Covid-19, pelos profissionais de saúde na linha de frente, pelo Governo e agradecer a Deus pelos muitos gestos de proximidade.  Uma grande vila global de esperança e solidariedade foi estabelecida, a partir do cuidado mútuo das comunidades.

 

Como ir ao encontro das necessidades das pessoas?  

 

Irmã Carmelita Conceição: as FMA da inspetoria colaboram com várias instituições que lutam pelo direito e defesa da população mais vulnerável, sensibilizando e organizando a coleta de bens de primeira necessidade para famílias que não têm condições de alimentação ou higiene e para aqueles que ficaram sem-teto e sem trabalho. Por meio da Rede Amazônica de Solidariedade e Resistência, em Belém, foi criada uma rede formada por várias instituições e congregações religiosas para arrecadar fundos e ajudar a reduzir os impactos sobre as famílias em dificuldade, foram organizadas iniciativas de solidariedade nas quais também participavam os jovens do Movimento Juvenil Salesiano.

A comunidade Laura Vicuña, de Porto Velho, respondeu de forma criativa às necessidades dos funcionários, encorajando-os e doando pacotes de alimentos. Duas vezes por semana, as FMA colaboram com o Seminário da Arquidiocese no projeto: “É hora de amar e servir”, que ajuda os sem-teto diariamente, oferecendo almoço, a oportunidade de tomar banho e de lavar roupas.  A solidariedade veio por meio do Economato Geral (tesouraria) do Instituto das FMA, que enviou à inspetoria uma doação da Inspetoria Japonesa de Alma Mater (GIA), constituída de pacotes de alimentos que foram distribuídos aos migrantes venezuelanos da Casa do Migrante –  Abrigo Dom João Batista Scalabrini e comunidades indígenas na Campanha da Arquidiocese de Manaus.  A cada pacote, as FMA anexam uma carta com a “Oração em um momento de fragilidade”, para trazer esperança.  Em colaboração com a Mesa Brasil, a Rede Nacional dos Bancos de Alimentos e a Fundação Banco do Brasil, foram distribuídos 250 pacotes de alimentos e material higiênico-sanitário para as famílias que frequentam o Centro Social São Benedito e outras famílias da região, em colaboração com a Pastoral da Criança.

 

Antes da pandemia, as FMA da Comunidade Madre Ângela Vespa de Manicoré, animavam o oratório na periferia. A preocupação é que, sem atividades, as crianças se tornem mais vulneráveis, mas as irmãs, mesmo à distância, entram em contato com o coordenador da Comunidade Santo Expedito para monitorar a situação.  A diretora do Educandário Nossa Senhora das Graças fez uma doação de refeições a serem distribuídas às famílias das crianças do oratório.  No dia 24 de maio, festa de Maria Auxiliadora, em solidariedade às pessoas mais pobres que moram no bairro de Pedrinhas, em Salinas, as FMA prepararam kits com material de higiene acompanhado de uma medalha de Nossa Senhora Auxiliadora e de um pequeno texto com a história da ajuda que Dom Bosco prestou à cidade de Turim, atingida pela epidemia de cólera em 1854.

 

Quais iniciativas foram planejadas para as escolas e as obras sociais? 

 

Irmã Carmelita Conceição: as escolas seguiram as diretrizes fornecidas pelas Secretarias Estaduais de Educação e pelos sindicatos trabalhistas, organizando-se com base nos recursos disponíveis.  As atividades pedagógicas enfrentaram o maior desafio de sustentabilidade financeira e, em abril, em uma assembleia, a Rede Salesiana Brasil – RSB ofereceu ajuda concreta para atender às escolas em maior dificuldade devido ao não pagamento das mensalidades e por causa do desemprego.  Além disso, a RSB disponibilizou material digital aos alunos gratuitamente.  Com o objetivo de acompanhar os alunos no processo de ensino-aprendizagem, as atividades de ensino à distância começaram no dia 30 de março, promovendo atividades pedagógicas e, segundo a tradição salesiana, garantindo um ‘bom dia’ on-line todos os dias.  A comunidade educativa (administração, professores, equipe pedagógico-pastoral) não mediu esforços para se adaptar a essa nova maneira de ensinar: era preciso se reinventar e descobrir novas ferramentas de trabalho, após uma semana de formação e programação.  A casa-família Mamãe Margarida de Manaus desenvolveu um “Plano de emergência e prevenção pelo contágio da Covid-19”, para crianças e adolescentes participantes do serviço de acolhida institucional, no compromisso de informar, prevenir e reduzir os riscos de contágio dos beneficiados e dos colaboradores institucionais.

 

No Centro Social Madre Mazzarello (CESMAZZA) de Porto Velho, uma equipe formada por funcionários e voluntários, atende famílias on-line, com esclarecimentos e ajuda emergencial, dependendo da situação da família (doença, violência, etc.) e facilitando o acesso a  plataformas virtuais para quem não tem os meios.  Além disso, ativou campanhas de solidariedade, por meio das quais cerca de 200 famílias são atendidas. Foram preparados 300 pacotes com alimentos básicos a serem distribuídos às famílias;  20 pacotes foram distribuídos à Vila Princesa, para moradores próximos ao aterro e 20 a Cristal da Calama.  Graças à colaboração com as organizações locais, além dos pacotes, 400 máscaras e outros itens alimentares foram distribuídos.

 

Durante esse período, muitas pessoas pediram ajuda às FMA, que respondem confiando na misericórdia de Deus, cientes de que não é apenas um drama para a humanidade, mas um tempo de salvação, um Kairós.

 

 

Fonte: Portal das FMA

 

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